sábado, 20 de setembro de 2014

// FREQUÊNCIA DE POSTAGENS \\

Bom, como vocês estão vendo, o blog está diminuindo a frequência de postagens, graças as aulas! Ebaaaaa!
Então, vai diminuir um pouco a frequência de postagens, porém, não deixarei de postar. 

Até logo! 

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Reservoir


Existe esse restaurante, ele não é propriamente um lugar, uma localidade em sí, mas um conjunto. Nunca é tão grande que dê agonia ou tão pequeno que dê claustrofobia. As mesas e o cenário tem uma decoração extremamente requintada, e por mais que você preferisse estar em um bar de beira de estrada, vai gostar do ambiente.

Infelizmente não possui um endereço fixo, mas alguns dizem que ele vive em sua saudade, em suas memórias mais frágeis, e até mesmo em algum canto quebrado de sua mente. Eles não entregam em casa e não fazem reservas, mas sempre que você os encontrar, eles terão o melhor lugar no salão separado para sua pessoa. Não se entra acompanhado, apenas sozinho. É um pré requisito para manter o tratamento de alta qualidade. O atendimento é sem igual e a comida, bem, a comida...

Como achá-lo?

Uns dizem que a maneira mais fácil é se entregar à solidão, é se tornar melhor amigo de sí mesmo e da massa enegrecida que vai crescer dentro de você durante esses longos dias de isolamento. Diz-se também para comer apenas pão sem sal e beber água, se abster de sabores durante um longo período. Não há um prazo estabelecido, sabe-se que cedo ou tarde você vai se sentir impelido a sair, e mesmo tendo passado dias preso em casa e comendo só o básico para sobreviver, você se sente inteiramente disposto para ir até lá, e, naturalmente, você sabe onde é.

Antes de sair de casa você põe uma roupa que julga adequada a uma situação deste porte, se barbeia ou se maqueia, se olha no espelho, confere as horas e senta em seu sofá, cadeira, cama, onde preferir. Ao piscar os olhos você estará caminhando por ruas que conhece, mas não vai se lembrar de como chegou ali.

Após longa caminhada a luz fosca do poste que fica de frente ao restaurante se insinua e você a segue.

A faixada é larga e o prédio é só um andar, grande e requintado. Ao chegar na porta o segurança lhe faz uma leve reverência, sem lhe olhar nos olhos, e abre caminho. O recepcionista tem um fino bigode e um sorriso pegajoso, o cabelo encharcado de gel e extremamente magro com sobrancelhas grossas e negras. Então ele pega sua planilha, retira um pedaço de papel vazio e lhe indica o caminho até sua mesa.

O salão aparenta estar vazio, ao longe, como a quilômetros de distância você vê outras pessoas sentadas, em grupos, comendo, rindo, se divertindo, mas antes que você pense em se levantar para mudar de mesa ou olhar melhor a atividade da aparente festa um garçom altíssimo lhe contém com uma suave mão no ombro e lhe informa que seria falta de educação sair agora, uma vez que seu pedido já estava para chegar. Mas você ainda não havia pedido nada. Não? Mesmo? O garçom tinha a impressão que sim. Longo como um eucalipto e mais magro que o recepcionista o garçom então pergunta se quer olhar o menu ou se deseja o especial do da casa.

Intrigado você resolve olhar o menu e o garçom desliza ao outro lado da sua cadeira e lhe apresenta um menu aberto. Ele mesmo o segura para que você leia, e ele treme como se houvesse bebido café demais, você tem certa dificuldade para ler, mas consegue. No vibrante menu você distingue diversas opções e conhece todas elas, variantes de pão-com-ovo até lagosta ao molho de camarões, que você comeu uma vez num jantar de uma empresa que visitou. A tabela não mostra preços. Se pedir qualquer um deles o garçom lhe informará que não estão disponíveis, e, curvando o corpo como um guindaste ele lhe informa que o especial da casa é a melhor pedida, o preço é modesto, o sabor incomparável e se não estiver disposto a provar, pede-se apenas que se retire gentilmente e nunca mais volte.

Então você toma a decisão. Pode levantar, se retirar e nunca mais voltar, ou ficar e provar o especial da casa, com seu modesto preço e relativo vantajoso custo-benefício.

Se for embora e tentar retornar ao lugar repetindo o dito processo outra vez, falhará terrivelmente.

Se ficar terá todo o tempo do mundo com a longa face paciente do garçom a lhe encarar a mais ou menos 15 centímetros de distância, quase dobrado para lhe encarar, até tomar sua decisão. Então por fim você pede o especial da casa. O garçom se ergue com agilidade e as luzes do teto aumentam e abaixam. Em um minuto o garçom retorna com uma bandeja e põe sobre a mesa. Antes de levantar a tampa o garçom questiona se realmente quer o especial, e lhe informa que na bandeja se encontra o preço a ser pago, mesmo antes do consumo. Você concorda e ao erguer a tampa ele revela um prato simples com uma colher e um copo de água do lado. No prato você vê um montículo de serragem. Serragem. O garçom explica que o preço é saborear a serragem e beber a água, após a refeição principal. Em algo que parece ser uma provocação o garçom pergunta mais 3 vezes se você tem certeza. Quando você responde pela terceira vez que sim olhando para o estranho preço no prato ele tampa bruscamente a bandeja, fazendo um estrondo terrível no salão e fechando a cara. Em fúria ele sai e retorna outro minuto depois com a entrada.

De volta com o sorriso ele lhe serve o seu café da manhã preferido. Seja ele qual for. Ao comer a primeira garfada a mesa se transfigura naquele seu lugar favorito para tomar café, seja uma mesa de avó, seja um sofá no seu apartamento, e o gosto é perfeitamente igual e maravilhoso, tudo que deseja, o garçom lhe traz. A parte que você estranha é a seguinte: Você não se sacia nunca, mesmo comendo quilos e saboreando o paraíso de suas melhores memórias. Pergunta ao garçom e ele lhe responde que é assim mesmo, que os ingredientes são finíssimos e levíssimos. Então, quando você estiver enjoado de café da manhã, após alguns minutos comendo, ou algumas horas, você pede o prato principal. O garçom lhe informa que logo servirá.

Conforme ele traz mais bandejas a mesa aos poucos se transfigura nas suas melhores memórias de almoço, nas mais felizes, nas situações mais diversas, e todo o seu desejo culinário é realizado, você come de se entupir e não se sacia nunca, mas tudo bem, o gosto está maravilhoso mesmo.

Após o tempo que for que você levou no almoço, o garçom lhe trás a janta, seguindo o mesmo padrão das outras duas refeições, infinita em sabor e quantia, mas sem lhe encher o estômago.

Segue-se, por fim, a ceia e, finalizando, uma rodada final de tudo do que você mais ama comer na vida. Ao dar a última garfada antes de se entediar com a maravilhosa refeição, finalmente você se sente satisfeito. O garçom retorna e lhe pergunta se é tudo, se não deseja ficar mais tempo, mesmo tendo ficado por ali já horas, dias, ou até semanas, como preferir, e segue o mesmo padrão, lhe pergunta muitas vezes até ter certeza que você quer mesmo ir embora e quer pagar a conta.

Feliz como nunca esteve antes em sua vida, se sentindo revigorado e refeito, pronto pra enfrentar qualquer demônio que aparecesse dali pra frente após ser tão bem tratado, levando em conta a vida miserável que esteve levando nos últimos tempos, você, satisfeito, paga a conta sem reclamar.

Um prato de serragem com água.

Você come e é exatamente isso, serragem e água, sem sabor, sem apelo, só serragem seca e água.

Ao terminar o prato você se sente empanturrado. Cheio como nunca antes.

O garçom lhe agradece a presença e quando você se sente preparado, se levanta e vai até a saída. O recepcionista lhe agradece e agora você nota como ele o o garçom parecem ser irmãos.

Quando olha para trás pra tentar ver o restaurante mais uma vez, nada mais existe. Simplesmente evaporou. Então, sem questionar as esquisitices da noite, você se vira e quando pisca os olhos está em sua cama, olhando para o teto, e então dorme.

No dia seguinte segue para sua rotina diária e vai tomar seu café, comer seu cereal, seja lá o que for, e, o menos esperado lhe acontece. Um medo terrível vai tomando conta de você. O gosto é exatamente o último que você provou. Serragem. Até a água. Cada sabor se tornou serragem.

Você corre de bar em bar, restaurante em restaurante, comendo como um louco, sem fome, mas sem se saciar, e sentindo o terrível gosto da serragem em cada mordida de cada prato diferente.

Por dias a fio você vive nesse desespero, sem fome, com vontade de comer para sentir sabor e sem se saciar, com gosto de serragem em tudo. O sal não ajuda, nem molhos, eles também tem o terrível sabor. Absolutamente tudo.

Então você desiste, não vê saída para a atual situação.

Alguns se matam em dias, outros passam o resto da vida tentando voltar para o restaurante repetindo o processo do pão e da água e do isolamento mas tudo que conseguem é mais desespero. Não há volta.

Você provou a melhor refeição de sua vida, o quanto quis e o quanto pode. Foi avisado do preço e o pagou consciente e satisfeito.

Se lembrando ainda daquela noite você vasculha suas roupas que foram usadas para lavá-las e em um dos bolsos encontra aquele papel branco vazio que o recepcionista lhe entregara. Ao virá-lo uma simples mensagem em letras pretas e cordiais informam:

"Satisfação garantida, não realizamos devoluções."

terça-feira, 16 de setembro de 2014

"foundonthetape" O mistério de Half life 2

Olá caro leitor, hoje nós iremos abordar um assunto não tão conhecido aqui no Brasil, o canal foundonthetape, cujo enviou 3 vídeos, que diria ser pelo menos assustador.

O canal enviou primeiramente um vídeo que aparentava ser uma fita antiga, como se pode ver no inicio, aparece uma seta de começo, então o video prossegue mostrando um pé de alguem, um elevador(?), um motor(?) e uma cabeça decepada. Depois disso o vídeo acaba.

O nome do canal já diz qual seria o contéudo:
Found on the tape = Encontrado na fita.

O segundo envio do canal começa da mesma maneira do que o primeiro, com uma setinha indicando que começou. Aparece novamente os pés de uma pessoa sendo que dessa vez aparece uma cabeça que não pode ser indentificada, parece ser de um velho ou alguem com barba, depois disso aparece uma sala(?) e após um segundo mostra um circulo feito de numeros girando. Após isso aparece o algo que parece ser um macaco ou ser hominídeo. Após isso aparece algo que aparenta ser um corpo totalmente branco sem cabeça, novamente a cabeça de um velho(?) aparece dessa vez fica por mais tempo até que aparece uma tela com o botão de stop.

Um grupo de pessoas do 4chan e do Reddit se interessaram por este circulo de numeros e decifraram a mensagem. A mensagem era na verdade um link para um mapa do half life 2.

O mapa era uma sala escura com um tema de Shepard tocando, e que você não podia mecher o mouse por estar com uma camera fixa. A unica maneira de sair do quarto era desabilitar o "view control" Uma das funções dos codigos de half life 2. Após tentar sair do quarto uma imagem e um som extremamente alto (conhecido como screammer) faziam o jogo parar.

O que poderia ser isto?

Uma fita perdida de algum assasinato? ou até de criaturas perdidas no tempo? Não sabemos.

