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quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Chuva

26 de maio
Não chove há três meses. Toda a cidade está preocupada. Precisamos de chuva em uma pequena área rural como essa. As plantações. Os açudes.

7 de junho
Marlene chora à noite. As meninas também estão preocupadas. Eu comecei a ir à igreja.

16 de junho
Sem chuvas. Estou indo à igreja praticamente toda noite. Deus há de nos salvar.

28 de junho
Por favor Deus, deixe chover.

1º de julho
Nada de chuva.

4 de julho
Não podemos acender os foguetes pelo Dia da Independência. Está tudo tão seco. Eu consegui uma Bíblia em latim e a li hoje. Nenhuma chuva.

24 de julho
Sem chuva. Quatro meses agora. Fomos amaldiçoados?

6 de agosto
Sem chuva. Desisti de rezar. Outros deuses existem, não é? Os demônios pagãos são cheios de truques, mas talvez eles possam nos ajudar.

18 de agosto
Dança da chuva, a noite toda. Sem chuvas. Preciso de mágica mais forte.

25 de agosto
Matei um bezerro. Chamei pela chuva. Nuvens de chuva no horizonte. Sumiram à tardinha.

3 de setembro
Chuva!! Doce chuva! Funcionou. Nenhum preço é alto demais pela sobrevivência.

7 de setembro
O funeral até que foi bem agradável.

18 de setembro
Um único dia de chuva não é o suficiente.

21 de setembro
Choveu. Fiquei tremendo a noite toda depois de fazer.

27 de setembro
Está chovendo. Deus me perdoe.

1º de outubro
Choveu hoje. As pessoas estão dizendo que a cidade é amaldiçoada. Eu parei de ir aos funerais.

9 de outubro
Marlene descobriu. Eu não sei como. Talvez haja uma razão pela qual deixamos de lado nossas pirâmides escalonadas e facas.
Vai chover amanhã.
_____________
Traduzido e Adaptado de: Creepypasta Wiki
Tradução e adaptação: Capitu

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Creepypasta dos Fãs - Horror na Escola

- Se apresse, menino! Vai se atrasar! [gritava Íris para o filho].


Já passava do meio-dia e Bruno ainda não estava pronto para almoçar e ir para a escola. Na verdade, ainda estava só de cuecas e metido embaixo das cobertas quando sua mãe chamou.


Na noite anterior o Telecine Cult transmitiu "O Exorcista", clássico que ele apenas ouviu falar, mas nunca havia assistido. Sempre lhe disseram que era o filme mais assustador de todos os tempos, o que despertou sua curiosidade quando viu, no final da tarde passada, que estaria em exibição.


O horário marcado era 02:25, Bruno precisou deixar o despertador ligado para não perder a hora. Assim, com a TV do quarto em volume baixo, para não atrapalhar o sono dos pais e receber um bronca, ele assistiu a obra-prima de William Friedkin sem medo, do auge dos seus nove anos. Bom, não exatamente sem medo. Ao término do filme, já passada as cinco da manhã, as cenas da possessão da garota Reagan não saiam de sua mente. Era fechar os olhos que as imagens do vômito verde, o giro da cabeça, a masturbação com o crucifixo (que ele sequer entendeu bem) ou a levitação teimavam em surgir. Claro que ninguém saberia disto, já que seria humilhante para um homem admitir que ficou com medo de um filmezinho bobo, assim pensava.


O sono só chegou muito tempo depois do Sol raiar e iluminar parcialmente o quarto do garoto. Ainda que tivesse medo de que, a qualquer instante, sua cama fosse começar a balançar, sentiu-se mais seguro sendo dia e os pais estarem acordados. Quando escutou o pai ligar o chuveiro caiu no sono quase instantâneamente. Não teve pesadelos. Na verdade, nem teve certeza se dormiu, tinha a impressão de num instante fechar os olhos e no outro ser despertado pela mãe.


