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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Creepypasta dos Fãs - Nail's Art (Parte 3)

Pois é pessoal, estive nos dias anteriores meio pra cá, meio pra lá... Já começo pedindo desculpas pela demora da parte três desta incrível obra, ando meio louco da cabeça (se é que me entendem) ultimamente, então me perdoem se vocês passarem os olhos por alguma bobagem. Alguns problemas pessoais que me trazem estresse e essa cicatriz no mundo que persiste até agora, não sei se posso considerar esses dias de ausência em postagens como um luto, mas eu irei.

Enfim, a vida continua, vamos ao que interessa. Peço a compreensão de vocês.

 CLIQUE AQUI para a primeira parte da série. Ou aqui para a segunda.


                   Nail's Art (Parte 3) por Wagner De La Cruz


Pela manhã, como de praxe, Dani acordou antes do despertador tocar para preparar o café das garotas. Ainda que não tivessem a convivência adequada à noite, nas primeiras horas do dia, à mesa, eram uma família digna de comercial de margarina, tão unidas e felizes quanto pudessem ser.

Apesar de Luísa choramingar pelo término do Chaves, Daniela conseguiu contornar este problema e, aparentemente, evitou o início da terceira guerra mundial. Ficou combinado que a caçula ganharia um presente no fim de semana caso se comportasse e não chorasse mais. Evidentemente, a mãe nem sabia qual presente daria à filha, mas não queria iniciar o dia se indispondo.

Antes de Amanda sair para levar Luísa na creche e ir para a escola, Dani lhe deu dez reais para pagar a diária do DVD, além de fazer as recomendações que repetia diariamente e que Amanda, em piloto automático, apenas assentia.

Por fim, depois que as filhas saíram, Daniela aprontou-se rapidamente e também saiu. Não era do tipo que se atrasava, principalmente quando tinha cliente pela manhã. Também não era muito fã da primeira-dama, a achava fútil e prepotente, tal qual o prefeito, mas serviço era serviço. Não faria juízo de caráter.

Irônicamente, o ônibus em que Daniela estava precisou pegar uma desvio em Mariluz, bairro centro-norte de Imbé, devido a um bandeiraço matutino em prol da candidatura à reeleição de Pedro Dias. O caminho pela RS-786 iria atrasar a chegada de Dani em pelo menos vinte minutos.

- Que droga! [pensou em voz alta] Quem faz bandeiraço numa QUARTA às 8:45?!

***

- Boa tarde! [disse Janaína, de forma debochada, quando Daniela chegou ao salão, às 9:25]

Daniela devolveu o cumprimento apenas com um aceno e um sorriso, elementos que seus amigos sabiam ser algo quase cínico, mas que para a primeira-dama soaria como um pedido de desculpas.

Quando Janaína chegou, pontualmente às nove horas, Leonardo já tratou de começar os trabalhos nos cabelos da cliente. Também não tinha muita afeição pela mulher, mas estava interessado é no pagamento que receberia, sobre tudo nas gorgetas. Beth chegou a se oferecer para fazer as unhas, mas, como não tinha o nível artístico de Dani, fora rejeitada.

- E então, dona Janaína, qual cor vai querer? [perguntou Daniela, simpatissíssima para quem não a conhecia]

- Ah, pode ser aquele vermelho que fiz a última vez... [dizia Janaína, quando Léo fez uma pausa para que pudesse escolher o esmalte certo. Então, os olhos da mulher se fixaram em um vidro específico] Não! Eu quero AQUELE vermelho!

O vidro que Janaína fitava com olhar fascinante era o mesmo que encantara a própria manicure no dia anterior. Aquele tom de vermelho se sobressaia aos demais, tal era sua beleza. Ao pegar o vidro para iniciar o serviço, Dani podia jurar que o mesmo estava aquecido pela intensidade e força do esmalte colorido. Bonito demais para esta vaca, pensou.

O dia estava com céu de brigadeiro. Depois da tempestade sempre vem a bonança, dizia o velho ditado. Seria uma tarde que daria praia, pensava a manicure. Enquanto trabalhava, Dani refugiou-se nela mesma, ignorando o papo furado da mulher do prefeito, imaginando-se à beira-mar com as filhas, promessa que fizera e adiara inúmeras vezes no último verão, e respondendo com monossílabas esporadicamente. Se estivesse um dia cinzento, imaginaria-se em uma tarde em casa, com Amanda e Luísa, vendo um DVD (poderia até ser o do Chaves!) e comendo pipoca. Afinal, qualquer refúgio interno era melhor do que ouvir conscientemente a falação fútil e desenfreada de Janaína.

De fato, a cliente era apenas uma esposa troféu. Só acompanhava o marido em viagens para servir de adorno, e não se importava com isto. Tampouco dava sinais de se incomodar com os falatórios sobre a diferença de idade de vinte e sete anos entre eles. Sua vida era ter um cartão de crédito com um belo limite, visitar locais chiques, ter as melhores roupas, frequentar os melhores hotéis e, o mais divertido, contar tudo para os menos afortunados e causar inveja.

Nem Daniela, nem Janaína perceberam quando, por menos de cinco segundos, uma nuvem passageira cobriu o sol, criando uma sombra sobre o salão que logo se dissipou. Mas ambas perceberam que a temperatura caiu uns cinco graus repentinamente, já que quase coordenadamente sentiram um arrepio na espinha dorsal.

- Léo e a mania de ligar o ar no mínimo! [disse Daniela]

O aparelho de ar condicionado localizava-se na parede atrás do cabeleireiro. E marcava exatos 25°.

***

Perto das 11 da manhã o trabalho de Dani havia sido concluído. O esmero era impressionante e louvável. As decorações em amarelo e preto sobre o esmalte vermelho, as cores do partido do atual prefeito, assentaram bem, tendo a mulher escolhido tribais indistintos e, no polegar da mão direita, um símbolo chinês que significava "fortuna".

Enquanto Léo dava os últimos retoques no penteado de Janaína, Dani foi consultar a sua agenda. Lembrava-se de ter um serviço marcado para o meio-dia, mas quis confirmar. Encontrou o nome da cliente riscado.

- Ué?! A Thaís desmarcou? [perguntara à Beth]

- Sim, ela me mandou um WhatsApp pela manhã, remarcou para sexta. Tudo bem?

- Sim, sem problema. Vou aproveitar e marcar para a Amanda. Quinta tem Feira de Ciências, aí já faço as unhas dela hoje, já que não sei que hora vou chegar em casa depois do trabalho.

As engrenagens do destino novamente funcionavam à todo vapor, e o rumo da vida de Daniela, Amanda e até da pequena Luísa seria alterado drásticamente com um punhado de palavras enviadas através de um aplicativo de mensagens eletrônicas: "Filha, vem aqui no salão a uma hora. Marquei horário para ti".

***

Sem nenhum evento político, os ônibus puderam trafegar novamente pelas rotas pré-determinadas. Eram 13:25 quando Amanda e Luísa desembarcaram no ponto mais próximo ao salão da mãe.

- Promete que deixa eu pintar as unhas também? [perguntara Luísa. A caçula era fascinada pela arte. Apesar de Amanda também gostar, Dani sabia que Luísa é quem seria sua sucessora]

- Sim. Anda, mana, senão vamos nos atrasar!

Amanda sabia o quanto a mãe era ocupada, e estava ansiosa: faria todas as amigas morrerem de inveja. Sempre ficavam roxas de ciúme cada vez que Daniela decorava as unhas dela.

Ao chegarem no salão, cumprimentaram Léo, que estava saindo para almoço. Daniela estava no sofá, lendo uma velha edição da Revista Contigo. Luísa desvencilhou-se da mão da irmã e foi correndo abraçar a mãe.

- Mãe! Te amo!

- Também te amo, filha. Como foi na creche?

- Bom! A gente olhou o Chaves! A tia levou um DVD com um monte de episódio!

- Uau! Por isto que tu não chorou?

- Não, mas porque a mana falou que, se eu não chorasse, a mãe ia pintar a minha unha.

Dani não pode deixar de sorrir, abraçar e beijar a caçula. Em seu depoimento à polícia na tarde seguinte, Léo descreveria esta cena.

- E então, Amanda. [perguntou Dani] Já escolheu a cor?

- Já, mãe. Vou querer este vermelho que tu tá usando.