Entre o segundo e o terceiro video o canal posta uma mensagem que diz:

"Hey you, any source outside of or not referenced by the foundonthetape youtube channel is not affiliated with us, including any twitter channels or external informati666f756e646f6e7468657461706540676d61696c2e636f6d20656d61696c2031302e376d62"

Traduzindo fica:

"Ei você, qualquer material fora ou não referida pelo canal foundonthetape não é afiliado nosso, incluindo contas do twitter ou outros Infomaçõ666f756e646f6e7468657461706540676d61696c2e636f6d20656d61696c2031302e376d62"

Traduzindo os numeros fica: "10.7MB email foundonthetape@gmail.com".
Se você tentasse enviar um email qualquer a este endereço ele te mandava automaticamente uma mensagem e um link: "preso estou preso estou preso estou preso estou preso. http://www.megaupload.com/?d=3JLYPG9M”." (Este link está, quebrado pois o megauploud foi fechado devido a lei SOPA)

Este link continha um mapa do half life 2, em que você estava em duto de ventilação e devia escolher entre dois finais, um em que você morria e ia parar em uma sala branca com um ruido umas vozes falando coisas que não dá pra entender ou você é perseguido por uma criatura e o jogo trava.

O terceiro mapa foi enviado apénas para as 10 primeiras pessoas que enviaram algo para o email do foundonthetape. Era basicamente igual ao segundo.

No terceiro vídeo aparenta ser uma escavação de minas ou até o centro da terra. No inicio aparece uma luz, depois disso aparece uma janela amarela e rapidamente volta a luz. Depois disso aparece uma broca espirrando agua. Logo após isso aparece uma camera andando em uma mina com um teto baixo. Após isso aparece outra mina sendo que a camera gira. A broca volta a aparecer sendo que não espirra nada e uma seta alterna de cima para a esquerda. Após isso aparece um mapa com o nome "Earth tunnel complex" e depois disso o vídeo acaba.

Depois do video 3 o canal posta:

"011010000111010001110100011100000011101000101111001011110111011101110111011101110
010111001101101011001010110011101100001­011101010111000001101100011011110110000101
100100001011100110­001101101111011011010010111100111111011001000011110101000010­010
11000010110000100001100111000010011000101001000110000"

Que traduzindo fica: http://www.megaupload.com/?d=BXXC8LR0 que levava a mais um mapa, que não se há informações sobre tal.

Também foi encontrado um link para um arquivo de audio chamado "radionoise1" que dizia em codigo morse: Não há como sair. Não há escapatoria. Por tanto tempo. Envie ajuda. Não siga o som. Não há escapatoria.

Após isso o canal curtiu o vídeo de uma das gameplays de um de seus mapas.

Depois disso o canal parou de postar vídeos. Por que será? Revelou coisas que não devia? Partiu para o inferno devido a um pacto? Talvez nunca saberemos. Talvez ele esteja bem perto de você...

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Sempre Siga a Luz..

Era uma manhã fria, o rigoroso e tenebroso inverno chegava à cidade. Eu estava dormindo, como planejava fazer assim que as férias chegassem. Não sou um adulto ou algo do tipo, só uma criança que não quer ir à escola. Mesmo assim fui chamado por uma voz peculiar. "Matheus, venha tomar seu café da manhã enquanto ainda está quente!" Matheus, sim, este era o meu nome. Estava tão desnorteado quando acordei que havia me esquecido por alguns segundos. Levantei-me da cama e abri a janela, o leve vento veio ao meu rosto e eu pude sentir como o clima estava lá fora. "Vou por uma outra roupa", pensei eu. Caminhei até o armário e olhei-me no espelho que existia dentro dele. Eu já estava com uma roupa ideal para o frio. Talvez eu tivesse dormido com ela, não me lembrava ao certo. Confuso, desci e fui até a cozinha. "Bom dia dorminhoco", eu era recebido calorosamente pela minha mãe, "Dormiu bem?" "Mais ou menos.", eu respondi com a cabeça baixa e com sono, enquanto ela colocava o meu cereal. "Tudo bem, o rádio disse que devido à grande quantidade de neve, nas escolas não haverá aula, você poderá aproveitar o dia." Aproveitar o dia, uma frase que não me lembro de ter escutado já faz um tempo. Eu comi o cereal lentamente, enquanto escutava à música da rádio. Calma e tranquila como a manhã que se iniciava. "Nossa, esta música me traz lembranças", minha mãe dizia com um sorriso no rosto e enquanto lavava a louça. Ela começou a cantarolar. Eu escutava à música enquanto tomava uma xícara de chocolate quente. Eu me lembrei de onde ela surgiu, um período bem longe e que me espanta ela lembrar. O nascimento de minha irmã, enquanto estava eu e meu pai na sala de espera. A mesma música também estava tocando para os médicos durante a operação. O clima frio e a música relaxante acalmava tanto médicos quanto pacientes e causava uma sensação de conforto em um local onde podem acontecer tanto milagres quanto mortes. Lembrando-me disso, eu também senti um sentimento de nostalgia. Este sentimento, fazia meu coração doer e eu não sabia o que era. Eu me levantei e disse: "Já volto." Corri para o meu quarto e olhei novamente para a janela, vi a neve cair e senti a nostalgia aumentar até o momento que meus instintos me chamaram para olhar para o lado. Ali eu vi a foto de minha irmã e eu nos divertindo juntos e me lembrei de algo que eu não deveria ter esquecido jamais, provavelmente eu devia estar doente ou algo assim para ter me esquecido. Minha irmã estava morta, atropelada por nosso pai que saiu de casa, magoado e sem perdoar a si mesmo. Provavelmente se matou depois de fugir, nunca conseguiram encontrar ele. Eu segurei a foto e comecei a chorar, fazia tempo que não chorava assim, não entendia o porquê até me lembrar porque este dia era tão familiar.

Eu comecei a me lembrar de um ano atrás, fazia exatamente um ano que ela havia morrido. Mas a lembrança que me veio à cabeça foi um pouco antes disso. Foi em um dia como esse, com muita neve e o vento frio, eu estava com uma roupa parecida com essa e minha irmã também estava com outra que também servia para o frio. Estávamos observando o céu, infinito e único como ele só e conversando enquanto fazíamos anjos na neve. "Irmãozinho, será que um dia nossos pais vão nos levar à Disney?", ela perguntava feliz. "Eu realmente espero que sim, também estou doido para ir!", eu respondia tentando dar algum conforto, na época eu sabia que nossos pais estavam longe de sequer ter a quantia necessária para fazer uma viagem dessas. Ficamos lá a tarde toda, brincando de anjos na neve, guerras de bola de neve e tudo relacionado à neve. Até o momento em que olhamos o céu e víamos ele ser coberto por algumas nuvens, um fenômeno um pouco comum, mas que acabou dando origem a uma ideia incomum. "Irmão, criei uma nova brincadeira!", dizia minha irmã enquanto corria até mim para me levantar da árvore na qual eu estava encostado cochilando. "Sério, qual é?", eu perguntava com curiosidade. "Olhe para o céu, vê aquela luz?". Eu desviei meu olhar para o céu para encontrá-lo parcialmente coberto. No meio dele estava um pequeno buraco, que permitia uma faixa de luz descender na Terra e assim iluminá-la, como uma estrela-guia ou o sinal de um caminho. Incrivelmente, os meus pensamentos se aproximaram da ideia de minha irmã. "Eu chamo esta brincadeira de 'Sempre siga a luz'!", ela dizia completamente animada e cheia de energia. Minha irmã sempre foi desse tipo, gostava de brincar não importa com o que fosse, ela só queria aproveitar e ser criança. Eu não podia negar isto a ela e decidi me juntar à brincadeira. "Então, como ela é?". "Bem...Eu estava pensando que nós deveríamos correr sempre atrás da luz, com o movimento das nuvens ela vai se distanciando e quem chegar e ficar exatamente embaixo dela primeiro, ganha!". Eu, de primeira, achava a ideia estúpida e só estava disposto a agradar a minha irmã. Até o momento que a vi correndo para a luz e vi nela uma imagem mais simbólica do que uma imagem de brincadeira. As nuvens representavam o que há de mal no mundo e a luz, a esperança. O pequeno feixe que tenta se espalhar no rosto das pessoas, a luz é o símbolo de que não podemos desistir perante ao mundo. Ver minha irmã correndo até ela representa o quão pura a infância é, quando não sabemos do mal do mundo e quanto ainda podemos ver tudo como um bem. A época da fada do dente, do Papai Noel e do coelho da páscoa, algo que todos queriam poder ter preservado para sempre. Eu queria reviver isto no momento, então eu me levantei e comecei a correr. Corri como nunca havia antes, e ri. Esbanjei um sorriso enquanto alcançava a minha irmã, ela sorria também e nos divertíamos. Nos divertíamos em um dia de neve e chato, algo que somente um laço forte entre irmãos poderia conseguir fazer. É ingênuo, absurdo, dizer que existia alguém que se divertia mais que a gente naquele momento. Um momento que aos poucos me fez voltar à dura realidade: Acabou.
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Eu voltei à realidade. Segurando uma foto que era para estar coberta de lágrimas, mas não estava. Diferente disso, eu escutei uma voz familiar vindo de trás de mim. Uma voz que jurava estar louco por escutar. "Irmão, o que está fazendo?". Enquanto abaixava a foto lentamente, eu dei uma rápida olhada para ela e para a pessoa atrás de mim, não havia enganos, era a minha irmã. Sim, ela estava logo atrás de mim com os braços entrelaçados e com a cabeça posta de lado, me observando, preocupada. "Aconteceu algo?", ela perguntou com preocupação. Eu imediatamente mostrei a foto a ela e disse: "Nada, só lembrando de velhos tempos e me questionando se sempre será assim." Eram palavras fortes, mas eu sabia que ela era forte também. Toda criança em seu interior é forte. Ela sorriu para mim. "Que besteira, vamos sempre brincar até quando formos adultos. Podemos até brincar no trabalho!", ela dizia com uma alegria que me fazia sorrir também. Eu comecei a me perguntar se estava louco. Existia uma clara linha entre a razão e a irracionalidade, mas parece que eu havia cruzado as duas e criado uma em que o sentido é perdido. O fato de minha irmã ter morrido, será que foi um sonho? Talvez eu tivesse sonhado e meu subconsciente achou que fosse uma memória. Não é impossível, existem sonhos que são muito reais mas que as pessoas não se lembram. Talvez tenha sido isto. Não, com o que ela disse logo em seguida, com certeza foi. "Quer me ajudar a levar as coisas pro papai?". "Pai?" Eu me espantei quando ouvi uma voz grossa vindo do final do corredor. "Filha, já pegou a gravata do pai?!". Era a voz de meu pai, eu a reconheceria em qualquer lugar. Minha irmã me entregava uma gravata, dizendo: "Toma, eu vou dizer que você me ajudou. Assim o papai não vai ficar bravo porque não vai descobrir que você só acordou agora!" Ela me entregou a gravata e foi correndo até o quarto de meu pai, eu fui logo atrás. Eu entreguei junto com ela os pertences de meu pai. "Ah, veja quem finalmente levantou cedo. Isto é um milagre.", disse meu pai enquanto ajeitava a gravata, olhando-se no espelho. "Sim, o Matheus me ajudou muito!". "É verdade? Que bom filhinha. E também parabéns ao moço que a cada dia se torna um homem tão responsável quanto seu pai.", ele dizia enquanto tava os toques finais no cabelo e ajeitava ainda mais a gravata em seu terno. "Estou feliz em poder ajudar...", eu respondia, ainda um pouco hesitante perante à situação. "Engraçado, porque eu acabei de ver que você estava dormindo e sua irmã estava me ajudando sozinha", ele riu ironicamente, mostrando que já sabia de tudo. "Você deveria agradecê-la por isso." Eu, obviamente descoberto, só pude fazer o que me cabia a fazer: Agradecer a ela, porém foi aí que congelei. Eu agachei e me preparei para dar um agradecimento e um abraço de irmão, porém... "Obrigado...é, obrigado...". Eu esqueci. Eu esqueci.... Eu esqueci o nome de minha própria irmã. Isto não é possível. Eu tento me lembrar com todas as minhas forças, mas não consigo. Eu só posso olhar para o rosto triste dela, como se tivesse percebido, e crio coragem para terminar aquilo logo ali. "Obrigado minha querida irmã", eu dizia enquanto abraçava ela. Uma sensação de desconforto logo veio a mim: "O que está acontecendo?", eu me perguntava mentalmente. E foi assim até o momento em que saímos, eu, minha mãe, meu pai e minha irmã de casa. Agora também percebo, ao abrir a porta, que também não sei o nome de meus pais, meus amigos, eu esqueci tudo...Eu abria a porta para o mundo exterior.
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Fomos até o lado de fora e meu pai até a garagem, estávamos esperando até que ele saiu de lá e disse: "Droga, esqueci uma coisa em minha cama, esperem aqui enquanto vou buscar.", ele caminhava para dentro de casa com pressa. Logo, surgiu a ideia de brincar em minha mente, não sei porquê, mas surgiu. Minha mãe ficou sentada no tapete da porta da nossa casa. Nossa casa, nossa rua, tudo. Eu havia esquecido os nomes, só os nomes. Eu podia me lembrar exatamente de com as coisas eram e são. Mas não dos nomes. Na verdade aquela cena me dava um pouco de deja-vu, principalmente quando vi minha irmã caminhando para falar com nossa mãe. "Podemos brincar na neve, mamãe?", ela perguntava com aquela cara de criança que faz de tudo para conseguir o que quer. "Tudo bem, mas procurem não ir muito longe", ela advertiu. Foi então que ela me veio pedir para brincar. "Vamos brincar de 'Sempre siga a luz' irmão!". Eu suei, suei como nunca havia antes. Uma sensação gélida veio a minha garganta e se espalhou por todo meu corpo. Era a primeira vez que eu não queria brincar em toda a minha vida. Não sei porque estava assim. Foi então que disse, bem alto: "Não! Eu não quero brincar!". Minha irmã ficou um pouco triste, mas ao mesmo tempo, curiosa. Ela olhou para mim. "Por que você não quer brincar? Por favor!". Eu não podia recusar um pedido a ela, mas a sensação que estava me dando de aflito era muito, porém, por impulso eu disse: "Está bem, vamos brincar." Ela comemorou e disparou logo em seguida, indo em direção ao feixe de luz que saía das nuvens e que ia, aos poucos, se afastando e encolhendo. Eu a segui e continuei a brincadeira como ela era normalmente. Até que uma grande névoa veio até nós. Era normal algo assim acontecer em dias muito frios, só que ela veio tão rápido que eu mal pude sair de perto da casa, só avancei alguns metros. Eu então, desesperado e com medo, comecei a gritar: "Irmã, venha até aqui! Por favor!", obviamente eu ainda não lembrava o nome dela, mas a segurança era o mais importante no momento. Poderia chamá-la do que quisesse, desde que ela viesse. E ela veio. Veio chorando e desesperada, com o joelho machucado. Eu a segurei. "Irmão, eu caí e me machuquei, cuida de mim." Senti um aperto no coração e só pude dizer a frase mais clichê e mentirosa de todas: "Vai ficar tudo bem, relaxe". Eu dei uma olhada no machucado, claramente ela iria ter de engessar a perna, sangrava pouco e quando tocava doía muito, algo quebrou. Ela não iria se levantar dali tão cedo. Fiz uma enorme força para levantá-la, mas logo caí também, estava fraco. Fraco para aguentar o peso de minha irmã. E foi aí que eu ouvi um barulho vindo à esquerda. Vi dois olhos brancos se aproximando de nós, só pude ouvir minha irmã gritando: "Irmão, proteja-me! Socorro!". Eu não pude fazer nada, estava congelado, eu a abracei com toda a minha força e disse: "Feche os olhos.". Esperei pelo pior, mas fui empurrado para longe. Eu só gritei: "Irmãããã!". E foi aí que percebi a névoa indo embora, estava tudo claro. Eu pude me ver segurando minha irmã, enquanto o carro de meu pai se aproximava de nós, e então... Então tudo ficou preto... Quando percebi, eu finalmente entendi o que havia acontecido. Eu estava ao lado de minha mãe e um outro menino estava na frente dela, deixando uma rosa em uma lápide. Meu pai colocava a mão no ombro dele e chorava muito: "Nós sempre visitamos os dois quando podemos, e, dessa vez, decidimos trazê-lo. Já faz um ano..." Era uma criança adotada, mas que chorava também. Pois ele poderia ter um irmão se o destino não o tivesse impedido. Minha mãe também chorava, meu pai também, era uma cena triste demais para alguém como eu observar. Ao olhar o clima em volta, eu pude ver a neve caindo, as nuvens cobrindo o céu e eu olhando para cima, vendo um feixe de luz caindo sobre a lápide. "Aqui jaz Matheus e Rebecca, duas crianças felizes." Sim, Rebecca, este era o nome de minha irmã... Eu pude vê-la uma última vez, vi sua mão vindo da luz que pairava sobre a lápide e ela me dizia: "Sempre siga a luz.". Eu segui a luz e com ela subi até os céus. Neste dia eu lembrei que, há um ano atrás, eu e minha irmã havíamos morrido. Neste momento, eu finalmente segui a luz...