Preguiçosamente, vestiu a primeira camiseta que sua mão tocou e dirigiu-se para o banheiro, semi-acordado. Lavou o rosto, escovou os dentes, urinou abundantemente (não o fazia há mais de dez horas) e tomou um banho rápido, quase frio, mais para despertar do que para higienizar-se. Após fechar o chuveiro e apertar a toalha contra os olhos ao secar-se, já se sentia mais disposto. 


O cheiro da comida da mãe era delicioso. O aroma do feijão bem temperado atiçou o estômago de Bruno logo que ele saiu do quarto, já vestido para o colégio. Tinha fome. E agradecia a Deus pelo cardápio não trazer sopa de ervilhas. 


*****


Bruno estava no segundo ano. Estudava na Escola Municipal de Ensino Fundamental Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, em Novo Hamburgo, no bairro Redentora. Era um dia bonito de outubro, em plena primavera, com o Sol brilhando e uma leve brisa impedindo que o calor insuportável se instalasse.


Exatamente para aproveitar a tarde, a professora resolvera antecipar a Educação Física, que estava programada apenas para o próximo dia.


- Não é dia de ficarmos trancados na sala! [Dizia animadamente Fernanda, a mestra, que na verdade era uma estagiária e não tinha idade nem para ser mãe dos seus alunos].


Bruno gostava de futebol, mas, após dormir pouco e ter comido rapidamente no almoço, não se sentia muito animado para jogar. Mesmo assim, atendendo a pedidos dos seus colegas e, principalmente, porque Marianne, a menina que ele gostava, estava olhando, decidiu jogar um pouco. Bem pouco, na verdade, já que, cinco minutos após entrar na quadra, uma bola afortunadamente acertou seu nariz, após um colega do time adversário chutá-la forte e sem direção. Bruno caiu de costas, enquanto enxergava raios de todas as cores e formas graças a bolada. Fernanda chegou a correr para acudí-lo, mas as risadas dos colegas, juntamente com a vergonha de ter feito papel de bobo à frente da mulher da sua vida trataram de reanimá-lo imediatamente.


*****


Nuvens começavam a se formar, escondendo o Sol. A brisa já começava a tomar forma de vento e, por precaução, Fernanda decidiu que era melhor retornarem à classe.


Mais cansado ainda, após tentar exibir-se para Marianne e ser nocauteado, passando o resto da aula emburrado, Bruno sentou-se pesadamente em seu lugar, no fundo, próximo à janela, e se pôs a conversar com Jean, seu colega e melhor amigo.


- E aí? Viu o Exorcista ontem? [perguntava Bruno]


- Pior que não. Meus pais não me deixaram ver e…


- Ah! Não mente, cagão!


- Sério, cara! Eu ia olhar, sim!


- Aham, sei… Tava é com medinho, seu viado! Eu olhei todo e…


- Meninos… [interrompia a professora] Abram seus livros, agora é hora do conto.


- Viadinho… [disse Bruno para Jean, quase inaudível, com um sorriso de canto de boca]


A hora do conto, para Bruno, era tédio puro. Nunca gostou muito de ler, nem mesmo quadrinhos. Se ler já era chato, dizia, imagina alguém ler para você! E a história de hoje era João e Maria, um conto que ele já ouvira umas quinhentas vezes e que achava muito infantil. Mesmo assim, resolveu acompanhar a professora Fernanda no seu Livro dos Contos, um calhamaço com cinquenta histórias que os alunos receberam no início do ano letivo.


A chuva começava a cair, de imediato Bruno bocejou, mas seguiu acompanhando a fábula. Quando João e Maria encontraram a casa de doces na floresta, Bruno embaralhou a vista e quase não distinguiu as letras do texto. Quando João ofereceu um graveto para a Bruxa tocar, no lugar de seu dedinho, Bruno cochilou sobre o livro.


Acordou de sobressalto, com o barulho do granizo batendo no vidro da janela. De olhos arregalados, percebeu que estava sozinho na sala. Percebeu que estava com muito frio. Percebeu que já anoitecera…


*****


Quanto saiu do banho e vestiu-se para ir à escola, usava apenas uma calça jeans e uma camiseta gola polo, e saíra reclamando do calor.