É impossível resistir a ele, pensou Dani. Será que aquele velho esmalte seria tendência? Será que ela o havia ressucitado para brilhar?

- Ah! Eu também! [disse Luísa] Todo mundo de vermelho, igual o Chapolin!

Dani e Amanda riram com gosto, enquanto a garota se instalava na poltrona de serviço. Novamente, quando Daniela pegou o velho frasco, uma grande e densa nuvem tapou o sol por uma fração de segundos, seguida por uma queda brusca na temperatura. O ar condicionado ainda marcava amenos 25°, e Dani estranhou o arrepio que sentira. Coisas da idade, concluiu, enquanto ajeitava-se para manicurar as unhas da filha.

***

Um Logan escuro com um adesivo escrito DELEGADO TOFFANI PREFEITO e placas de Porto Alegre parava no estacionamento  do Cemitério Municipal de Tramandaí, cidade vizinha a Imbé. O motorista, um atraente jovem senhor, dirigiu-se a loja de flores e velas que comodamente instalara-se onde antigamente era a Lancheria Vegas.

Todos os anos aquele homem repetia o mesmo ritual, na mesma data, há pelo menos 25 anos. Estar na reta final da campanha política onde era candidato à prefeito em Torres, cidade há duas horas de distância de Tramandaí, não iria impedir de visitar o túmulo de alguém por quem ele nutre tanto carinho, tantos bons sentimentos. Apesar de já ser casado há duas décadas, certas paixões nem a morte consegue fazer esquecer.

- Pai? [uma voz o chamava na entrada do cemitério]

- Sim, Elisa.

- Posso ir contigo? Não quero esperar no carro. E cemitérios me dão medo... [disse Elisa, com um sorriso trêmulo, enquanto roía as unhas curtas, vício hereditário do qual ele não se orgulhava]

Eduardo sorriu. Elisa já tinha 14 anos, dois anos a menos do que a garota que ele visitava teria eternamente. Não haveria como elas se parecerem, mas ele achava que, de certa forma, tinham alguma semelhança na parte da ingenuidade.


- Claro. Não vamos demorar, filha.


Fim da terceira parte. Uma ótima manhã, tarde, noite, madrugada, aonde for que você estiver, um ótimo dia, fiquem ligados para a quarta parte!

*EXCLUSIVO CREEPYPASTA PURO / POR WAGNER DE LA CRUZ*

domingo, 27 de novembro de 2016

Creepypasta dos Fãs - Nail's Art (Parte 2)

Olá novamente, postando aqui a segunda parte desta épica série. Se você não leu a primeira parte, por favor, CLIQUE AQUI.
Vamos para a Creepypasta!

                 Nail's Art (Parte 2) por Wagner De La Cruz


A chuva amenizara na tarde em Imbé. O Beautiful & Chic localizava-se na área nobre do município, na avenida principal, rodeado por lojas e comércios. Beth inaugurou o salão no início de 2008. E agora, oito anos depois, já era um dos mais conceituados da pequena cidade gaúcha.

Daniela morava em Imbé há pouco mais de dois anos, vivia com suas duas filhas em Santa Terezinha, bairro de classe média no extremo norte da cidade. Seu falecido marido, Roberto Ciechoski, era professor de história em Porto Alegre. Quando Roberto morreu, quase três anos atrás, vítima de um enfarto fulminante enquanto dava aula, Daniela ficou arrasada. Amava demais o marido, estavam juntos desde que tinham 14 anos. Sua filha mais nova, Luísa, tinha menos de dois meses. Viúva, com duas crianças pequenas para criar, e sem o homem de sua vida! O cenário não poderia ser pior para Daniela.

Após crises de depressão, apatia e sucessivas idas a psicólogos, Dani decidiu mudar-se para o litoral norte. Em Imbé poderia iniciar uma nova vida e, com o tempo, aprender a conviver com a dor. Porto Alegre lhe fazia mal, tinha muitas lembranças, e precisava de novos ares para superar a perda. Mais do que isto: precisava ser forte, já que agora tudo que as meninas tinham era ela! Assim, juntou suas economias, vendeu sua casa na capital e partiu rumo à praia.

Apesar de receber uma pensão de seu falecido marido, o dinheiro não era suficiente para proporcionar a ela e às filhas uma vida suficientemente confortável. Sendo assim, Dani voltou a exercer a profissão que tinha antes de casar-se: manicure e pedicure. Era um verdadeiro dom, tinha noção disto. Ninguém que conhecia era mais hábil.

Após dois meses atendendo em sua casa e esporadicamente à domicílio sem ter um retorno satisfatório (a população de Imbé era de apenas 15 mil habitantes), Dani resolveu tentar um emprego em algum salão de beleza. Amanda já tinha 13 anos, e poderia cuidar de Luísa a tarde, quando retornasse da escola e pegasse a irmã na creche.

Sua primeira tentativa foi exatamente no Beautiful & Chic. Quando Beth pôs os olhos nas unhas decoradas de Dani achou que eram decalques, tal a perfeição na arte. Ao descobrir que era pura técnica, Beth não deixou Dani sair do salão sem a garantia de que a manicure faria parte do seu quadro de funcionários.
Agora, dois anos depois, os problemas de Dani pareciam algo distantes. Aos 33 anos, bem empregada e gozando de ótima reputação, sentia-se feliz. Roberto sempre lhe fará falta, obviamente. Foram dezesseis  anos de casamento. Mas já lidava bem com isto, e transferira todo o seu amor para suas meninas. Eram sua vida e motivação.

- Mais alguma coisa? [perguntava-lhe a atendente da Lancheria Shallom]

- Pode me trazer também uma lata de Coca-Cola.

Enquanto aguardava o xis salada com refrigerante, Dani resolveu ligar para Amanda. Já eram 13:45, geralmente ligava para a filha quinze minutos antes disso.

No segundo toque alguém atendeu, e uma  voz de choro do outro lado da linha fez Daniela afastar o celular do ouvido.

***

O telefone do Beautiful & Chic tocou no exato instante que Leonardo, um dos cabeleireiros, chegava. Com um aceno de cabeça cumprimentou Beth, que distraidamente lia o Diário Imbeense, acompanhando o desenrolar da campanha política que só terminaria em dois meses.

- Beautiful & Chic, boa tarde! [Falou Leonardo, com sua voz afetada característica]

- Oi Léo, é a Janaína.

Janaína Dias, primeira-dama da cidade, uma das clientes fixas do salão. Beth não nutria grande simpatia nem por ela nem pelo marido. Não tornava isto público, evidentemente, mas também não se importaria se o atual prefeito fosse derrotado nas urnas em outubro.

- Faaaala, guria! [prosseguiu Léo] O que é que manda?!

- Amanhã vou querer um tratamento completo, ok? Cabelo, sobrancelhas, depilação, unhas... tudo que tiver direito! Tem como marcar?

- "Tem como marcar?"? Menina, aqui você maaanda! Claro que tem! Que horas vai querer?

- Pode ser umas nove da manhã? Pedro e eu vamos à Brasília e...

- Marcadinho, amiga! Te aguardamos amanhã então.

- Certo. Obrigada Léo. Você é um amor!

Dindim torna as pessoas tão amorosas, pensou Léo. Despediu-se e, após anotar na agenda os horários para Janaína, serviu-se de um café. Sem açúcar e quase escaldante, como ele gostava.

- E a Dani? [perguntou o rapaz à Beth]

Beth recapitulou o que  Daniela lhe contara. A cada evento estranho Léo, um notório medroso, levava as mãos à boca, exclamando um AI! meio assustado meio afeminado.

***

- O que está acontecendo, Amanda?! [falava Daniela ao celular]

- Tiraram o Chaves! [disse a filha, enquanto o berreiro seguia ao fundo, na linha, como uma música incidental]

- Ãhn?! [Dani pegou-se confusa]

- Assim, o SBT tirou o Chaves para botar um jornal que ninguém olha. E agora a Luísa quer ver o Chaves e não pára de chorar!

- ...

- Mãe?

- Sim, filha.

- O quê que eu faço?!

- Ai, Amanda. Não sei. Por que você não brinca um pouco com ela? Já, já ela esquece e...

- Já tentei! Ela só quer ver o Chaves, mãe!