domingo, 14 de setembro de 2014

Boneca de Pano

Quando eu era pequeno minha mãe me deu um boneco de pano. Ele era todo bordado e tinha olhos de botão, eu gostava muito dele. Eu chamava ele de Robert e dormia com ele todas as noites.

Eu lembro que minha mãe fazia sempre uma brincadeira comigo. Eu ia dormir com o boneco e de manhã eu acordava sem ele. Quando eu ia perguntar pra minha mãe, ela fingia que não sabia aonde ele estava. Então, eu achava ele em algum lugar da casa escondido. Já achei ele na prateleira de livros, embaixo da cama, na cozinha, entre as almofadas do sofá, mas o lugar que ele mais ficava era perto da porta do sótão.

Minha mãe sempre negou que fazia essas brincadeiras e meu pai quase sempre passava a noite em outras cidades, pois ele viajava muito a trabalho. Eu sempre soube que era minha mãe que escondia o Robert, eu achava muito engraçado.

Um dia mamãe ficou doente, ela foi para o hospital. A minha tia ficou cuidando de mim por mais ou menos uma semana. Eu gostava muito da minha tia. Ela também estava sabendo da brincadeira e escondia Robert todos os dias enquanto eu dormia. Era divertido.

Tudo corria bem, menos com mamãe. Eu fui visitá-la um dia no hospital. Eu não entendia direito o quê tinha acontecido, meu pai falava que era a última vez que eu ia ver minha mãe. Ele me explicou que ela estava doente e não ia suportar essa noite. Tinha um furacão vindo para a cidade e minha mãe não ia sobreviver sem os aparelhos. Um tal de Katrina. Eu dei meu bonequinho Robert pra ela, assim eles podiam passar a noite juntos mais uma vez.

Nós estávamos indo embora de carro e eu tinha dormido no banco de trás. Eu acordei assustado e tentei abraçar o Robert e então, lembrei que tinha dado para mamãe. Eu olhei pra trás e vi o furacão chegando. Minha mãe morreu naquele dia. Dizem que o Catrina destruiu o hospital da mamãe completamente e que não sobrou nada dela nem do Robert, meu melhor amigo.

Isso que eu contei pra vocês aconteceu há uns dez anos. Acho que é por isso que eu não me lembro direito. Acontece que eu voltei para minha antiga casa ontem. Ela ainda estava em destroços. Eu vi então no meio daquela confusão de entulhos a porta do sotão. Meu boneco estava intacto na frente dele com uma carta.

"Eu estive te esperando. Por que você nunca voltou para brincar comigo?"

Quando eu era pequeno minha mãe me deu um boneco de pano. Ele era todo bordado e tinha olhos de botão, eu gostava muito dele. Eu chamava ele de Robert e dormia com ele todas as noites.

Eu lembro que minha mãe fazia sempre uma brincadeira comigo. Eu ia dormir com o boneco e de manhã eu acordava sem ele. Quando eu ia perguntar pra minha mãe, ela fingia que não sabia aonde ele estava. Então, eu achava ele em algum lugar da casa escondido. Já achei ele na prateleira de livros, embaixo da cama, na cozinha, entre as almofadas do sofá, mas o lugar que ele mais ficava era perto da porta do sótão.

Minha mãe sempre negou que fazia essas brincadeiras e meu pai quase sempre passava a noite em outras cidades, pois ele viajava muito a trabalho. Eu sempre soube que era era minha mãe que escondia o Robert, eu achava muito engraçado.

Um dia mamãe ficou doente, ela foi para o hospital. A minha tia ficou cuidando de mim por mais ou menos uma semana. Eu gostava muito da minha tia. Ela também estava sabendo da brincadeira e escondia Robert todos os dias enquanto eu dormia. Era divertido.

Tudo corria bem, menos com mamãe. Eu fui visitá-la um dia no hospital. Eu não entendia direito o quê tinha acontecido, meu pai falava que era a última vez que eu ia ver minha mãe. Ele me explicou que ela estava doente e não ia suportar essa noite. Tinha um furacão vindo para a cidade e minha mãe não ia sobreviver sem os aparelhos. Um tal de Katrina. Eu dei meu bonequinho Robert pra ela, assim eles podiam passar a noite juntos mais uma vez.

Nós estávamos indo embora de carro e eu tinha dormido no banco de trás. Eu acordei assustado e tentei abraçar o Robert e então, lembrei que tinha dado para mamãe. Eu olhei pra trás e vi o furacão chegando. Minha mãe morreu naquele dia. Dizem que o Catrina destruiu o hospital da mamãe completamente e que não sobrou nada dela nem do Robert, meu melhor amigo.

Isso que eu contei pra vocês aconteceu há uns dez anos. Acho que é por isso que eu não me lembro direito. Acontece que eu voltei para minha antiga casa ontem. Ela ainda estava em destroços. Eu vi então no meio daquela confusão de entulhos a porta do sotão. Meu boneco estava intacto na frente dele com uma carta.

"Eu estive te esperando. Por que você nunca voltou para brincar comigo?"

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Imagens de Satélite

Autor: SquidInk
Tradução e Revisão: BBClicke

Um amigo me mostrou como usar o Google Maps. Tenho certeza que você já ouviu falar. Ele permite que você use imagens de satélite para olhar locais em todo o mundo. Alguns anos atrás, eu sofri um acidente de carro.

Desde então, eu realmente não sai de casa muitas vezes. É difícil, a idéia de dirigir um carro novamente me deixava tonto. Fiquei fascinado com o fato de que eu podia ver todo o mundo, quase como estar lá. Eu podia praticamente andar pelas ruas, e quase senti como se estivesse realmente lá.

Tornei-me instantaneamente viciado. Ele me deu um verdadeiro olho no mundo. Eu poderia ir para praticamente qualquer cidade grande, e eu fui. Eu tinha visto ruas na China, Japão, Alemanha, Inglaterra ... tantos lugares. Eu mesmo fui em algumas atrações turísticas como a Grande Barreira de Corais e do castelo do Drácula.