- Leva uma blusa, pois esfria de tarde! [disse-lhe sua mãe].


Bruno não lhe deu ouvidos, como era de praxe. Desta vez, porém, arrependia-se. O termômetro da sala, que a tarde registrava 25°, agora marcava 5°. Um frio atípico para a estação.


Com os braços cruzados sobre o abdômem, caminhou até a porta, rezando para que não estivesse trancada. Um arrepio correu pelo pescoço quando tocou a maçaneta, sentindo todos os pêlos do corpo se eriçarem, mas, felizmente, estava destrancada.


O frio fora da sala era estranhamente menos intenso. Porém, o corredor estava às escuras, bem como toda a escola. Pelo que o garoto lembrava, o interruptor se localizava em uma pilastra próxima à escada, há uns cinquenta passos de onde ele estava, segundo suas contas. Não queria passar a noite alí, mas, principalmente, não queria permanecer no escuro. 


Aguardou seus olhos acostumarem com a penumbra e, guiando-se pela parede, saiu para o corredor. Mentalmente ia contando os passos, quase não respirando de tensão, ouvindo o barulho do granizo no telhado. 


Vinte e sete, vinte e oito, vinte e nove…. O frio retornava com força. Agora ele podia ver nuvens de ar a cada respirada. Quase pensou em voltar correndo para a sala de aula, mas agora estava mais perto do interruptor, então decidiu acelerar o passo, quase correr.


Quarenta, quarenta e um, quaren… seus pés pisaram em algo molhado e viscoso. Mal teve tempo de registrar isto, pois vislumbrou a pilastra quase ao alcance das mãos. Deixando o apoio da parede, Bruno correu onde se lembrava que ficava a chave de energia. Seus dedos tocaram imediatamente as teclas e fez-se a  luz! 


Com o corredor perfeitamente iluminado, Bruno teve um hiato de cinco segundos de uma tranquilidade razoável, até registrar uma poça de sangue a menos de dez metros de onde ele estava. Seus olhos se voltaram primeiro para as pegadas rubras que seus tênis deixaram pelo caminho, e em seguida para o teto, sobre a poça, de onde pendia o corpo do senhor Mauro, o zelador da escola. Estava nu, pendurado pelos pés através de uma corda fixada em um suporte de uma das luminárias. Uma perfuração no centro do peito e o rosto completamente vermelho, com um semblante de sofrimento, davam a ideia de que sangrara até morrer.


As pernas de Bruno fraquejaram, seu estômago se contorceu, querendo expulsar o almoço. Inclinou-se sob o parapeito e, segurando-se nas barras, vomitou. O som ecoava na escola vazia. Pálido, ainda tremendo, contornou a poça e correu para o andar de baixo.


*****


O térreo estava iluminado somente pelas luzes do segundo andar. O hall de entrada da escola tinha uma porta dupla de um vidro transparente, dando direto para o pátio principal. Bruno correu direto para lá, e forçou uma das folhas. Sem sucesso. A porta, além de trancada a chave, possuia uma corrente unindo os puxadores, do lado de fora, com aros grossos, e um cadeado.


Desesperado, jogou-se contra o vidro, que devolveu o mesmo impacto, atirando-lhe ao chão. Um trovão ribombou no pátio, sobre uma das traves de madeira da quadra de futebol. O fogo imediatamente começou a consumir as goleiras. Com dificuldade, Bruno levantou-se, apoiando o corpo nos pesados vasos de planta que ali haviam. Devido ao breu da noite, não havia percebido algo nas traves que, agora, devido ao fogo, podia ver melhor: Professora Fernanda, sem roupas, pendurada pelo pescoço em uma corda no meio do travessão e com as mãos amarradas às costas tremulava ao ritmo do vento. 


Bruno ficou em estado de choque. Estático, permaneceu olhando fixamente para o pátio, com os olhos arregalados e a boca aberta. Só saiu do transe quando o fogo consumiu a corda e Fernanda, com os cabelos em chamas, caiu no chão de concreto. Ele precisava sair dalí, tinha de achar uma saída, não queria ficar preso naquela escola. 