Daniela respirou fundo. Não gostava de ver a filha chorando. Queria poder fazer todas as vontades das garotas, mesmo quando não dependia dela, como era o caso. Não poderia obrigar o SBT a passar o maldito Chaves.

Então, lembrou que tinha ganho um dinheiro a mais pelo último trabalho, e sugeriu à Amanda que fosse com Luísa até a locadora do centro do bairro, há dez minutos de casa, e alugasse em sua ficha um DVD do Chaves. A diária não era muito barata, dava quase duas passagens de ônibus, mas  faria isto pela sua caçula. À noite, explicaria para ela que Chaves agora só teria aos fins de semana. Mas, por ora, resolveria assim a situação.

Quando o lanche chegou, cinco minutos mais tarde, Dani despediu-se da filha, e recomendou que se cuidasse, como fazia todos os dias. Mal deu a primeira mordida no cheeseburguer e seu celular novamente vibrou. Era um Whatsapp. Léo estava avisando do serviço marcado para o outro dia.

OK. Digitou e enviou.

E pôs-se a comer rapidamente. Estava com muita fome. E o lanche dalí era delicioso! Dani parecia comer como se fosse o último xis que poderia degustar.

Se pensasse realmente isto, não estaria tão errada.

***

O restante do dia foi um tanto tedioso. Apenas duas clientes, ambas depilação para Beth, foram ao Beautiful & Chic. A maior parte do tempo Dani e Léo falaram sobre alimentação, como quase todos os dias. Ele, esguio e rato de academia, era um perfeito natureba. Não comia nada que pudesse, em suas palavras, "prejudicar o corpinho". Já Daniela, mais para Melissa McCarthy do que para Gisele Bündchen, era totalmente avessa a dietas. Gostava de comer aquilo que tinha vontade e pronto.

A tarde se arrastava lentamente. Já não chovia, mas o vento que soprava era gelado e desmotivava qualquer pessoa a sair de casa. Eram 18:25 quando Dani se dirigiu ao ponto de ônibus. Pelos seus cálculos não esperaria mais do que dez minutos até o Expresso Boto passar, mas, infelizmente, o relógio do motorista não estava alinhado ao seu, de modo que só embarcou às 18:48.

Chegou em casa já passava das sete e meia da noite. Amanda havia preparado uma macarronada de carne moída e aguardava a mãe assistindo ao Atualidades Pampa, um velho hábito que a garota involuntariamente herdou do pai. Sempre antenada com os assuntos mais relevantes.

Luísa já estava dormindo. Era muito raro Daniela encontrar a filha ainda desperta quando chegava do serviço, mas nunca deixara de dar-lhe um beijo de boa noite e  passar o início da manhã com a garota. Como já dito, não queria que lhes faltasse nada, principalmente amor.

Após o jantar, lavou a louça enquanto ouvia a Rádio Gaúcha, hábito que ela mesma adquirira do marido. Mal prestava atenção às notícias, mas era algo que a fazia sentir como se Roberto estivesse alí.

Quando Amanda foi deitar-se, lá pelas 22 horas, Daniela foi tomar um banho quente. Deu-se ao luxo de demorar 25 minutos sob a ducha, e, ao sair, tomou um copo de leite quente, para ajudá-la a adentrar no mundo dos sonhos. Teria um grande dia pela frente.


Fim da segunda parte, meus amigos. Uma ótima noite para vocês.

*EXCLUSIVO CREEPYPASTA PURO / POR WAGNER DE LA CRUZ*

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

A Neutralidade de Deus *TEORIA*

Olá queridos fãs e visitantes! A creepypasta que você está prestes a ler agora apresenta uma nova visão sobre Deus, não é exatamente uma Creepypasta, mas ao contrário, é uma simples teoria, e ela na verdade existe, chama-se de Deismo. Por favor, não se ofenda com o seguinte texto, é apenas uma nova visão filosófica, ninguém está lhe forçando a acreditar em nada. Leia a "creepypasta" a seguir:

Deus é neutro.

Muitas escrituras religiosas descrevem Deus como um onipotente puro e cheio de amor, enquanto muitos ateístas nem sequer acreditam na sua existência, pois "ele" seria tão "maligno" e "narcisista" caso exista. Mas assim que você começar a pensar profundamente sobre o assunto, você percebe que o mundo poderia ser mil vezes pior do que já é, e seria se Deus fosse um ser maligno. Mas, o mundo seria uma utopia paradisíaca se Deus fosse bondoso, e a violência não existiria, o que nos leva a conclusão que Deus é neutro, nada além de um observador.

Um observante de sua própria criação.

Compare Deus com um cientista: durante um experimento, o cientista pensa logicamente e não permite a emoção interferir, não importa o que aconteça. Deus pensa logicamente, e ele não interfere no seu experimento que é a raça humana, ou até a Terra de modo geral. Ao mesmo tempo que ele não melhora a vida em nada, ele também não causa nenhum mal.

Ele simplesmente nos observa. Nós culpamos Deus por todo o mal que acontece, enquanto ele está na realidade apenas nos observando, e nós, criando o mal. Deus não irá salvar ninguém, mas também não irá condenar ninguém. Ele apenas observa o seu experimento, e aqui ele estará quando acabar.

Um cientista não possuí poder sobre sua própria invenção. É impossível o controle do que acontece, caso contrário isso iria anular o objetivo de coletar resultados do que se teoriza. Deus não possuí poder sobre nós. Se nós estupramos, matamos, machucamos, ofendemos, ou cometemos suicídio, isso não é nada mais do que nossos próprios frutos.

Décadas de idéias, descobertas, sociedades, quedas de impérios, e entretenimento; foram apenas meramente pequenas mudanças no experimento.

Irá o experimento ser um sucesso? Bem, o que irá tornar deste o sucesso? Se nós acharmos a cura para o Câncer, colonizar Marte, ou criar clones; será que estas realizações são o que Deus está procurando?

Bem, e se a sua teoria é a de que a raça humana irá terminar em guerra, e todos nós iremos morrer? Será que isso significa que se conseguirmos, o experimento irá ser um fracasso? Bem, nós somos o experimento, então isso é meio paradoxal; mas mantenha na cabeça, Deus é uma entidade exterior, e a natureza em outro domínio poderia funcionar de forma diferente para nós.

Seriam os humanos uma raça antinatural? Tantas perguntas, mas a verdadeira resposta está aguardando por nós, dentro de nós.

OBS: Esta creepypasta foi traduzida por mim, mas ela pode ser encontrada no Creepypasta Wiki, eu não sou o autor original, aqui está a creepypasta em seu estado natural.

Chuva

Perguntam-me por que gosto da chuva.
Duasfaces.jpg

Desde pequeno, sempre sentia na chuva um alívio. Um doce conforto na leve fragrância deixada na atmosfera. É claro. Hoje sei que este odor característico provém da reprodução de bactérias que hibernam no solo, e que todos os fenômenos que acercam meus sentidos tenham suas remotas origens na mais perfeita e ordenada química. Como o véu de lágrimas que cobre a noite. Como o relâmpago que advém a tempestade e silencia o meu mundo. Como o orvalho que antecede a aurora...
Sim... Belezas que somente na mais pura e inocente das visões é que se fazem tão belas.

Mas não é somente por isto que me sinto deslumbrado pela chuva. Pois também encontro outros prazeres no gotejar cintilante que provém dos céus, como aquele que, em espaços urbanos, recai sobre a calha de meus telhados. Ou quando, acompanhado do vento, rebate-se contra a vidraça de minhas janelas. E mesmo fora de meu confinamento, onde me vejo face a incrível paisagem natural, o seu despencar (sonolento ou enraivecido) sobre a copa das árvores que amortecem o som de todo o ambiente, tornam a experiência algo extraordinário, algo único.

Ahh... É tudo tão primoroso. Tudo completamente sincronizado e em harmonia.

Porque é ela quem esconde o caminho que percorro por entre as matas. É ela quem apaga os rastros de meus encalços. É ela quem me abriga e protege de olhos curiosos. É ela quem amortece o solo profundo de onde cavo. É ela quem abafa os gritos incessantes de minhas vítimas. E o mais importante... É ela quem lava o sangue das minhas mãos.E ainda insistem em me perguntar por que gosto tanto da chuva.

Autor: Drin, L. P.