O que eu mais gostava de fazer era ir para lugares aleatórios nas cidades grandes e ver quantas pessoas e animais eu poderia encontrar. Os rostos das pessoas eram borrados para proteger suas seguranças, mas ainda era agradável vê-los por aí, curtindo a vida, caminhando como se nada fosse acontecer.

"Ela deve ter bom gosto", eu imaginei.

Eu aproximei mais a câmera dela e notei que ela carregava uma bolsa cinza junto com uma alça de ombro cinza e roxo. Ela estava caminhando de uma forma descontraída. Aposto que se eu pudesse ter visto seu rosto, ela estaria sorrindo. Comecei a me sentir um pouco triste. Eu deixei minhas mãos caírem e observei ela por alguns minutos. Eu desejava estar lá, andando tão despreocupado com ela. Isso nunca acontecer. Até eu morrer. Eu estava preso na cadeira.

Suspirei e sai de Tóquio. Chega disso por hoje. Eu desliguei o computador e fui para a cama.

***

Levantei-me cedo e decidi olhar em torno de Paris. Sempre gostei de Paris. Eu gostava do visual da cidade, com todos os antigos, belos edifícios e tantas pessoas para observar. Eu ampliei aleatoriamente para uma área e vi uma rua, repleta de prédios antigos de tijolos, algumas lojas pequenas, e uma antiga igreja de tijolos cor bronze. Mais a frente tinha um cruzamento, e dezenas de pessoas passavam. Um homem de negócios careca caminhava rapidamente, olhando para uma mulher velha, cabelo coberto com um lenço, carregando uma bolsa grande. A mulher era corcunda e estava usando calças pretas que pareciam bem apertadas, ela estava olhando para a janela de uma loja, e duas mulheres levavam um grupo de crianças pequenas em torno de um canto.

Dei uma observada em volta e, percebi algo peculiar. Haviam duas pessoas sentadas no ponto de ônibus. Uma delas era uma mulher jovem. Ela estava usando um par de tênis vermelhos, como os meus. Fiquei surpreso por um momento;  notei as calças pretas, camiseta branca e jaqueta com capuz preto. Seu cabelo castanho escuro estava amarrado frouxamente atrás de sua cabeça. Uma mulher se sentou no banco ao lado dela, carregando uma bolsa cinza.

"Isso é loucura", pensei. "Ela não poderia ser a mesma mulher. Este é um país diferente, em um diferente continente. Como poderia ser ela? "

Isso foi estúpido. Não eram fotografias ao vivo. Foram tiradas antes do tempo e, em seguida, armazenadas. Ela poderia não estar em dois lugares ao mesmo tempo. Ela poderia ser apenas uma viajante. Além disso, sem ver seu rosto, era impossível dizer que era a mesma pessoa. Cabelo castanho é provavelmente a cor de cabelo mais comum no mundo. Esses tênis vermelhos eram algo que eu comprei online. Tenho certeza de que um milhão de outras pessoas também compraram. Eu balancei a cabeça e fui almoçar.

Quando voltei, eu decidi observar Berlim. Peguei uma rua aleatória, como de costume. A rua parecia muito vazia. Haviam prédios de tijolos ao longo das ruas, parecendo mais fábricas do que qualquer outra coisa. Haviam também muitos lotes vazios, cheios de capim e cascalho empilhados. Não tinha muita coisa naquela rua, na verdade. Havia uma fila de motos e um carro com duas bandeiras alemãs apontando para cima. Depois de mais procuras, eu encontrei um garoto. Parecia que ele estava vestido para a escola. Ele estava olhando atentamente em algum tipo de dispositivo móvel. Fiquei decepcionado. Eu comecei a sair, mas depois eu percebo algo com o canto do meu olho. Fui ver o que era, e lá estavam eles. Aqueles malditos tênis vermelhos.

Ela estava de pé em uma esquina, próximo a algum tipo de placa. Ela estava escorada na placa, olhando para a rua, como se estivesse esperando para atravessar. Olhei, em estado de choque. Como ela poderia estar lá também? Mesmo que ela estivesse viajando, não há nenhuma maneira de eu poder encontrá-la o tempo todo. Mesmo encontrando-a em Paris teria sido um pedaço de uma coincidência, mas isso? Esta foi uma loucura. Era algum tipo de piada? Será que o Google decidiu fazer uma brincadeira com seus usuários que utilizavam bastante os seus produtos? Teria sido uma grande piada...

Eu fiz uma pesquisa rápida, à procura de algum resultado sobre uma mulher que aparece como Waldo. Não havia nada. Eu olhei através de artigos sobre coisas estranhas que você pode ver no Google Maps, mas nenhum deles mencionou a mulher que viaja pelo mundo todo. Isto foi uma loucura. Será que eu fiquei com alucinação?

Saindo de Berlim, eu mandei uma mensagem de texto a um amigo, pedindo-lhe para dar uma olhada nos locais. Perguntei-lhe se viu a mesma mulher. Então eu esperei a resposta, com as mãos suando, com o coração batendo forte. Eu pulei da cadeira quando meu celular tocou com uma mensagem de texto de retorno, dez minutos mais tarde.

O texto dizia: "Eu vi a senhora que você está falando em Berlim. Eu não a vi em Paris ou Tóquio. Isso é algum tipo de brincadeira, ou o quê? Você está bem?"

Eu não respondi, voltei para os locais em Tóquio e Paris. Lá estava ela. Mas estava diferente. Ela não estava sentada no banco da parada de ônibus, em Paris. Ela estava em pé na frente dele, à procura de algo em sua bolsa. Em Tóquio, ela estava longe de onde eu encontrei pela primeira vez, agachando-se para acariciar um gato. Eu estava tremendo. Quem era ela? O que estava acontecendo?

Troquei o mapa para Bruxelas. Era uma rua qualquer da cidade. Era cheio de velhos edifícios, com lojas no térreo. Percorri as ruas. Eles estavam vazias, exceto por uma mulher atarracada em uma camisola azul brilhante. Eu fiz uma segunda varredura. Ela não estava lá. Eu suspirei de alívio. Eu não podia acreditar que eu estava ficando tão preocupado sobre isso.

Não era nada, mas apenas uma coinci-- parei, meus olhos congelaram na tela. Havia um edifício no ponto de uma bifurcação na estrada. Eu não a tinha visto, porque eu estava olhando para a calçada. Lá estava ela, de pé na varanda, a cabeça inclinada na direção da câmera, parecia que ela estava olhando timidamente para mim. Minha respiração ficou presa na minha garganta.

Eu fui para Sydney. Ela estava encostada na parede, dentro da porta de um edifício azul que era uma Farmácia. Fui para Londres, encontrei ela se preparando para entrar em um ônibus vermelho de dois andares. Ela estava em todos os lugares que procurava. Ela estava em uma calçada de tijolos em uma ponte de Veneza, ela atravessava a faixa de pedestres em Zurique; e em Hong Kong, ela estava entre o Banco Wing Lung e um McDonald, ajustando a cinta de sua bolsa. Em cada imagem, ela chegava mais perto olhando diretamente para mim com o rosto desfocado.

Meu coração parecia um pássaro aterrorizado, batendo dentro do meu peito. Eu não conseguia recuperar o fôlego. Eu não sabia o que fazer. Eu não podia chamar a polícia. Será que eu deveria enviar as imagens para o Google?

Fechei os punhos com força e fechei os olhos. Quem era ela? Será que ela estava me seguindo? Eu estava seguindo ela? Eu gostaria de poder ver a expressão do rosto dela, saber o que ela viu quando ela olhou para mim. Eu queria sair da cadeira e correr. Por que é que a única coisa que me fez sentir livre de novo, foi o que me fez sentir ainda mais preso? Eu precisava saber.

Eu digitei o nome da minha cidade e dei zoom em uma rua aleatória. Era um par de quilômetros da minha casa, os portões do Parque da Cidade estavam na claridade da luz do dia, apesar de ser noite aqui. Lá estava ela. Ela estava apenas a poucos quilômetros de minha casa, de pé sob o arco de ferro que declarou o nome de um parque. Ela olhou diretamente para a câmera, diretamente para mim. Eu me senti como se eu fosse vomitar. Ela estava perto de mim, e ela estava me observando. Ela estava vindo para mim. O que ela queria?

Eu digitei o nome do complexo de apartamentos onde eu moro. Eu podia ver o lado de fora do prédio. O estacionamento estava cheio de carros, e havia algumas crianças com o rosto desfocado no playground. Eu procurei em todos os lugares por ela. Ela não estava no estacionamento e nem na calçada. Eu até mesmo procurei em cada um dos carros, por trás dos arbustos, e cada uma das janelas desfocadas. Ela não estava lá.

Este lugar era seguro. Eu não deixei o apartamento de qualquer maneira. Eu nunca mais usei o Google Maps novamente. Eu não queria vê-la novamente. Ela poderia ficar no parque mas eu nem me importava. Eu sorri para mim mesmo e fiquei surpreso ao encontrar uma lágrima deslizar sobre meu rosto.

"Estou seguro", eu disse a mim mesmo em um sussurro. Foi bom ouvir em voz alta. "Eu estou seguro."

Alguém bateu na porta. Um arrepio percorreu minha espinha. Eu tinha uma câmera ligado ao meu computador que mostrava quem estava na porta da frente, o que tornou mais fácil para mim, com os meus problemas de mobilidade. Eu lentamente estendi a mão para o controle de me mostrar o que estava lá fora, mas a minha mão tremia furiosamente. Quando eu toquei no controle, eu percebi o meu erro. A última das imagens do Google que eu tinha visto só havia mostrado o exterior do edifício. Apenas o lado de fora.

Eu olhei para a tela e vi uma mulher em uma camiseta branca, calça preta, jaqueta com capuz preto; e carregando uma bolsa cinza com uma cinta roxa e cinza listrada no ombro. Claro, havia aqueles tênis vermelhos. Ela olhou diretamente para a câmera, com o rosto ainda borrado completamente. Enquanto eu tentava abafar um grito, ela estava batendo forte na minha porta.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

No Elevador

Post: Paulo Guimarães.
Clique no título do post para comentar!

Um homem que estava trabalhando em um prédio de doze andares encontrava-se voltando para casa mais tarde que o habitual, depois de fazer hora extra. Ele entrou no elevador e apertou o botão para o térreo. Chagando ao sétimo andar, o elevador parou e as portas se abriram, revelando um corredor muito escuro.

Uma garota pôs a cabeça no lado da porta do elevador, olhou para dentro e perguntou:
“Subindo?”
“Não, está descendo.”
“Obrigada.” E assim ela saiu.

Chegando ao térreo, o homem informou para o guarda que ele não era o último a sair do prédio, pois ainda havia uma garota trabalhando no sétimo andar.

O guarda pôs a mão no peito e seu rosto logo empalideceu.

“Não tem escritórios no sétimo andar, por lá está tudo vago.” O guarda falou com uma voz fraca. E continuou:
“Você só pode ter visto a filha do gerente! É uma história muito triste. Ela veio visitar o pai que estava no último andar. Ela estava no elevador quando ocorreu uma falha. O elevador parou e as portas se abriram antes de passar do sétimo andar. Ela se desesperou e tentou sair quando o elevador voltou a funcionar e ela acabou sendo decapitada.”

O homem deixou o queixo cair. O guarda continuou a história. “Deve ser por isso que você só viu a cabeça dela.”