Sem ação, lembrou-se dos banheiros, que ficavam bem próximos da entrada. Cada compartimento possuia uma janelinha. Ele teria de tentar. Disparou na direção dos sanitários mesmo quase sem visibilidade, com a adrenalina em alta. Nem percebia que chorava até as lágrimas salgadas chegarem à sua boca.


*****


Meio trôpego, Bruno deu com o nariz na porta do banheiro masculino. Testara a maçaneta insistentemente, quase a arrancando da fechadura, mas nada acontecia. Frustrado, escostou a testa na madeira e começou a chorar copiosamente, deixando-se deslizar até o chão enquanto soluçava.


Foi em meio às lágrimas que, olhando para a escada que conduzia ao segundo andar, vagamente iluminada, um movimento chamou-lhe a atenção: envolto em algo que parecia uma toga com capuz, um Ser praticamente deslizava rumo ao andar de baixo através dos degraus. Lentamente, o Ser virou a cabeça na direção de Bruno. Um par de olhos estrábicos, de um violeta vivo, fitaram o garoto. Da fenda negra abaixo do nariz, bem evidente devido a pele pálida, um largo sorriso com dentes disformes e amarelados surgiu. A coisa apontou um dedo para Bruno:


- Você… [a voz era quase um ronronado de um gato] Quero você…


A bexiga do menino soltou-se nesta hora. Nem percebeu o mijo quente escorrer por entre as pernas. A sua mente de garoto não havia lhe sugerido tentar o banheiro feminino. Era algo errado, proibido. Mas Bruno não mais importava-se com bons modos e, antes da criatura entrar na curva da escadaria, testou a porta do sanitário das meninas. Quase gargalhou ao achá-la destrancada. 


Encostou-a sabendo ser inútil, já que não tinha a chave, mas não se preocupava com isto. Precisava ser rápido, podia sentir o farfalhar da toga nos degraus da escada há menos de trinta metros. Aliviou-se ao achar a tomada e ter o cômodo inteiramente iluminado.


O banheiro feminino tinha três compartimentos, e, instintivamente, dirigiu-se ao central. Ao abrir a porta sentiu uma nova onda de horror: Jean estava sentado, com as calças abaixadas. O colega de Bruno fôra decapitado, e só foi reconhecido pelo amigo graças a camiseta da banda Oasis, que usava frequentemente, agora ensopada de sangue. Tornando a cena ainda mais bizarra, Jean segurava em suas mãos, na frente da virilha, a cabeça de Marianne, que mantinha a boca escancarada em um eterno O e os olhos abertos sem vida e sem íris.


Pela primeira vez na noite Bruno gritou, e cambaleou de costas até encostar na parede, afastando-se daquele cenário aterrador. O ar parecia impregnado com o cheiro pesado de sangue. Um gosto de bile subiu à garganta do rapaz quando escutou passos vindo do exterior do banheiro.


Impelido pelo medo, entrou no compartimento central, e puxou o amigo morto para o lado, a fim de subir no vaso. Ao deslocar Jean, o defunto derrubou a cabeça de Marianne. O barulho foi semelhante ao que se ouve ao atirar um peixe sobre uma tábua de madeira. A janela abriu sem dificuldade no exato instante em que a porta rangia ao ser aberta lentamente. Bruno subiu na caixa descarga, escorregadia devido ao sangue, e içou-se pela pequena abertura acima. Em três segundos estava do lado de fora, estatelado na relva, de costas para cima. Virou-se a tempo de ver o rosto pálido do Ser na janelinha, ainda a lhe sorrir.


A chuva era fria, as roupas estavam empapadas, Bruno tremia e batia queixo. Levantou-se e caminhou em direção ao portão da escola. Um cheiro de carne de porco assada chegou ao seu nariz ao passar próximo do corpo fumegante da professora. Ela havia caído de lado, e não era mais do que um esqueleto envolto em pele negra ressecada, mas com os olhos estranhamente vivos a fitar o garoto.