Os Filhos da Lua

Na cidade de Bisden, ninguém sai de casa após escurecer. Enquanto o sol se põe, as persianas são fechadas, velas são assopradas e portas são bem trancadas. Após a lua nascer, a cidade inteira parece estar deserta e o silencio reina.

“Você ouviu isso?” sussurra Freja, soando muito assustado e com medo na escuridão.
“Cale. A. Boca.” Seu irmão mais velho, Freud, sussurrou com os dentes cerrados enquanto encarava as janelas pretas da casa mais próximas a eles. Eles estavam provavelmente presos ali. Ninguém em sua sã consciência deixarias janelas destrancadas à noite. Não em Bisden, pelo menos.

“Eu te disse que não deveríamos brincar na floresta,” continuou Freja “Eu disse que devíamos voltar mais cedo.”

“E eu te disse para calar a boca,” Freud continuou. “Lamentar sobre o passado não muda o presente.” Freud olhou para sua irmã, tremendo no escuro. “Isso não muda a situação que estamos.”

Antes que Freja pudesse responder, o som rouco de uma risada infantil veio pelo vento.

Arrepios passaram pela nuca e pelos braços de Freud. Algo sobre aquele som parecia... errado.

“Talvez haja outro-.”, Freud apertou sua mão sobre a boca de Freja. Puxando-a para perto, ele recuou para as sombras do beco. Mais uma vez, o som espectral ecoou pelo ar. Freja se encolheu nos braços de Freud quando percebeu a magnitude da situação. Uma voz de criança, estranhamente distorcida, quebrou o silêncio da noite como um punho atravessando o vidro.

“Saiam, saiam, de onde vocês estão!”

A coisa cambaleou pela boca do beco – a alguns poucos pés do esconderijo de Freud e Freja. Aquilo tinha aproximadamente o tamanho de uma criança e era meio desengonçado, com seus praços dependurados grotescamento perto do chão – fazendo seu corpo desproporcional parecer um gorila.

Aquilo estava completamente pelado, e tinha uma pele tão branca que refletia o brilho da lua. A coisa virou a sua careca brilhante em direção ao beco enquanto o atravessava. Sua face era perfeitamente lisa, e inteiramente desprovida de características – exceto por um sorriso impossivelmente aberto sem lábios com a cor de sangue. Os cantos de sua boca pareciam se alargar de orelha à orelha. Freud sentiu um líquido quente passar pelas suas coxas enquanto sua bexiga vazava.

Freja choramingou.

A coisa parou no meio do caminho, com seu corpo rígido como pedra. Lentamente, ele virou seu torso enquanto encarava o beco. Ele tentou ir para a trás. Freja respirou tão fundo até que seu nariz começou a hiperventilar. Freud prensou sua mão sobre a boca dela, mas era tarde demais.

Numa velocidade absurda, a coisa virou sua cabeça para seu esconderijo, produzindo um estalar doentio de seu pescoço.
“Te achei!”

Na cidade de Bisden, ninguém sai de casa após o escurecer. Todos os dias, os jovens são severamente alertados para voltar para casa antes do entardecer. Eles sempre são avisados do mal que ronda as ruas pela noite. Eles sempre são avisados para ficar sempre em silêncio, pois, se eles te ouvirem – Os Filhos da Lua irão te rasgar de membro a membro.


Créditos: http://www.creepypasta.com/children-of-the-moon/#disqus_thread
Traduzido por: Paulo Guimarães

domingo, 11 de setembro de 2016

Incidente Wyoming - Capítulo 01

Primeiramente, para quem não sabe o que "Wyoming" significa, o nosso querido amigo, Wikipedia, pode lhe ajudar: https://pt.wikipedia.org/wiki/Wyoming

O Incidente de Wyoming (as vezes referido também como "A Interferência de Wyoming") foi um caso de espoliação/hacking de televisão. Um hacker afortunado conseguiu interromper transmissões de um programa local (acredita-se que o mesmo programa servia a muitas comunidades pequenas no condado de Niobrara) e rodou o seu próprio vídeo. O vídeo por sinal é obscuro e misterioso, repleto de significados ocultos/ou estranhos (porém, como todos nos ja sabemos, isso é relativo de pessoa para pessoa, alguns podem achar essa coisa toda uma bobagem, outros podem achar realmente misterioso), durante o percurso do vídeo, o visualizador ira se deparar com cenas em que estranhas cabeças aparecem, demonstrando diferentes tipos de emoções. A posição da câmera é alterada de vez em quando (usualmente de cada dez a quinze segundos) e o vídeo é interrompido por um anuncio de "APRESENTAÇAO ESPECIAL".

O vídeo é bem conhecido pelo local, e provavelmente não seria tão popular se não fosse pelos efeitos disparados em alguns dos residentes que assistiram o incidente por um longo período. Diversas reclamações incluíam vômitos, alucinações, dores de cabeça, etc. Enquanto alguns acreditavam que o ocorrido tenha sido paranormal, especialistas determinaram que a causa das aflições eram devidas as frequências usadas durante a transmissão. No vídeo, a frequência que se apresenta se encontra entre 17 e 19 hz. Esta faixa de frequência, quando reproduzida por um longo período de tempo irá causar vibrações sutis, as vezes induzindo a alucinações visuais.

O Incidente de Wyoming foi um dos casos de hacking mais recentes da historia. Tais ações eram raras até mesmo durante os anos 1980 (pesquise, por exemplo, "Chicago Max Headroom Incident"), e são mais raras ainda hoje em dia. O hacker ainda não foi encontrado, e todas as tentativas para encontrar tal pessoa foram fúteis.

Tal caso é misterioso, e duvidoso, ou seja, o blog não se responsabilizará por quaisquer danos que o usuário sofrer ao decorrer do vídeo, pode ser verdade, pode ser falsa, a verdade é que ninguém sabe quem foi o criador original do vídeo, nem onde o sujeito repousa.

UM ANUNCIO: Uma nova série no nosso blog está para começar! O seu nome será "Coletânea Wyoming", onde iremos postar videos bizarros e estranhos que tem algum tipo de ligação misteriosa com o incidente de Wyoming, iremos começar a série com o vídeo original do Incidente de Wyoming, veja a seguir:


keep creepying!
curta-nos no face: 
http://goo.gl/iCL8sR

terça-feira, 28 de abril de 2015

Para Onde as Crianças Más vão

Eu deveria ter uns seis ou sete anos, quando eu morava no Líbano. O país foi devastado pela guerra na época, e os assassinatos eram comuns e frequentes. Lembro-me durante uma era particularmente cruel, quando os bombardeios raramente cessavam, gostaria de ficar em casa sentado em frente a minha televisão assistindo a um show muito, muito estranho.

Era um show infantil que durava cerca de 30 minutos e continha imagens estranhas e sinistras. Até hoje eu acredito que o show era uma tentativa secreta dos meios de comunicação usarem táticas de intimidação para manter as crianças no lugar, porque a moral de cada episódio gira em torno de ideologias muito tensas: coisas como, "crianças más ficam até tarde", "crianças más ficam com as mãos debaixo das cobertas quando eles dormem", e "crianças más roubam comida da geladeira à noite."

Era muito estranho, e em árabe ainda para variar. Eu não entendia direito, mas a maior parte das imagens eram muito gráficas e aterrorizantes. A única coisa que eu gravei e não irei me esquecer, foi a cena final. Ela permaneceu quase a mesma coisa em todos os episódios. A câmera aumentava o zoom em uma velha e enferrujada porta fechada. Quanto mais próximo da porta, mais alto os gritos agonizantes se tornariam. Era extremamente assustador, especialmente para a programação infantil. Em seguida, um texto aparecia na tela em leitura árabe: "É para onde as crianças más vão." Eventualmente, a imagem e o som iriam desaparecendo aos poucos, e então seria o fim do episódio.

Cerca de 15 ou 16 anos depois eu me tornei um fotógrafo jornalístico. Esse show ficou marcado em minha mente por toda a minha vida, surgindo em meus pensamentos esporadicamente. Eventualmente, eu cansei disso, e decidi pesquisar sobre o programa. Eu finalmente consegui descobrir a localização do estúdio onde grande parte da programação desse canal tinha sido gravado. Após mais investigação e, eventualmente, viajar para o local, eu descobri que era agora desolada e tinha sido abandonada após a terrível guerra terminar.