Meu Medo de Água

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Meu Medo de Água
Tradução: DrinLP
Retirado de: Wiki Creepypasta Brasil.

Sempre tive um medo imensurável de encontrar-me submergido na água. Não é que eu não consiga nadar ou algo do tipo. Meu pai me ensinou; disse que, quando pequeno, eu quase havia me afogado. Estava com medo disso porque – desde que me lembro – todas as vezes que estive embaixo d’água, ao olhar para cima na superfície, via uma mulher estendendo suas mãos em minha direção, mostrando-me um sorriso acolhedor.

Ela possuía um lindo e cintilante cabelo loiro, adjunto de olhos azuis-escuros. Eu a via mesmo quando, em minha banheira, mergulhava na água morna. Sempre acontecia isso, era algo normal para mim, mas nunca consegui me acostumar. Sentia-me aflito, e, ao mesmo tempo, dotado de uma sensação reconfortadora. Ela sempre me fizera pensar que estava tudo bem.

De qualquer forma, eu ainda a evitava-a, pois era apenas uma criança e era algo assustador para mim. Nunca disse a meu pai sobre isso, mas uma vez cheguei a perguntar-lhe sobre minha mãe. Ele não me dizia muito, exceto que ela morrera quando eu era muito jovem, e que me amava incondicionalmente. Também mencionou que eu herdara a cor de seus olhos e cabelos.

Resolvi, então, pesquisar a respeito, procurando por o nome que continha na minha certidão de nascimento. Tentei localizar referências, notícias ou qualquer coisa sobre um garoto que quase morrera afogado. Tudo o que eu queria era encontrar uma foto ou algo que pudesse revelar-me o meu anjo da guarda.

Hoje, esquecida na biblioteca da minha cidade, eu a encontrei.

WINCHESTER: Marie Withie, 28, morrera afogada durante o entardecer de ontem logo após saltar por uma cerca de arame-farpado, dirigindo-se para um lago próximo. O funeral foi marcado por sua família no dia 25 deste mês. Marie foi institucionalizada há apenas seis meses, declarada "não culpada" de uma tentativa de homicídio, onde se alegaram razões de insanidade. Seu marido, Daniel Withie, interceptando-a a tempo, agiu com rapidez o suficiente para salvar seu único filho ainda criança, quando foi encontrado com ela, que tentara afogá-lo na banheira.

Links da Semana! (#4)

Falaê doidões! Estamos aqui para mais UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUM links da semana!
São links bem da horas! Vale a pena conferir!

Zona 33: Britânica afirma ter sido abusada sexualmente por fantasmas!
Show do Medo: Os 9 piores Papas da história.
Horror em Dobro: Leia a bula! Conheça 7 efeitos colaterais absurdos!
O Mundo Real: A Estrada da morte Boliviana


quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Pentagrama

248px-Layer pentagram white.jpgVá ao seu banheiro a noite. Acenda algumas velas em frente do espelho para formar um pentagrama. Pegue um batom ou qualquer outra coisa vermelha e desenhe o pentagrama, com as velas nas pontas.

Agora reze para Satã destruir sua alma, e que nenhuma outra luz entrará na sua vida novamente. Uma frase será dita em uma voz demoníaca. Um barulho alto será ouvido. NÃO OLHE O ESPELHO. Depois do barulho, conte até 20.

Não faça barulhos nem se mexa. Agora diga o nome de alguma pessoa que você não gosta 6 vezes. Um ano depois da invocação, ela morrerá com alguma coisa pontuda (lança,espinho,etc) atravessada no lado direito do tórax, no lugar em que ficaria o coração se ele estivesse no lugar direito.

Melhor você não tocar em uma Bíblia por uma semana depois disso.

Comunicado: Template Novo!

Como vocês puderam perceber, nosso blog trocou de template.. Porém, este template está na versão inicial, por isso, vocês podem sentir falta de alguns Gadgets e algumas funções.. Até o fim de semana, sairá uma nova versão, v0.2.
Então, sejam pacientes, por favor.

Para comentar, clique no título da postagem.
Algumas coisas que mudaram:

  • Novo cabeçalho [na nova versão a fonte será alterada.]
  • Novo estilo [sem tanto preto]; 
Mudanças para a próxima versão:

  • Nova fonte;
  • Melhoras nos gadgets;
Então, sejam pacientes.

Equipe Creepypasta Puro. 

Trailer Nº 23


Não há muitos detalhes nessa história, apenas o que posso lhe contar. Não é uma dessas histórias criadas para lhe deixar com medo. É algo que realmente aconteceu comigo e eu queria compartilhar com outras pessoas.


Uma vez trabalhei como entregador de jornais onde morava. Não me entenda mal, o pagamento era bom e eu só tinha 16 locais na rota para entregar, então não demorava muito para realizar todas as entregas. O único ponto ruim era que eu tinha que acordar ás 5 da manhã.

Mas havia aquele lugar que eu não entendia muito bem, se chamava nº 23, Avenida do Adeus. Era apenas um pequeno trailer em um parque de trailers. Mas tinha algo de estranho nele. Sabe como você se sente quando está explorando uma casa abandonada? Como se alguém lhe observasse?

Eu me sentia assim sempre que deixava o jornal naquele lugar. Nunca tinha um carro ou qualquer outro veiculo no estacionamento de seja lá quem “eles” eram, e as luzes nunca ficavam acessas. Mas esses eram sinais comuns em minha rota então eu não pensava muito sobre isso. Até que decidi dar uma espiada pela janela, apenas para ver o que tinha dentro, mas tudo o que vi foi escuridão.

Tentei uma segunda vez no dia seguinte mas aconteceu a mesma coisa, exceto que dessa vez pensei ter visto alguém ou alguma coisa se movendo lá dentro. De repente ouvi um grito vindo lá de dentro e isso foi o suficiente para me tirar correndo daquela droga de lugar. Na manhã seguinte quando me levantei para realizar as entregas, deixei o jornal na entrada da garagem, estava com muito medo para chegar até a varanda.

Algum tempo depois aconteceu algo que me deixou bastante aliviado, recebi uma noticia. Meu pai me contou que o parque ia ser vendido e todos os trailers seriam levados para um novo local no dia 1 de Agosto. Eu estava tão feliz por não precisar entregar mais o jornal naquele lugar. Mal esperava que chegasse Agosto.

Finalmente o dia chegou. Acordei para retirar os jornais da grande embalagem plástica e li os endereços procurando pelas mudanças em minha rota... e o que vi trouxe todo o meu temor de volta. Eu ainda teria que entregar naquele maldito trailer.

Terminei as entregas nas outras casas e segui para o parque de trailers onde não havia nada, apenas retângulos vazios onde os trailers ficavam. Então segui para o local da entrega apenas para encontrar o que tinha em todo o resto do parque. Um retângulo vazio.

Larguei o jornal e corri dali o mais rápido que pude. No dia seguinte liguei para o escritório perguntando se ouve algum erro, mas tudo o que disseram foi que alguém continuava pagando as contas para ter o jornal entregue lá, e estavam pagando uma boa quantia em dinheiro.

Não tive outra opção, continuei entregando os jornais naquele endereço. Colocava o jornal próximo ao retângulo onde o trailer costumava ficar e no dia seguinte o jornal já não estava mais lá. O jornal continuava sendo recolhido por alguém, ou alguma coisa que eu não queria nem imaginar o quê era.

Enfim cresci e me mudei, deixando a rota de entregas para outra pessoa.

Mas ainda me pergunto quem vive naquele local, e quem paga até hoje pelos jornais.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

As Sete Fontes.

N/T do editor: Depois de várias manutenções, nosso blog normalizou. Finalmente, né? Trarei uma Creepypasta curtinha, espero que gostem! 
Bons sonhos! 
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Nas colinas que cercam a cidade de Bodega Bay, na Califórnia, há uma árvore, sentada à direita na curva de dois grandes morros. Dispersa de 10 passos em torno deles estão 7 diferentes fontes de água doce. Dizem que uma delas cura qualquer doença, a outra lhe oferece os subsídios de uma vida imortal, e as outras 4 vão te matar instantaneamente e farão seu corpo se dissolver em pó.

Mas a última fonte é especial. Se você levar uma garrafa com água e levá-la para uma pequena caverna escondida nas colinas ao norte da árvore, você vai encontrar uma única pedra grande na parte de trás da caverna. Se você, em seguida, jogar a água sobre a pedra, ela vai dissolver, ficando do tamanho de uma bola de beisebol vermelha. Contanto que você tenha essa pedra em sua posse, você vai estar sempre no lugar certo na hora certa.

Porém, se você derramar a água em qualquer uma das outras seis fontes da rocha, a caverna vai selar, e você ficará perdido para sempre debaixo da terra.

domingo, 7 de setembro de 2014

Show das Deformidades

O que irão ler a seguir foi baseado nos relatos sobre as ``Tendas de Prazeres´´ que eram locais onde as pessoas viam a diversão no sofrimento dos outros. Sabe-se que essas tendas existiam durente o período Edo do Japão. Boa Leitura!

Eu só tinha oito anos, vivia numa casa simples no Japão, e um dia enquanto fui ao mercado comprar comida para minha mãe cozinhar vi um folheto no chão. Peguei o folheto e nele dizia:

"Venham! Venham para o Circo do Bosque Negro! Onde encontrará diversão!"

Queria muito ir no circo, mas meus pais não iriam deixar eu ir. Então enquanto meus pais dormiam á noite eu fugi de casa. Segui uma estrada que me levava ao circo, podia jurar que ouvi vozes durante o caminho mas acho que era só minha imaginação.

Depois de tanto andar vi uma luz e fui nela, e finalmente cheguei no Circo do Bosque Negro. Haviam várias pessoas de classes abastadas entrando no circo, na entrada havia um homem com um terno e uma cartola segurando uma bengala dizendo:

"Entrem senhoras e senhores, meninos e meninas, idosos e idosas! E sejam bem-vindos ao Circo do Bosque Negro!"

Entrei no circo, e vi um buraco na tenda dele, curioso olhei nele. E vi duas meninas, elas estavam presas uma na outra. Mas não eram gêmeas siameses, eram muito diferentes em aparência e elas pareciam estar chorando. Pude ver que elas eram duas meninas que tiveram um de seus braços arrancados(a direita de uma e a esquerda da outra) e foram costuradas.

Fiquei assustado e andei em outra direção, até que cheguei num lugar onde várias pessoas estavam olhando uma cela. Nessa cela tinha uma sala e um homem sem seus dois braços estava sentado em uma cadeira em frente a uma mesa. Esse homem tinha o cabelo azul e não possuía braços. O mesmo homem da entrada disse:

"Senhoras e senhores, vejam a besta azul!"

Uma mulher entra na cela e coloca dois braços na mesa, e o tal de ``besta azul´´ começa a morder os braços. Fiquei com vontade de vomitar e sai daquele lugar, e fui até um palco onde havia uma menina que parecia ser 7 anos mais velha que eu presa em uma gaiola. Ela usava um vestido, mas era possível ver patas de um bode no lugar de suas pernas. As pessoas riam dessa menina e a chamavam de ``Diva deformada´´. Só então percebi que as pernas dessa menina eram deformadas fazendo parecer ser de um animal.

Aquele circo era tão horrível e doentio que me fez vontade de sair de lá, corri em direção á entrada. Eu corria como se fosse o fim do mundo, e havia finalmente saido de lá. Queria muito ir para casa, falar para meus pais do que ocorreu, mas, eu senti alguém me agarrar e colocar um saco na minha cabeça.