O granizo castigava-lhe o corpo franzino. Estava exausto, machucado pela queda, chocado com tudo que havia passado, mas resistia à entrega bravamente. Precisava sair daquele inferno e buscar ajuda. Estava a menos de dez metros do portão quando uma pedra de gelo do tamanho de uma bola de pingue-pongue o acertou no supercílio, o derrubando de joelhos.


Com a visão turva, levou uma das mãos ao machucado e se assustou quando as pontas dos dedos se mancharam de sangue. Do SEU sangue. Apoiando um braço no solo, levantou-se novamente e deu dois passos até que uma nova pedra de gelo, desta vez quase do tamanho do um punho fechado, atingiu-o na face, jogando-o no chão lamacento. Um gosto ferroso de sangue inundou sua boca enquanto a chuva de granizo ganhava força, judiando-o por inteiro.


Mesmo no frio sentia o corpo arder nos locais em que era atingido. Num ato de desespero levou as mãos ao rosto para se proteger. Parecia que todo o granizo do mundo havia o escolhido para alvo. Ao virar-se de barriga para baixo instintivamente, a fim de proteger os órgãos vitais, uma última pedra atingiu-o na nuca. Bruno perdeu os sentidos em meio a tempestade, enquanto uma poça de sangue aquoso formava-se ao redor de seu corpo.


*****


Um barulho contínuo trouxe-o de volta. Estava deitado em uma cama branca, num quarto branco, com uma pessoa de branco à sua frente. Tinha dificuldade para abrir os olhos, que estavam bem inchados, mas, ao vislumbrar a mãe sentada na poltrona a seu lado, quase fez o globo pular da cavidade. 


A mãe foi até ele e o abraçou levemente enquanto chorava silenciosamente, evitando forçá-lo muito.


- Eu… [Dizia Bruno, quase sussurrando] eu tô vivo? Mãe?


- Sim, filho! Sim! [Íris começava a chorar mais alto] Deus é bom!


- Mas… mas como me acharam?


A mãe olhou para o doutor, que lhe devolveu o olhar, meio embascado, piscando através dos óculos de lentes esmaecidas.


- A diretora ligou, filho. Você bateu com a cabeça na quadra jogando bola, lembra?


- Eu? Quando?


- Há dois dias, Bruno. [Respondeu o médico, por baixo da máscara cirúrgica] Desde então você apenas dormiu, até agora.


A cabeça de Bruno voltou a doer, sentiu o mundo girando. Sua mãe segurava seu pulso. 


- Tudo bem. [continuou o doutor] É uma reação natural de quem sofre algum trauma no crânio. É melhor deixá-lo descansar mais um pouco, dona Íris.


A mãe acomodou-o no travesseiro. Um sorriso brotou no rosto de Bruno. Agora percebia que estava nu, provavelmente devia ter urinado nas roupas e na cama e foi preciso trocá-lo, mas era uma humilhação que poderia suportar.


- O que foi, filho? Por que o riso?


- Nada não mãe, um negócio que sonhei, só isso.


- Deve ter sido um sonho e tanto. [Disse o médico] Você dormiu por quase dois dias inteiros. Dormindo você se recuperaria mais rápido.


Bruno viu o médico introduzir uma seringa no frasco de soro que estava conectado ao seu corpo. 


- O que é isto, doutor?! [perguntou o rapaz]


- Ah. É um negocinho para você dormir mais um pouco. Ainda não está bem, bem. Mais um dia de recuperação e já vai poder voltar até a namorar. [o doutor piscou para Íris, e um sorriso de alívio surgiu no rosto da mãe, em meio às lágrimas incessantes]


Íris abraçou o filho uma vez mais. Sua testa já não estava febril, o que aliviou ainda mais a mulher. 


- Eu vou ao banheiro lavar os olhos filho. Já, já eu volto.


Após um beijo no rosto, a mãe de Bruno deixou-o só com o médico. O menino já sentia a sonolência lhe dominar enquanto seus olhos percorriam o quarto de hospital. Um instante mais tarde, seu olhar parou em seus tênis, colocados sobre a roupa dobrada que usava quando foi a escola na última vez, em cima de uma cadeira. Na sola, Bruno notou manchas vermelhas, como se ele houvesse pisoteado em beterrabas cozidas.