Eu entrei no prédio com minha câmera. Ele estava queimado por dentro. Ou um incêndio eclodiu ou alguém queria incinerar todos os móveis de madeira. Depois de algumas horas cautelosamente fazendo meu caminho para o estúdio e tirando fotos, eu encontrei um quarto isolado e fora do caminho. Depois de ter que romper algumas fechaduras velhas e conseguir romper a porta muito pesada, eu permaneci parado e congelado na porta por alguns minutos. Vestígios de sangue, fezes e fragmentos de ossos minúsculos estavam espalhados pelo chão. Era uma sala pequena, e uma cena extremamente mórbida.

Mas o que realmente me chocou e me fez correr desesperadamente de lá foi avistar um microfone pendurado no teto, no meio da sala...

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Funnymouth

Venho informar para todos que eu, Rodrigo, estou de volta ao blog com tudo agora! Trago uma creepypasta que vai tirar o seu sono.

Funnymouth


* Funnymouth entrou em #ReferSales.
funnymouth: Olá a todos esta noite
funnymouth: Eu gosto de lmber sngue
funnymouth: de pessoa
funnymouth: eu enxrgo seu lindo rosto não fiq trste
funnymouth: vamos lá
funnymouth: :)
* Funnymouth saiu de #ReferSales.
GhostJeorge: ... Puta merda, que porra foi essa?
lemonlimeskull: Será que isso aconteceu?
GhostJeorge: Sim, Skull. Sim isso aconteceu.

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A primeira coisa que eu devo dizer é que eu sou "lemonlimeskull". Em outras palavras, esse é o meu nome ali em cima.

Essa foi a primeira vez que eu vi ou ouvi falar de "funnymouth", e por tudo que aconteceu, deveria ter sido a última. Qualquer pessoa que tenha passado o tempo suficiente conversando sabe que pessoas esquisitas aparecem. Pessoas que aparecem fazendo perguntas ou simplesmente trollando um canal famoso.

O que pareceu estranho sobre o funnymouth foi o fato de que ele veio e se foi sem algum objetivo particular. Ele não tentou irritar nínguém, e ele não veio perguntar se alguém no canal sabia como consertar seu computador ou remover um vírus.

Ele simplesmente se intrometeu no meio.

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lemonlimeskull: Então, realmente, o que diabos foi isso?
GhostJorge: Não tnho idéia.
GhostJorge: * Não tenho idéia.
lemonlimeskull: Ele está em outro canal, se você quiser ir atrás.
lemonlimeskull: #bluud
GhostJorge: Eu não quero não, senhor.
lemonlimeskull: XD
lemonlimeskull: Filho da puta.

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Eu não sei o que poderia acontecer se eu seguisse esse cara para o outro canal. Eu não sou do tipo que sai para irritar ou discutir com as pessoas. Eu normalmente tento evitar esse tipo de atitude a todo o custo, no entanto, uma vez que alguém começa a implicar comigo eu não me importo de chegar nesse ponto.

Eu acho que o que eu estou tentando dizer é que eu não tenho idéia do porque eu insistir nisso.

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* lemonlimeskull entrou em #BLUUD
lemonlimeskull: Eae.

Ele estava lá, sozinho por conta própria.

funnymouth: O)_(O
lemonlimeskull: :)
lemonlimeskull: Então...
funnymouth: O)_(O
lemonlimeskull: Então... Você está me observando.
lemonlimeskull: Isso é rude.
funnymouth: descupa
funnymouth: eu apenas gust de faser iso
funnymouth: não tem problema
lemonlimeskull: Entendo.
funnymouth: O)_(O

Na verdade, eu dei uma gargalhada em voz alta neste momento. Ele era estranho e inofensivo.

lemonlimeskull: Você pode voltar para #ReferSales se quiser.
lemonlimeskull: Nós não iremos te kikar se é com isso que você está preocupado.
funnymouth: O)_(O
lemonlimeskull: Ou não.
lemonlimeskull: O que quer que seja, cara, você parecia muito interessante e estou entediado esta noite.
funnymouth: eu tabemm esto etediado
funnymouth: eu nuca
lemonlimeskull: ... Você nunca o quê?
funnymouth: eu nuca é iso
funnymouth: eu nuca prqe eles nuca e entaaaaaaaooooo
funnymouth: eu fico nvergonado
lemonlimeskull: O-kay. Bem, vejo você por aí.
funnymouth: O)_(O

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E depois disso, eu saí. A conversa foi muito rápida, e eu pensei que ele era alguém tentando ser ou era um idiota que não sabia usar um programa de chat. Sentar em sua cadeira e procurar por outros chats de um em um segundo sem fazer nada parecia uma forma de se exibir para atenção. Talvez eu tenha feito isso nos anos 90, mas, eh... Estupidez.

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GhostJorge: Hmm?
lemonlimeskull: Nada. Eu seriamente não sei o que ele estava tentando dizer.
GhostJorge: Ha. Bem-vindo à internet.
lemonlimeskull: O que é triste é que, além de você e eu, esse cara é o único usuário ativo aqui a noite toda.
* Lemonlimeskull chuta Killjay e grita "ACORDA !!!"
lemonlimeskull: Blah.

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O silêncio dominou o canal por cerca de meia hora, quando eu minimizei a janela e fui fazer os meus negócios.

lemonlimeskull: Alguém online?

Nenhum. Oito usuários no canal, nenhum está ativo.

lemonlimeskull: TÉDIO.
lemonlimeskull: Por que vocês são tão chatos?
funnymouth: O)_(O
lemonlimeskull: ACORDEM.
* Lemonlimeskull coloca a mão de todos em uma bacia de água quente.

Demorei alguns segundos para ver ele novamente. Funnymouth novamente, observando novamente. Eu não conseguia acreditar, dei um suspiro "essa merda de novo não."

Então eu percebi que ele não estava no canal.

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lemonlimeskull:?
lemonlimeskull: ...
lemonlimeskull: Alguém mais percebeu ele?
lemonlimeskull: Claro que não, porque você está inativo.

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Obviamente, era apenas um glitch que ocorreu com o servidor. A mensagem foi pulada no início da noite, de forma aleatória. Essas coisas acontecem.

Do mesmo jeito, isso me arrepiou.

Depois de alguns minutos estando lá com a sensação de um frio, uma sensação macabra no meu estômago... Um sentimento de que "eu não deveria ter feito algo"... Eu decidi parar de enfrentar a isso, e fechei o programa do bate-papo.

Claro, eu PODERIA ter apenas ignorado tudo que aconteceu como se tudo estivesse bem, mas para que se preocupar em tentar provar que eu não estava assustado? Merda, ninguém ainda ao redor para falar comigo antes de eu sair.

Depois de mais algumas horas navegando na internet, fui dormir por volta das 2:40 da manhã.

Uma coisa que eu sempre me orgulhava era que eu nunca tive pesadelos. Pelo menos não regularmente. Geralmente, se há monstros ou fantasmas ou guerras nucleares no meu sonho, eu consigo controlá-los e então posso tirar satisfação de ter um grande momento. Estou atirando na cabeça de zombies, e ainda dizendo para os fantasmas que eles não são reais rindo da cara deles, e se há algum desastre, eu sempre sei como chegar ao local seguro.

O número de pesadelos que eu tive foram quatro pesadelos nos últimos dez anos, e sim, eu estou completamente sério.

O primeiro pesadelo da minha vida adulta foi em 2005. Eu tinha acabado de romper um relacionamento com alguém que estava com outra pessoa por mais de um ano pelas minhas costas. Naquela noite, quando eu finalmente consegui dormir, eu sonhei que estava amarrado a uma maca médica, enquanto algum tipo de criatura invisível inexplicável arrancou meu cérebro através de uma máquina orgânica.

O cérebro gritava sem cansar.

O segunda pesadelo era comigo visitando um centro médico onde eles estavam experimentando novos métodos de salvar vidas. Era um passeio fantástico nesta facilidade de alta tecnologia, a abundância de maravilhas da ciência moderna, as pessoas de jaleco, etc. Então, eu estava indo para uma sala onde três vítimas de um acidente de carro tinham sido "salvas" por suas técnicas. Isto incluía uma jovem cujo rosto tinha sido completamente distendido e deslocado em torno de seu peito, e uma mulher que não passava de um aglomerado de carne com membros, todos unidos por um longo tecido de carne.