Quando acordei estava sentado em uma cadeira, não conseguia mexer meus braços e pernas. Ouvi vozes, elas diziam:

"Senhoras e senhores! Vejam o menino sem membros!"

E aí veio uma luz e percebi que eu estava em uma gaiola. Haviam pessoas ao meu redor rindo de mim.

E agora irei ficar preso nesse circo para sempre, fazendo as pessoas rirem de mim. Por favor, alguém, me mate....
Autores: Evilbrine e Voldka. 

O Homem da Floresta

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Autor: DrinLP


Há muito tempo, quando ainda pequeno, minha mãe costumava contar-me a respeito de um homem que levava as crianças pequenas e malcriadas para longe de seus lares. Tenho certeza de que ouvira histórias ou lendas semelhantes. A simples menção a respeito do homem era o suficiente para colocar medo em nossos tênues e ingênuos corações. Não importava sua aparência, ou o que carregava, e nem o paradeiro dos meninos e meninas sequestrados; o que importava era somente uma coisa: não desobedecer aos seus pais, pois essa era a lição a ser aprendida.

Eu vivia em uma amena e afastada cidade no interior do Estado, e, em razão disso, conservávamos tradições e costumes locais. Lendas, portanto, eram adaptadas ao nosso ambiente rural. Pais contavam a seus filhos que o homem, ao sequestrar as crianças, desaparecia com elas para dentro de uma densa floresta que fazia fronteira a malha urbana. Sequer chegávamos próximos à borda dessa floresta. Adolescentes – que sabiam que a história não passava de um simples folclore – perambulavam por entre as matas. Caçadores, idem. Não culpo nenhum deles, afinal, o alvo do homem da floresta eram crianças como nós.

A fábula, de fato, consistia-se em um conto antigo. Remetendo-se há tempos longínquos e esquecidos. Provavelmente meus avós escutaram a mesma narrativa que eu, assim como seus antecessores. Nunca soube ao certo quando ou como isso começara. Nem era uma criança má, embora estremecesse diante da história do mesmo modo que qualquer outro garoto de minha idade. Contudo, os anos passaram, e a inocência escapara de meus dedos, somente para dar graça às alegrias, preocupações, orgulhos e frustações da vida adulta.

Hoje, meu único filho, Ethan, com apenas sete anos de idade, representa tudo o que tenho de mais sagrado. Embora possa parecer clichê ou piegas, ele é a razão da minha vida. Minha esposa, Lisa, morrera ao dar a luz, e Ethan jamais chegara a conhecer sua própria mãe. Eu fazia de tudo para que nada lhe faltasse, e ele crescera bem. Sabia que se tornaria uma excelente pessoa no futuro. Morávamos na mesma cidade que cresci e passei tanto a amar. Inúmeros amigos haviam se mudado, alguns permaneciam e poucos retornavam para cá em questão de tempo. Ethan frequentava a mesma escola, brincava no mesmo parque e andava de bicicleta nas mesmas ruas que eu, como o fizera em sua idade.

Nunca lhe contei ou amedrontei-o com essas histórias. Não houve e nem haveria necessidade. Uma noite, no entanto, acordei exatamente às 03:30 a.m., pois escutara um barulho no corredor. Levantei-me para conferir o que poderia ser e encontrei Ethan em pé, parado diante à porta da frente. Aproximei-me de meu filho, chamando-o pelo nome. Ethan – que estivera imóvel como uma estátua – mexeu-se, virando em minha direção. Seus olhos, sonolentos e confusos, vaguearam pela sala de estar até perceberem minha presença. Perguntei-lhe o que fazia ali, e ele dissera-me que não sabia.

Aliviado, percebi que não passara de um simples caso de sonambulismo. Carreguei-o até a cama, cobri-lhe e dei um beijo de boa noite. No dia seguinte, enquanto servia o seu cereal favorito, questionei-o a respeito, e como havia imaginado, Ethan não se lembrava de nada. Terminamos, deixei-o na escola e parti para o trabalho. Uma semana depois... Ethan desaparecera. Foi no meio da madrugada. Sentindo uma secura intensa, levantei-me para beber um pouco de água, encontrando a porta da frente aberta. Por instinto, minha primeira atitute foi correr até seu quarto, somente para deparar-me com uma cama vazia. Procurei por toda a casa e não havia nenhum sinal do meu filho. Saí para o jardim e a rua nada mais me oferecia a não ser o breu e a quietude noturna.

Assim, enquanto uma equipe de busca perambulava pela cidade, dois policiais interrogavam-me. Explicaram-me que, por medidas de segurança, me acompanhariam no restante dos dias, pois o sequestrador poderia fazer algum contato comigo, pedindo por alguma quantia de dinheiro em troca do meu filho. Depois de três dias as buscas por Ethan estenderam-se para cidades vizinhas. Pôsteres e fotografias foram espalhados para todos os cantos. Amigos e vizinhos prestaram-me auxílios. Os policiais que permaneceram comigo durante esse tempo voltaram para suas estações, dizendo-me para ligá-los caso algo acontecesse.

Os próximos meses foram como um inferno para mim. Minha vida tornou-se apática, sem sentido. Por inúmeras vezes dirigi o carro até a escola de Ethan no caminho para o trabalho, simplesmente por puro hábito. Ao preparar o café da manhã, colocava dois pratos à mesa. De noite escutava sons na casa, e perguntava-me, em mente, se Ethan estivesse acordado. Todos esses momentos... Em que me pegava realizando as mesmas atividades rotineiras que anteriormente envolviam a presença de meu filho... Partiam meu coração. Comecei, gradativamente, a acordar no meio da noite, clamando por seu nome, como se o houvesse visto em algum sonho em que nunca conseguia me lembrar dos detalhes.

Aos poucos, a paranoia tomou conta de mim. Concentrar-me no trabalho tornara-se uma atividade praticamente impossível. Também não queria ficar em casa por mais tempo além do necessário. Passei a frequentar bares, sozinho. Dormia pouco; quando não passava noites em claro, vagando pela cidade. Era uma desordem completa, e embora meu chefe solidarizava-se com a situação, disse-me que não poderia continuar desse modo. Eu deveria superar aquilo, caso contrário não haveria outra escolha, a não ser demitir-me. Foi durante uma noite, em particular, que adormeci embriagado na minha sala de estar. Acordei, alarmado, pensando ter escutado um barulho qualquer. Trôpego, caminhei em direção ao banheiro. O que vi, no entanto, assombrou-me imensamente. Imóvel, de costas para mim e contemplando a porta da frente, estava Ethan.

Aquilo me chocara. Sabia que não poderia ser real. Como poderia? Ethan desaparecera há meses. Minha mente, insana, começara a pregar-me peças. Não conseguia e nem podia acreditar em meus olhos. Em um primeiro momento, fiz a menção de correr em sua direção, mas algo havia me impedido, pois minha atenção subitamente desviara-se para a silhueta de um homem, que se encontrava parado à soleira da porta entreaberta. Desnorteado em meu desespero, implorei para que Ethan ao menos virasse seu rosto em minha direção. Entretanto, meu filho começara a caminhar em direção à porta. Pedi-lhe que voltasse, porém, indiferentemente, ele continuara. Dando suas mãos a aparição sombria, Ethan caminhara noite afora.

Segui-os e notei que ambos encontravam-se há cerca de cinquenta metros da casa. Sentia que algo estava errado, porém continuei a acompanhá-los. O caminho pela qual a assombração (pois já duvidava que fosse qualquer outra coisa) seguia não me era estranho. Curiosamente, não havia ninguém nas ruas. Sequer uma alma bisbilhoteira a espiar por entre as frestas de uma janela qualquer. Absolutamente nada. Continuei em seus encalços, até perceber para onde ambos se dirigiam. Parei, e enquanto estático, observei-os adentrar na borda da floresta. Por algum motivo, meu corpo cobriu-se de arrepios, enquanto que um nó no estômago começara a se formar. Reunindo coragem, ultrapassei o cercado que separava as árvores da estrada.

O interior da mata era completamente fechado, e mal pude enxergar o caminho. Ethan desaparecera, porém continuei a andar, como se algo me impelisse a continuar em frente. Aos poucos, acostumei-me à escuridão, e uma impressão ruim acometera-se sobre mim. Percorri, por centenas de metros, aquela densa vegetação. Era estranho. Nunca estive naquele lugar, mas passava-me uma sensação diferente. Não me lembrava de nada, mas a intuição guiava meus passos conforme avançava pelo desajeitado caminho da floresta. Ofegante, cheguei finalmente a uma pequena clareira. O luar a iluminava muito bem, e pude ver o que o acaso me revelara.

Ao canto, próximo a uma rocha, havia uma ossada. Lágrimas afloravam de minha face conforme me aproximava do corpo há muito carcomido por vermes. As roupas eram do mesmo pijama que Ethan vestira na noite em que desaparecera. Caí de joelhos, aos prantos. Segurei o que restara de seu corpo em meus braços, enquanto que soluços tomavam conta de mim. “Por que Ethan?” “O que houve?” “Por que está aqui?” “Por que de todos os lugares, este?”. E aos poucos, conforme proferia múltiplos questionamentos, dei-me conta da verdade. Esta floresta... Este lugar amaldiçoado. Era para cá que crianças deveriam ser levadas. Crianças que desrespeitavam a seus pais. Ethan era uma delas. Sim... Ele desobedecera a mim. Pois naquela noite, implorei-lhe para que a permitisse viver.

Não me admirava que não o houvessem encontrado. Sequer acredito que tenham procurado por ele aqui. É uma cidade pequena, não disponibilizavam de muitas mãos ou recursos. Compreendia agora. Meu fingimento. Minha crença infundada em acreditar que tudo estivera bem, quando claramente não estava. Pois no dia em que nascera, Ethan arrancara Lisa de mim... Ele a havia afastado de mim, deixando-me sozinho. Foi ele quem prejudicara nossas vidas. Por isso fiz o que precisava ser feito. Por isso naquela noite, conforme segurava suas pequenas mãos, percorri por esse mesmo caminho. Por isso o abandonei aqui... Para que o homem da floresta o levasse de mim.

sábado, 6 de setembro de 2014

SPC Fundation - SCP 115


Item #: SCP-115

SCP-115 sendo transportado para o setor-██

Mini Truck - Caminhãozinho

Classe de Objeto: Seguro

Procedimentos de contenção especiais: SCP-115-1 deve ser armazenado na ala de armazenamento de Veículos no Setor-██, onde o acesso é restrito a menos que acompanhado por um agente de Nível 3 ou superior. SCP-115-2 está sendo mantido em uma gaveta da escrivaninha do Dr. ██████. SCP-115 não deve ser utilizado sem a aprovação explícita do Dr. ██████. Qualquer equipe do setor que usar SCP-115-2 deve devolvê-lo em tempo hábil ou enfrentar medidas punitivas. Não há outros procedimentos especiais de contenção necessárias.

Descrição: SCP-115-1 é um caminhão de brinquedo, sem marcadores ou etiquetas para identificar seu fabricante original. No entanto, ao contrário de caminhões de brinquedo, SCP-115-1 pesa tanto quanto o veículo real que ele representa, cerca de 90 toneladas. Não se sabe como o veículo de brinquedo pesa tanto assim, já que a análise da composição do SCP-115-1 revela que ele é feito do mesmo plástico comercial comumente semelhantes aos encontrados em brinquedos baratos com qualidade baixa.