O terceiro veio logo após a segunda. Eu estava sendo abordado por duas pessoas - um que queria me insultar sem parar, e outro que tentava me beliscar de maneira absurdamente ineficaz. Pensando que eu podia controlar esse sonho como os outros, eu defini os dois homens para brigarem um contra o outro, pensando que seria uma espécie de justiça poética.

Em vez disso, eles se tornaram cada vez mais violentos, até que um estava soqueando o rosto do outro, agarrando sua língua com um punho e furiosamente puxando-a até que ela saiu ... Então ele puxou as pálpebras do outro até que distendeu em algum tipo de prolapso grotesco.

Acho que o que estou querendo dizer é que, mesmo quando eu tive pesadelos, eu nunca fui o alvo real de qualquer tipo de horror. Ela sempre foi uma espécie de horror empático e brutal para os outros.

Esta noite, porém, era diferente. Assim que eu adormeci, eu comecei a sonhar. Basicamente, era um sonho recorrente onde eu estava na floresta, apenas observando animais e pássaros e frio e agindo de forma fria. Eu deitei na grama e observei o céu. Todo os sonhos eu saúdo, porque mesmo tendo um dia de merda, eu vou acordar feliz e pronto para começar de novo.

Desta vez, o roteiro mudou. Deitei na grama... Mas enquanto eu estava olhando para o céu, eu senti algo estranho.

Era uma sensação de algo melado e frio no meu pescoço.

No sonho, eu toquei em meu pescoço e tirei uma longa minhoca que contorcia. Minhocas me davam nojo. Se eu vejo uma no quintal, eu pego uma pá e bastante terra e ponho sobre ela simplesmente para que eu não possa vê-la novamente.

Com nojo, mas mais ou menos contente, eu tirei a minhoca de meu pescoço e continuei o meu sonho.

Então... Essa sensação novamente. Algo molhado e viscoso contorcendo-se em meu pescoço.

Tirei outra minhoca.

Novamente.

Na terceira vez, o sentimento de confusão e medo ficaram tão fortes que eu imediatamente acordei. Isso é o que geralmente acontece quando a merda pega em meus sonhos. Game Over.

Mas eu percebi uma coisa quando acordei. Toquei em meu pescoço e senti uma gosma viscosa na minha pele. Eu pensei que poderia ser eu babando durante o sono. Nada do que se orgulhar, mas não é exatamente aterrorizante. Minha mente durante o sonho deve ter traduzido o sentimento nojento de saliva em uma criatura aterrorizante na floresta.

Talvez o mais preocupante foi o fato de que ao redor da cama parecia ter marcas. Quatro marcas, para ser exato. Era como se alguém ajoelhado estivesse ali enquanto eu dormia.

Havia uma série de razões do que poderia ter acontecido... Mas a partir daquela noite, eu demorei muito para dormir. Qualquer coisinha, como o som de um ventilador de teto, me acordava imediatamente. Eu não tinha interesse em voltar para a floresta daquela noite novamente.

Quando amanheceu, eu estava pronto para sair de casa. Antes eu apenas fui verificar meu e-mail para me certificar de que não tem quaisquer transações pendentes ou perguntas que eu tinha de responder.

Surpresa!

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De: funnymouth@bluud.com Sábado, 17 novembro, 2012, 02:42
Para: Charles Watts <chwatts@refersales.com>

eu tinha um bom momento para falar com você que pode seeeer divertido anovamente você vai ver o que

eu nao gosto diso para

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Como você provavelmente se lembra, eu não havia dado meu endereço de e-mail para ele. No entanto, a resposta lógica seria que, alguém no canal deve ter passado o e-mail. Ele, obviamente, voltou a #ReferSales, perguntou para alguém quem eu era, e esse babaca me traiu completamente, sabendo que eu não dou a minha informação de contato pessoal.

Porém...

O e-mail datava 2:40. Isso foi no momento que eu fui para a cama... Quando todos no canal ainda não estavam presentes.

Mesmo que eu soubesse que eu estava sendo algum tipo de isca, eu respondi.

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De: Charles Watts <chwatts@refersales.com> Sábado, 17 novembro, 2012, 09:29
Para: funnymouth@bluud.com

Uhhhm, sim parça. Não queria exatamente que você me mandasse e-mails.

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Eu fui claro e direto ao assunto. Não havia dúvida na mensagem que eu estava enviando, e apesar de ter sido meio rude, eu não estava incitando ele para responder ao pedido e iniciar uma guerra.

Mas, é claro...

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De: funnymouth@bluud.com Sábado, 17 novembro, 2012, 09:30
Para: Charles Watts <chwatts@refersales.com>

porfavr
nem fiqe tão triste com esso

eu sei que vose pode gostar diso nos vimos se divertir muito do tempo

está tudo bem mesmo

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E com isso, eu bloqueei o endereço dele. Realmente, eu deveria ter feito isso antes, mas eu ainda tinha algum tipo de interesse em ver onde exatamente iriamos chegar. Talvez se eu colocasse meu pé no chão, ele iria admitir que ele estava apenas sendo um idiota e me chamaria de um cobertor molhado sem humor (a tradução quis que fosse assim kkkkkkk).

Por valer a pena, você pode relaxar neste momento. O bloqueio prende ele. Não havia nenhuma mensagem dele após o bloqueio.

Depois de alguns minutos, eu fui me certificar de que estava tudo bem e iria continuar meu dia. Quando cheguei ao entardecer em casa havia alguma coisa errada, eu senti uma sensação horrível e congelante em meu estômago... E eu não faço idéia do porquê.

Bem, isso não é bem verdade, eu tenho IDÉIA da causa.

Eu fui ver o meu e-mail.

Nada do "funnymouth", mas havia um e-mail do Jorge.

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De: Jorge G <ghostjorge@refersales.com> Sábado, 17 de novembro de 2012, 14:03
Para: Charles Watts <chwatts@refersales.com>

Hey,

Refersales.com está fodido. Não consigo fazer nada para carregar. Quando você estiver on-line, por favor dê uma olhada, ASAP (Assim que possível).

Fique na paz,
Jorge

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Aconteceu uma série de maldições. Tempo perdido significou perda de vendas, e eu tinha saído para passear durante todo o dia sem nenhum jeito do Jorge poder ter contato comigo. Se eu tivesse sido um pouco menos rigoroso com as minhas informações pessoais, ele poderia ter me chamado.

BluudCarreguei o site e esperei por algum tipo de tela de erro.

Em vez disso, ele começou a redirecionar para outra página.

Bluud.com



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De: Charles Watts <chwatts@refersales.com> Sábado, 17 de novembro de 2012, 18:15
Para: Jorge G <ghostjorge@refersales.com>

Sim, eu acabei de ver isso. Ele está redirecionando para um site com uma cara pixelizada gigante com uma língua estranho.

Eu acho que isso tem a ver com o funnymouth. Você deu a ele o meu e-mail? Com o domínio nele?

De: Jorge G <ghostjorge@refersales.com> Sábado, 17 de novembro de 2012, 18:23
Para: Charles Watts <chwatts@refersales.com>

É uma página 404, não um redirecionamento. O que você está fumando?. Tudo que eu vejo em Bluud.com é um aviso "em breve".

Jeorge.

De: Charles Watts <chwatts@refersales.com> Sábado, 17 de novembro de 2012, 06:25
Para: Jorge G <ghostjorge@refersales.com>

Har har har. Muito engraçado.

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Então Jorge me mandou um e-mail com uma screenshot do erro 404... Juntamente com um aviso dizendo "em breve" para Bluud.com

Ele poderia ter facilmente falsificado... Mas por quê? Quero dizer, se isso era algum tipo de brincadeira, eu não entendi por ser muito abstrato.

Quando eu vi os meus arquivos do site, tudo estava normal. Nada estava fora do lugar, e ninguém tinha sequer logado para mudar nada. Eu verifiquei nameservers do nome de domínio... O que faz rotas para um domínio... E nada estava fora de ordem.

Do mesmo jeito... Havia aquela face com uma língua estranha pendurada olhando para mim com seus olhos vazios de alma.

Então... Eu não sei como eu não me toquei nisso em primeiro lugar.

Olhando de perto, a imagem do rosto não estava realmente pixelizada. Ele era feito de letras minúsculas, um código HTML colorindo cada letra específica fazendo então a imagem.

Uma aqui e uma ali, a palavra que faz a imagem estava bem na minha frente. "funnymouthfunnymouthfunnymouthfunnymouth" em um grande conjunto de disparates.

Eu me senti como se fosse vomitar na tela.

Eu desbloqueei o e-mail dele e então comecei a escrever ameaças para ele. Eu não me importo mais realmente se eu vou ter o site de volta, eu só queria tirar o peso do meu ombro para que eu pudesse me sentir como se eu estivesse no controle da situação novamente.

Antes de eu conseguir terminar a mensagem... Eu senti aquela sensação estranha e arrepiante novamente. Aquela sensação "Não, não pode ser" em que você acha que é tudo um absurdo, mas ao mesmo tempo você sabe que está certo...

Eu fui dar uma olhada em meu inbox...

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De: funnymouth@bluud.com Sábado, 17 de novembro de 2012, 19:00
Para: Charles Watts <watts@refersales.com>

ew vejo seu lndo rosto

De: funnymouth@bluud.com Sábado, 17 de novembro de 2012, 19:00
Para: Charles Watts <watts@refersales.com>

ola colega

De: funnymouth@bluud.com Sábado, 17 de novembro de 2012, 19:01
Para: Charles Watts <watts@refersales.com>

vams la

De: funnymouth@bluud.com Sábado, 17 de novembro de 2012, 19:01
Para: Charles Watts <watts@refersales.com>

oie

De: funnymouth@bluud.com Sábado, 17 de novembro de 2012, 19:01
Para: Charles Watts <watts@refersales.com>

oe oie oie

De: funnymouth@bluud.com Sábado, 17 de novembro de 2012, 19:01
Para: Charles Watts <watts@refersales.com>

eum nau kero para nao

De: funnymouth@bluud.com Sábado, 17 de novembro de 2012, 19:01
Para: Charles Watts <watts@refersales.com>

eu nau xei sobre iso porfavor

De: funnymouth@bluud.com Sábado, 17 de novembro de 2012, 19:01
Para: Charles Watts <watts@refersales.com>

eu vej seu rostu lindaum

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Não era apenas as minhas sensações que estavam corretas, a sensação que eu tinha de que ele me mandou e-mails diretamente após desbloquear ele, mas na verdade parecia que ele estava me mandando e-mails desde que eu BLOQUEEI ele.

Então mais dez mensagens chegaram durante o tempo em que eu estava escrevendo...

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De: Charles Watts <watts@refersales.com> Sábado, 17 de novembro de 2012, 19:00
Para: funnymouth@bluud.com

PARA PORRA!!

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Eu estava pegando uma dor de cabeça de tanto estresse. Meu coração estava acelerado, não de medo - mas de raiva. Funnymouth talvez seja a pessoa mais irritante em toda internet - e isso é dizer muito.

Felizmente, a sequência de letras, de fato, parou.

Eu tentei me acalmar, respirar fundo, mas não parecia adiantar. Eu ainda estava puto da cara. Metodicamente, eu enviei para ele outra mensagem cheia de amor.

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De: Charles Watts <watts@refersales.com> Sábado, 17 de novembro de 2012, 19:21
Para: funnymouth@bluud.com

Oi.

Eu não estou entendendo o que você quer dizer. Eu acho que temos uma barreira linguística entre nós. A sua língua primária é inglês?

Eu acho que você fez algo em meu site, e eu gostaria que você o desfizesse.

Se você está com raiva de mim, não foi minha intenção primária provocar tamanha raiva. Talvez você tenha desentendido o que eu disse, ou o que eu quis dizer.

Por favor, restaure meu site para a forma normal e vamos seguir nossos caminhos sozinhos.

Obrigado.

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Eu esperei.

Eu tentei pensar em como eu iria controlar minha raiva, e eu acho que a melhor maneira foi descarregando toda a raiva na mensagem mesmo. Este cara concerteza entendeu o que eu disse. Ele deve ter percebido o erro que cometeu.

Eu me acalmei. Tudo iria ficar bem.

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Até que...

De: funnymouth@bluud.com Sábado, 17 de novembro de 2012, 19:23
Para: Charles Watts <watts@refersales.com>

O)_(O

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Eu pulei da cadeira.

Eu pulei da cadeira e atravessei todos os limites do céu e além. (ou infinito e além!)

Eu quebrei o monitor com minha palma e derrubei ele da mesa. Isso me irritou ainda mais, enquanto eu dei socos e murros em meu teclado até que as teclas voassem pelos ares. Eu gritei com uma mistura de frustração comigo mesmo e raiva da situação, saí pela minha casa destruindo tudo.

Quebrei tudo o quanto eu podia de acordo com minha energia, devastando minha própria merda. Eu poderia queimar a casa inteira se eu estivesse com um isqueiro.

Naquela noite, eu encarei o teto para o que me parecia uma eternidade até cair no sono.

Aguardando o sono, eu sabia que eu estava andando de cara para um pesadelo. Eu apenas sabia disso. Assim era como a minha sorte estava indo. Imagine o quão surpreso eu estava, até no sono, ao invés de algum lugar horrível, eu estava completamente seguro...

A floresta.

Eu deitei sobre a grama novamente. Eu senti o relaxamento. Eu sabia, até o meu subconsciente sabia, que tudo ficaria bem. Não importava o quão pesado seria o que o mundo jogaria contra mim, o mundo apenas iria fracassar. Nada era permanente. Tudo estava em transição. Ninguém conseguia me pegar.

Eu senti um rastejo sobre meu pescoço novamente.

Não. Nada poderia estragar isso agora. Eu ignorei a minhoca. Ela iria embora.

Eu senti o rastejo se dirigindo até minha boca. Agora, eu não podia mais acordar. Eu sempre conseguia acordar nas outras vezes... Mas parece que isso era algo do passado agora.

Então, aquilo não era uma minhoca. Era um dedo. Então outro. Então outro até quatro rastejantes viscosos dedos estavam se agarrando em minha dentina, agarrando meu maxilar inferior.

Não doeu quando aconteceu.

Foi mais pressão do que dor.

Foi rápido e antes de eu mesmo saber, acabou.

Eu então consegui acordar. Sentei-me e fiquei de pé na escuridão completa. Sentindo o meu caminho apenas pelas paredes, eu andei até o banheiro. Aqui, eu finalmente achei um recurso de luz.

Eu estava diante do espelho, esfregando os olhos e tentando me adaptar ao ambiente.

Eu fiquei parado diante do espelho sem fazer nada. Sem sentimentos. Sem pensamentos.

Então eu sorri.

Eu sorri o máximo que eu podia, agora que meu maxilar estava quebrado, solto e pendurado perto do meu pescoço. Minha língua pendeu para fora, como uma lesma paralítica e gosmenta.

Meus dentes estavam aos pedaços, e eu poderia remover cada um simplesmente com a mão e com a mesma dor de uma agulhada.

Eu dei uma gargalhada, o som do deslocamento dos dentes parecia de uma goteira do esgoto.

Que rosto bonito!

Mas que boca engraçada!

Uma funnymouth!

Uma funnymouth funnymouth funnymouth!

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* lemonlimeskull entrou em #ReferSales.
lemonlimeskull: Eu vejo seu rosto bonito.
lemonlimeskull: Não fique tão triste com isso!
lemonlimeskull: :)
GhostJeorge: Hey, aonde diabos você esteve?
GhostJeorge: olá? Charles?
GhostJeorge: ...
lemonlimeskull: O)_(O
* lemonlimeskull saiu de #ReferSales.

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Créditos para Slimebeast.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Corpo Seco: A Rejeição da Alma.

Antes havia falado sobre a origem do corpo seco e dentro disso várias histórias foram criadas e contada sejam elas reais ou não todas elas são bem interessantes por tratar de algo que tem sempre um fundo de realidade.  

Vamos a história.