SCP-115-1 também é capaz de movimento motorizado e pode funcionar exatamente como um caminhão de lixo normal, com exceção do fato de que é várias magnitudes menor. É controlado pela SCP-115-2, que se assemelha a um controlador de carro fortemente modificado. SCP-115-2 pode controlar os movimentos do SCP-115, apesar do fato de que SCP-115-1 carece de qualquer tipo de receptor de rádio ou peças mecânicas. O SCP-115-2 não funciona com qualquer outro dispositivo controlado por rádio, mas por outro lado funciona exatamente como um controlador de rádio, mesmo exigindo baterias para funcionar corretamente.

Testes mostraram que, além de seu peso anormal, SCP-115-1 também tem uma capacidade de carga similar ao seus homólogos maiores, sendo capaz de transportar ou de rebocar cerca de 120 toneladas de carga. Além disso, o SCP-115-1 também, aparentemente, precisa de combustível diesel para funcionar adequadamente. Há uma pequena porta no seu lado esquerdo que permite abastecer, embora ele armazena e consuma tanto combustível quanto um caminhão de lixo regular. Como ele consome o combustível diesel, bem como onde é armazenado são questões atualmente em estudo.

SCP-115-1 foi originalmente encontrada em um canteiro de obras em ████████, onde os trabalhadores tentaram movê-lo, mas não puderam devido ao fato de que o SCP-115-1 pesa 90 toneladas. Eles foram forçados a usar máquinas pesadas para finalmente mover o SCP-115-1 do canteiro de obras e o levaram para uma cidade vizinha, onde se tornou uma curiosidade local. Os agentes ████████ e ████ descobriram SCP-115-1 e encontraram SCP-115-2 no mesmo canteiro de obras. Amnésicos Classe A fori distribuído entre os moradores da cidade, a fim de encobrir a existência de SCP-115-1.

Para alguém usando SCP-115-1 para testes, eu gostaria de lembrá-lo sobre as Leis de Newton! Conduzir o SCP-115-1 de forma imprudente em altas velocidades é um convite ao desastre, e já tivemos de lidar com várias paredes e equipamentos destruídos devido a manuseamento incorreto! Dr. ██████

Caso você não saba o que é um SCP, leia o artigo da aba SCP Fundation.
Fonte: Show do Medo.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Estação Kisaragi

Uma história do 2ch (imageboard japonês, como BRChan ou 4chan) de 2004, postado no meio de um tópico chamado "Poste alguma coisa estranha que aconteceu com você: Tópico 26." Os posts eram
Suspensejap25c325a3o.jpganônimos no começo, mas depois começaram a ser anexado seu nome.

Para deixar você informado, o usuário #??? e Hasumi indicam posts feitos pelo criador do tópico. #2ch indicam posts feitos por qualquer outro usuário do 2chan, eles não são sempre a mesma pessoa.

-

???: Talvez seja só minha imaginação... Posso postar uma coisa?

2ch: Vá em frente.

2ch: O que está acontecendo?

???: Eu estou andando de trem faz algum tempo, mas algo está errado.

2ch: Hmm...

???: Eu sempre pego esse trem para ir ao trabalho. Mas ele não parou em nenhuma estação nos últimos vinte minutos mais ou menos. Geralmente eu demoro cinco, sete, no máximo oito minutos. Ah, há mais cinco outros passageiros comigo no vagão, mas eles estão todos dormindo.

2ch: Você não pegou o trem expresso por engano?

2ch: É um trem bala?

???: Bem, talvez eu tenha apenas perdido minha estação. Eu vou esperar um pouco mais. Se mais alguma coisa estranha acontecer, eu volto para cá.

2ch: Tente ir até o vagão do final pra ver o condutor, talvez?

2ch: Seria muito ruim se o motorista tivesse tido um ataque epilético ou algo do tipo, você deveria ir dar uma olhada no condutor!

???: Ainda sem nenhuma parada, então sim, vou lá dar uma olhada.

???: As janelas estão cobertas por alguma coisa, então eu não pude ver o condutor ou o motorista. A rota são os trilhos privados em Shizuoka.

2ch: Bata na janela?

Hasumi: Tentei isso, ninguém respondeu.

2ch: Você consegue olhar pela janela? Nomes das estações que você está passando, etc.

Hasumi: Nós saímos de um túnel, então estamos diminuindo consideravelmente a velocidade. Geralmente não há nenhum túnel... É um trem vindo de Shin-Hamamatsu.

Hasumi: Parece que finalmente estamos parando em uma estação.

2ch: Você não vai descer aí, vai?

Hasumi: Estamos parados na estação Kisaragi. Estou em dúvida se devo descer. Eu nunca ouvi sobre esse lugar antes.

2ch: Definitivamente, vai dar uma olhada.

2ch: Não, fique no vagão até a última parada.

2ch: Ah, provavelmente, já está de partida agora.

2ch: Quando você pegou o trem?

Hasumi: Eu saí do trem. Não vejo funcionários na estação. Eu acho que peguei o trem por volta das 11:40

2ch: Não estou encontrando nenhuma informação sobre Estação Kisaragi... E Hasumi, seu trem ficou andando sem parar por uma hora? Isso realmente é estranho.

2ch: É, eu também não estou achando nenhuma informação sobre a estação Kisaragi.

Hasumi: Estou procurando uma tabela de horários para ver quando posso voltar, mas não consigo encontrar nenhuma. O trem ainda está parado. Então acho que é melhor eu voltar... Bem, ele partiu enquanto eu escrevia.

2ch: Há alguém por perto, ou alguma construção? Está frio lá fora, então tome cuidado.

Hasumi: Eu vou procurar por um táxi da estação. Muito obrigado.

2ch: Ótimo. Ei, cuide-se.

2ch: Após passar o último trem, em uma estação sem funcionários.... Realmente questionável se você vai encontrar algum táxi aí.

2ch: E então, Hasumi virou um habitante de dois mundos em dimensões diferentes...

Hasumi: Não parece haver nenhum táxi por aqui... Hmm...

2ch: Ligue 110? [Número da polícia]

2ch: Ligue para a companhia de táxi?

2ch: Se há um telefone aí por perto, procure pelo número da companhia de táxi no catalogo de telefones e ligue.

Hasumi: Eu liguei para casa e pedi para que me buscassem, mas nenhum dos meus pais parecem saber onde fica a Estação Kisaragi. Eles iram procurar no mapa para que possam me buscar, mas estou começando a ficar um tanto assustada agora.

2ch: E os outros? Você foi a única que saiu do trem?

2ch: Eu procurei na internet também, e o nome da Estação Kisaragi não está em lugar nenhum. Estou errado em pensar que é por perto de Shin-Hamamatsu? Eu vou checar no Yahoo.

Hasumi: Eu procurei por um telefone público e não há nenhum. E mais ninguém saiu, então estou sozinha agora. É definitivamente Kisaragi o nome.

2ch: As vezes, os telefones públicos ficam por fora da estação.

Hasumi: Vou procurar por lá, aparentemente está escrito com o kanji para "Diabo", mas se lê Kisaragi"...

2ch: Estação do Diabo? Uau....

2ch: Você está fazendo um joguinho nerd? Porque um jogo aparece quando você põe isso no google.

2ch: Diga para a gente o nome das estações antes e depois da Kisaragi.

Hasumi: O que você quer dizer, um jogo? Aqui não diz nada sobre as estações de antes nem de depois.

2ch: Volte andando pelos trilhos.

2ch: Se você começar a correr agora, talvez você consiga alcançar o trem.

2ch: Deve haver algumas casas perto da estação, certo?

Hasumi: Sim, sim. Eu não tinha percebido sendo que eu estava em pânico. Eu estou esperando meus pais ligarem de volta enquanto ando pelos trilhos. Eu tentei checar informações da cidade pelo i-mode, mas me deu um "point error" ou algo do tipo. Eu quero ir para casa.

Hasumi: Não há nada aqui perto! Tudo que eu vejo são campos e montanhas. Mas acho que eu consigo voltar se eu voltar pelos trilhos, então vou continuar. Obrigado. Podem achar que é um piada se quiserem, mas posso voltar a vocês se encontrar mais alguma coisa estranha?

2ch: Claro. Apenas tome cuidado.

2ch: Isso! Só tome cuidado para a bateria não acabar. Seu telefone é o que está te mantendo viva agora.

2ch: Não se perca. E tome cuidado no túnel.

2ch: Uh, você consegue pegar sinal no meio do nada? Eu acho que você não deveria se afastar da estação.

2ch: Totalmente sozinha em uma noite fria em uma estação sem atendentes. Logo não haverá mais luz, e vai ficar uma porcaria total....

2ch: Provavelmente, é mais seguro esperar o dia amanhecer na estação, mesmo assim.

2ch: Ah, meu Deus, isto está soando tão ruim...

Hasumi: Eu recebi uma ligação do meu pai, e ele tinha muitas perguntas, mas não conseguiu achar minha localização atual. Me falaram para ligar para a polícia, o que estou com um pouco de receio em fazer, mas eu vou agora pedir ajuda para eles.

2ch: Eu realmente acho que você deveria esperar clarear o dia até fazer alguma coisa.

2ch: Esperar sozinha na noite obscura? E em um lugar inabitado...

2ch: Andar em um túnel totalmente sozinho em uma noite obscura? Em um trilho de trem inabitado, ebá...

Hasumi: Eu liguei 110 e tentei dar o meu melhor para explicar a situação, mas eles acharam que era uma piada e ficaram bravos comigo. Então, fiquei com medo e pedi desculpas...

2ch: Pediu desculpas pelo o que? Deveria desistir por hoje, espere pelo próximo trem de amanhã.

2ch: Como é por volta da estação? O que tem aí?

Hasumi: Eu ouço sons que parecem a mistura de bateria com algum tipo de sino em uma certa distancia. Honestamente, eu não tenho ideia do que fazer agora.

2ch: Volte para a estação, Hasumi. É melhor voltar para onde começou enquanto não está perdido.

2ch: Eles estão tendo algum tipo de festival ou o que?

Hasumi: Vocês podem achar que eu estou brincando, mas estou com muito medo de olhar para trás. Eu quero voltar para a estação, mas... eu não consigo me virar.

2ch: Corra. E não olhe para trás.

2ch: Você não pode voltar para a estação agora. Corra para o túnel! Tenho certeza que você vai ver que não está longe.

Hasumi: Alguém atrás de mim gritou "Ei! Não ande nos trilhos, é perigoso!" Eu olhei para trás esperando ver um atendente, mas eu vi um velho de uma perna só, mas ele desapareceu. Eu acho que estou muito apavorada para me mexer.

2ch: Eu disse para você não olhar pra trás! Corra!

2ch: Se acalme e me ouça, okay? Veja de onde a bateria está vindo. Alguém tem que estar tocando ela.

2ch: Aonde diabos você quer que Hasumi vá parar?

2ch: Como você sabe que era um velho se você só viu uma perna?

2ch: ...Dãã, ela viu um velho que tinha perdido uma das pernas.

2ch: Deve ser algum velho que morreu e perdeu sua perna depois de andar nos trilhos.

Hasumi: Eu não consigo mais caminhar ou correr. A bateria parece estar mais perto.

2ch: Espere o amanhecer. Não será assustador na luz do dia.

2ch: Fico feliz por ter ficado dentro do trem.

Hasumi: Ainda estou viva. Eu sinto que estou começando a sangrar, e eu quebrei um salto, então eu estou sentada no chão. Não quero morrer...

2ch: Acho mais seguro que você saia do túnel. Assim que sair daí, chame ajuda imediatamente.