 Á ultima casa da rua escondia um mistério, era muito estranha e depois que o pai e a mãe do homem que ainda vivia lá tinham morrido tudo tinha se transformado em um lugar sombrio, as plantas já não tinham vidas, pareciam secas, sem folhas, pássaros e outros animais não circulavam por perto dela.
As noites eram longas, os gritos de agonia deixavam todos na vizinhança acordados, ninguém se arriscava a ir lá saber o que estava acontecendo, sabiam que aquele homem era maldoso, era o responsável pela morte da mãe e do pai, tinha causado desgosto e os maltratou até a morte.
Em uma noite fria e chuvosa os gritos cessaram não se ouvia nada, foi à noite mais tranquila dos últimos anos. No dia seguinte os vizinhos desconfiaram, a movimentação na casa parou, mas ninguém tinha coragem de entrar e descobrir o que tinha acontecido.
O silêncio foi tomando conta, não se ouvia qualquer barulho que chamasse atenção, os vizinhos não tinham mais desculpa, tinham que saber o que aconteceu naquela velha casa sombria. José Alves e Luiz Gomez decidiram entrar para verificar e dar uma reposta aos vizinhos que já estavam aflitos com a situação.
Depois de vasculharem toda casa encontram o homem morto, pelo estado do corpo parecia que tinha sofrido muito, a posição do corpo era de quem tinha agoniada por muito tempo com dores ou um demônio se empoçando de sua alma.

Apesar de sua história de maldade os vizinhos em consideração aos seus pais foram enterrar o corpo, uma discussão foi feita e a população da pequena cidade não queria aquele defunto enterrado no cemitério aonde seus familiares já se encontravam, a única solução seria enterrá-lo debaixo da grande árvore próximo a sua casa, a qual já se encontrava totalmente seca, sua imagem era atemorizante, seus galhos secos em noites de lua cheia formavam figuras que assustava todo mundo que passava por perto por se tratar de um caminho que dava acesso à pequena rua da cidade.
Em um fim de tarde isso foi feito o enterro, poucas pessoas acompanharam, depois da ultima pá de terra jogada em sua cova embaixo da grande árvore seca um raio cortou o céu como se pronunciasse um temporal, mas as nuvens não estavam carregadas.
Na mesma noite alguns moradores ficaram obsevando se alguma coisa poderia acontecer, pois os raios ficaram frequentes e isso deixou muitos desconfiados, pois seria uma coincidência depois de um dia tranquilo o tempo mudar de uma hora para outra, mas nada aconteceu de anormal.
Depois de vinte e um dias um filete pequeno de névoa formava-se em um espectro enquanto saia da cova ganhando altura até os galhos secos da velha árvore, depois ganhou o céu e sumiu entre as nuvens escuras, o mesmo vento que a levou a trouxe de volta, o céu tinha rejeitado aquela pobre alma, sua maldade na terra tinha sido tão grande que foi recusado.
A terra em volta da grande árvore seca se estremeceu, o céu ganhou uma cor tenebrosa, uma leve chuva começou a cair seguida de raios e trovões assustadores.
O espectro agora viajava para as profundezas do inferno percorrendo um caminho longo, não demorou muito e novamente a terra se estremeceu em volta da velha árvore seca.
O inferno também rejeitou aquela alma, o diabo não queria concorrente em seu território sabendo das maldades do homem que tinha causado a morte do pai e da mãe.
A terra em volta da grande árvore seca novamente se estremeceu, agora com mais intensidade, numa reação estranha começou a se revirar, como se tentasse expulsar algo de sua profundidade. Não demorou muito um corpo começou a sair até ser expulso em sua totalidade.
Numa reação espontânea, todo tempo mudou, o céu escureceu e ficou carregado, os raios intermitentes ganharam o céu e riscavam a escuridão clareando alguns pontos. Em cada raio a grande árvore ganhava uma forma assustadora revelada pela luz, a terra em sua volta parecia viva.
O tempo de repente parou tudo em volta ficou em silêncio, as nuvens carregadas pararam no céu, a chuva cessou os raios também cessaram. Em meio à terra toda remexida um corpo começa a se erguer até ficar de pé e em um clamor penoso falou:
- Por que estou vivo, olha meu corpo todo em decomposição, todo seco. – Fui rejeitado no céu, o inferno também me rejeitou e até a terra não quis me decompor, por que isso estar acontecendo comigo. – Diz o Corpo Seco em um tom de voz penoso.
- Tua alma estar condenada, tua maldade foi muito grande, mataste teus pais, isso é uma coisa que nem o diabo fez como poderia receber uma alma tão má. – Diz uma voz que desce do céu.
- E agora como vai ser a terra também rejeitou meu corpo, minha carne não apodreceu, ficou seco, o que vou fazer. – Diz Corpo Seco tentando uma resposta.
- Você vagará pela terra e pagará pelos seus pecados, a partir desse momento você não pertencerá a nenhum de nós, os quatro elementos não serão responsáveis por sua decomposição e apenas outro ser que renasceu após a morte poderá te destruir. – Diz a voz vinda do céu explicando sua sina como zumbi seco vagante na terra.
Em uma reação de raiva e ódio Corpo Seco se ajoelha embaixo da grande árvore seca e emite um grito que ecoa por todos os cantos anunciando sua ira.
A cena é arrepiante, uma noite fria, o céu carregado, raios coindo do firmamento cortando a escuridão enquanto suas luzes formam figuras assombrosas em contraste com os galhos da velha árvore que parece ter vida.


Em um aspecto tenebroso Corpo Seco se aproxima da velha árvore e a circula marcando lugar o qual aguardará suas vítimas se aproximar ou passaram pelo caminho para sugar seu sangue e os transformarem em corpos secos com a sua semelhança e maldade.

Desconhecendo os perigos da noite três jovens com uma garrafa de bebida passando de um para o outro enquanto dar um golo e em suas mãos um cigarro de maconha que tragado ilumina a noite revelando sua localização se aproxima da grande árvore seca.
O mais drogado observa a grande árvore e fala:
- O que essa velha árvore estar fazendo aqui, não tem folha, não dar frutos, só tem esses galhos secos, não serve para nada, vamos tocar fogo em seu tronco para vê-la cair. – Diz sorrindo.
- É mesmo, vamos tocar fogo nela, não serve pra nada. – Diz o outro drogado sorrindo com euforia.
- Vamos juntar uns gravetos pra o fogo pegar melhor. – Diz o outro empolgado com a ideia.
Quando um dos drogados começa a pegar os gravetos sente um peso enorme em suas costas, como se começasse a carregar outro corpo. Nesse instante um fedor de carne podre começa a tomar conto do lugar, Corpo Seco sem piedade consome seu sangue deixando-o a sua semelhança.
Isso acontece um por um sem que tivessem qualquer reação, naquele momento uma legião começaria a ser formado por zumbis de corpos secos liderados pelo a pior alma conhecida até aquele momento, o assassino algoz de seus pais, agora denominado Corpo Seco.




A Lenda do Corpo Seco.

Olá Pessoal, Venho por mais uma vez aqui trazer uma lenda muito interessante mais conhecida como corpo seco. Abaixo irei falar de toda a sua origem. Espero que gostem.

(Abaixo Uma ilustração feita por um artista do interior do nordeste)

 Corpo-Seco: uma assombração que ataca nas estradas

Origem e o que é 

O corpo-seco é um personagem do folclore brasileiro comum no interior dos estados de São Paulo, Minas Gerais e região Centro-Oeste. De acordo com a lenda, o corpo-seco foi um homem muito malvado que vivia prejudicando as pessoas. Era tão ruim que maltratava e batia na própria mãe.

A lenda do corpo-seco 

Após sua morte, de acordo com a lenda, ele foi rejeitado por Deus e até pelo diabo. Até mesmo a terra, onde havia sido enterrado, o expulsou. Com o corpo em estado de decomposição teve que sair de seu túmulo. Começou a viver como alma penada, grudando nos troncos das árvores, que secavam quase que imediatamente.
Ele então passou a viver assombrando as pessoas nas estradas. De acordo com a lenda, quando uma pessoa passa na estrada o corpo-seco gruda em seu corpo e começa a sugar o sangue. A vítima da assombração pode morrer caso ninguém passe na estrada para salvá-la. 


O medo do corpo-seco

Muitas pessoas que acreditam em lendas e são supersticiosas tem medo de caminhar em estradas desertas do interior, pois acham que podem ser atacadas por esta assombração. Muitos pais e avós, moradores destas regiões, também contam esta lenda para as crianças para provocar medo e evitar que elas saiam sozinhas por regiões desconhecidas.






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