Hasumi: Eu liguei para casa. Papai está chamando a polícia, mas o som parece estar chegando mais perto.

2ch: Eu espero, em nome de deus, que não seja o som de um trem. Mas pode ser muito tarde...

Hasumi: Eu finalmente dei um jeito de chegar até a frente do túnel. O nome diz Isanuki. O som ainda parece estar chegando mais perto, então eu vou sair do túnel. Se eu conseguir sair do túnel á salvo, eu posto aqui de novo.

2ch: Boa sorte.

2ch: Este é o final. Esqueça sobre os trens e estações. Esqueça sobre voltar. Esqueça sobre alguém perseguindo você. O som que você está ouvindo é coisa da sua cabeça. Corra para fora do túnel. Se você parar, você vai sucumbir em algo que não pertence a este mundo.

Hasumi: Saí do túnel. Há alguém logo a frente. Parece que seu conselho estava certo apesar de tudo. Muito obrigada. Minha cara está uma bagunça entre lágrimas, ele deve ter me confundido com um monstro.

2ch: Espera, Hasumi! Não morra agora!

2ch: Pare! Isso não parece bom.

2ch: Alguém aí? Essa hora da noite? Suspeito...

Hasumi: Ele parece gentil, e preocupado comigo. Ele ligou pedindo um trem para me levar para a estação mais próxima. Aparentemente há um hotel por aqui perto. Eu estou muito, muito agradecida por todos vocês.

2ch: Hasumi, me responda essa única coisa. Você pode perguntar a esse homem onde vocês estão?

2ch: Ele realmente é gentil? Ele soa assustador pelo o que você disse.

2ch: Esse homem não é bom! Porque ele estaria nos trilhos a essa hora?! Ele pode ser algum defunto ou coisa do tipo! CORRA, HASUMI!

Hasumi: Eu perguntei onde estamos ele disse Hina. Mas isso não parece verdade...

2ch: Hasumi, não entre no trem!

2ch: Como é, Hasumi? Onde é Hina?

Hasumi: Nós estamos andando em direção as montanhas por alguns minutos. Não me parece o lugar onde haveria trens. E ele parou de falar comigo completamente.

2ch: Talvez porque você esta constantemente mexendo no celular?

2ch: Hasumi, ah não, não, não... Você contatou seus pais depois de sair do túnel e recebeu ajuda desse rapaz?

2ch: Hasumi, ligue 110. Talvez seja sua última chance.

Hasumi: A bateria do meu celular está acabando. As coisas estão ficando estranhas, então eu acho que vou começar á correr. Ele tem estado falando consigo mesmo sobre coisas bizarras por um tempo. Para me preparar para fazer isso no tempo certo, esse vai ser meu último post por agora.

Depois disso "Hasumi" nunca mais postou nada.

Nota: Este realmente foi um tópico no 2chan.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

O Incidente de Wyoming

O Incidente de Wyoming foi um caso não muito famoso de uma transmissão de televisão que foi hackeada. Um hacker conseguiu interromper as transmissões de um canal de programação local (acredita-se que seja de várias pequenas comunidades no condado de Niobrara) e estreou seu próprio vídeo. O vídeo continha vários clipes de cabeças humanas que mostravam várias emoções e "expressões". A posição da câmera mudava muitas vezes (geralmente a cada dez ou quinze segundos) e o vídeo era várias vezes interrompido por um anúncio de "apresentação especial". Este clipe é feito a partir de um destes intervalos.

O vídeo é bem conhecido na região em que estreou, e não seria tão popular se não fosse pelos efeitos que os moradores tiveram assistindo por um longo tempo. As queixas foram de vômitos, alucinações, dores de cabeça, etc. Enquanto alguns acreditavam que era algo paranormal, os especialistas determinaram que a causa desses males eram frequências realizadas regularmente ao longo da transmissão. Neste clipe, a frequência está entre 17 ou 19 hz. Esta faixa de frequência, quando escutada por um longo tempo, faz com que os olhos vibrem sutilmente, às vezes induz alucinações visuais.

Este vídeo é significativo porque é um dos hacks de televisão mais recentes da história. Tais ações eram raras, mesmo nos anos 80 (Procure: Chicago Max Headroom Incident) e são ainda mais raros nos dias de hoje. O hacker ainda não foi capturado, e todas as tentativas de traçar o vídeo foram fúteis.


Links da Semana! (#3)

Falaê pessoal! Então, estamos aqui para mais um LINKSSSS DA SEMANA!










Z-33: 10 teorias da conspirações políticas
Horror em Dobro: O Bloop
Show do Medo: Anneliese Michel: O Caso que Inspirou o Filme "O Exorcismo de Emily Rose"
Cova do Inferno: A Fazenda de Corpos
Creepypasta Brasil: Sanidade 
Creepypasta Dark: Annabelle
O Mundo Real: Eletrocutado em Cima do Poste

E é isso por hoje! Abraços!

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A Face da Morte

The Demon YellDescoberta


Em 2011 Jorden Defrans encontrou uma foto em seu armário que pertencia ao seu pai na década de 1990, Sem saber como a foto estava no álbum de seus pais. Então ele usou a tecnologia de hoje e deu zoom na face misteriosa. Chocado ao encontrar esta imagem o homem teria imagens perturbadoras do que aconteceu a esta pobre alma.

Fatos Indesconhecidos


Em 2012 Jorden Defrans teve um grave acidente vascular cerebral, enquanto visitava a casa de seu irmão, ninguém sabe como ele teve esse acidente vascular cerebral ou como a imagem foi parar no álbum de seus pais. Os principais investigadores examinaram a imagem e deram zoom, mas eles não conseguiram identificar o rosto. Seu irmão, Zane Defrans e sua esposa Mary viram o rosto no computador de irmãos mortos, mas semanas depois, quando os investigadores foram ver o rosto, ele desapareceu.

Mito


Hoje, as pessoas dizem que a face era de um demônio e que desapareceu quando Jorden morreu. Então, se alguém ver a face da morte, esta pessoa irá ter uma morte inexplicada.

Autor: Vincent Calitori

SCP Fundation - SCP-173

Item #:SCP-173

Nome: A Escultura

Classe do Objeto: Euclid


Procedimentos Especiais de Contenção:

Objeto SCP-173 deve ser mantido em um container trancado à todo o tempo. A equipe designada a entrar no container não deverá ser menor que 3 pessoas e a porta deverá ser retrancada ao entrarem. A todo o tempo, duas pessoas deverá manter contato direto olho-a-olho com o objeto até todo o pessoal desocupar e retrancar o container.

Descrição:

Levado ao Local 19 1993. Origem ainda desconhecida. Construído de concreto e vergalhoes com traços de tinta spray Krylon. SCP-173 se move e é extremamente hostil. O objeto não pode se mover enquanto for mantido contato visual direto. Contato visual não deve ser quebrado em hipotese alguma. Pessoal designado à entrar no container é instruido a alertarem-se entre si antes de piscar. Relatos de ataque do objeto incluem a remoção do pescoço através da base do crânio ou por estrangulamento. No momento de um ataque, pessoal deve agir conforme procedimentos de Conteção de Objeto Perigoso Classe 4.

Pessoal relata sons de raspagem de pedra originando do container quando não há ninguem presente. Isto é considerado normal e qualquer mudança neste comportamento deverá ser reportado ao supervisor de plantão.

A substância marrom-escura no chão é uma combinação de fezes e sangue. A origem destes materiais é desconhecida. O container deve ser limpo em uma base bi-semanal.

[Caso não saiba o que é SCP, leia este artigo: http://creepypastapuro.blogspot.com.br/p/sobre-scp-fundation_25.html]

SCP Fundation - SCP-008

==AUTORIZAÇÃO NÍVEL 4 NECESSÁRIA==

Habilitação de segurança adequada: Acesso Autorizado

Item #: SCP 008

Nome: Praga Zombie.

Classe do Objeto: Euclid

Procedimentos especiais de contenção: As amostras do SCP-008 são de perigo biológico extremo e todos os protocolos relacionados se aplicam. Medidas de incineração e irradiação serão implantadas em caso de ação política ou militar, que pode resultar na instalação sendo desmantelada; uma falha de energia; ou zero de comunicação de agentes ou canais externos durante um determinado período de oito horas. O período de quarentena para agentes deixando a instalação é de quatro meses. Se uma brecha ocorreu, medidas de incineração e irradiação devem ser implantadas. Ele deve ser a política de todos os locais G2 para não preparar um procedimento de evacuação.

Descrição: SCP-008 é um príon complexo, amostras desse estão armazenadas em cada um dos locais G2 conhecidos. A investigação sobre SCP-008 é altamente classificada e destinado principalmente à pesquisa de prevenção, que pode levar à síntese de SCP-008 em um futuro distante. Traços do príon de SCP-008 incluem:

100% de infecciosidade

100% de letalidade
Diagrama de fita ilustrando estrutura terciária do SCP-008. Informações da seqüência de aminoácidos primária foram redigidas.

A transmissão através de membranas mucosas expostas e todos os fluídos corporais.

Diagrama de fita ilustrando estrutura terciária do SCP-008. Informações da seqüência de aminoácidos primária foram redigidas.

Não é transmitido pelo ar ou pela água

Sintomas de infecção com o SCP-008 se manifestam não mais de três horas após a exposição, e incluem:

Sintomas gripais com alta temperatura, e demência severa nos estágios seguintes.

Coma cerca de 20 horas após os primeiros sintomas e 12 horas após demência noticiável.

Um período de necrose celular esporádica ocorre e se assemelha a gangrena. O tecido sobrevivente assume sua função original e é altamente elástico.

Os glóbulos vermelhos do sangue aumentam consideravelmente a capacidade de armazenamento de oxigênio, resultando em fluxo sanguíneo mais lento e aumento da resistência e força muscular.

Os sistemas nervoso e muscular não são afetados pela falha total do órgão por várias horas.

Metabolismo pode cair para níveis extremamente baixos, permitindo que o sujeito sobreviva por mais de 10 anos sem nutrição.

A alta viscosidade do sangue resulta em um vazamento insignificante por tiros, perfuração e ferimentos por corte.

Comportamento condicionado, coordenação motora, e os mecanismos de comportamento instintivos são danificados, e as habilidades cognitivas são severamente retardadas e erráticas. Animais experienciam necrose cerebral excesiva e estão inativos.

O sujeito consegue se adaptar aos seus sistemas nervosos danificados, mas é limitado a atividades físicas básicas, incluindo levantar-se, se equilibrar sobre as duas pernas, andar, morder, pegar em objetos e rastejar. O sujeito vai energicamente se mover em direção a locais, sons e cheiros que se associem com humanos vivos. O sujeito tentará ingerir humanos vivos se contato físico for feito.

Neutralizar sujeitos inteiramente infectados requer traumatismo craniano significativo.

Há forte evidência que sugere que o SCP-008 em si não foi formado naturalmente na terra, desde que variantes de complexidade similar teriam se deslocado na maior parte do ecossistema. Em 1959, um pequeno esforço colaborativo com a URSS para localizar locais G2 e eliminar SCP-008 doi negociado após sua descoberta.

O status do SCP-008 sob custódia Russa desde o fim da colaboração é desconhecido.

Adendo 008-1: SCP-500 foi encontrado para ser capaz de curar completamente SCP-008, mesmo em estágios mais avançados da doença.
[Caso não saiba o que é SCP, leia este artigo: http://creepypastapuro.blogspot.com.br/p/sobre-scp-fundation_25.html]

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