Aflito, mas sem forças, olhou para o doutor, parado aos pés da sua cama, com uma segunda ampola nas mâos. O médico baixou a máscara e sorriu, exibindo seus dentes amarelados e podres, e aproximou-se de Bruno. Através dos óculos, o garoto viu com incredulidade e terror os olhos vesgos cor de violeta. Então falou, abaixando o rosto próximo o bastante para que seu paciente sentisse o hálito putrefato:


- Bons sonhos, menino. Descanse em paz.


Depois disto, o mundo de Bruno foi tomado pelas trevas.

Escrito por: Wagner De La Cruz

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quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Manual do Espelho

Broken-mirror.jpgEu havia me mudado para o pequeno apartamento da minha irmã, ela infelizmente foi presa por agredir um policial e como não tinha ninguém para ficar lá, cá estou, arrumando as coisas. Bem, não mudei muito coisa, já que ela era bastante organizada. Comecei então a bisbilhotar suas coisas pessoais. O notebook dela estava cheio de vídeos pornô baixados, algumas fotos de uma viagem curta e receitas de macarrão, porém nada de íntimo.

Depois de calmamente ter levado o note para o banheiro, resolvi ver se ela tinha algo escrito em seu caderno, pois eu adorava dedurar pra minha mãe os ficantes dela. Abri a bolsa da escola, livros pichados, caderno com anotações, nada de mais, até que encontrei um pequeno diário dentro dela. Ah, se eu peguei. Comecei a folear, entretanto, nada achei se não alguns manuais esquisitos. Parei de pular as páginas e decidi ler.


Como deve-se agir na frente do espelho.

1. Se o lugar ou ambiente tiver um espelho, mesmo que insignificante, passe direto por ele.
2. Se seu rosto estiver ferido ou sujo, você tem direito a olhar por 5 segundos.
3. Caso passar da marca de cinco segundos, aguente as consequências de seu ato.
4. Em hipótese alguma olhe nos olhos de seu reflexo.
5. Em hipótese alguma sorria para o espelho.
6. Você não pode quebrar um espelho, mesmo que este o atormente.

Fiquei meio grilado com isso, porém não achei que aquilo era sério.

Um dia, numa partida de futebol, tive um leve corte no queixo, voltei para casa para tratar o ferimento que sangrava um pouco, o único espelho que tinha naquele lugar era no banheiro, acima da pia. Cheguei lá, abri a torneira para me limpar da sujeira. Não sei o porquê daquele lugar ser tão frio, comecei a me observar , era um pequeno filete carmesim que caía, coloquei minha mão debaixo da água e passei no corte, enquanto realizava o ato, notei meus olhos brilharem no reflexo, eram um brilho tão ... maravilhoso, que me dá dava vontade de tocá-lo o dia todo, porém, apressado que sou, deixei o banheiro. Passei mais de 5 segundos.

O meu dia foi bem, almocei tarde, a comida era abundante e por isso acabei por me sujar todo. Impaciente, fui até a pia da cozinha, abri a torneira, porém a água não desceu, comecei a abrir mais, contudo nada de água sair, eu tinha pressa, já que teria prova, deduzi que o cano poderia estar entupido, então fui em direção ao banheiro. Estava tudo normal, a não ser um pouco de lodo estar nas extremidades do espelho, achei que por desleixo meu, não tinha percebido a sujeira e resolvi depois limpar. Cerifiquei-me que saía água e dessa vez, funcionou perfeitamente, primeiro lavei as mãos, sem precisar olhar aquele espelho, só que minha boca deveria estar toda engordurada - maldita receita de macarrão - e tive que observar, usei o sabonete, depois o líquido, apenas conferindo o meu trabalho em meu reflexo. Abri a boca, meus dentes estavam completamente sujos, com macarrão grudado até na gengiva, comecei a escová-los constantemente, até que pôs água na boca, gargarejei e cuspi no ralo da pia.

Por fim, dei um sorriso para averiguar a situação, ninguém pode descrever o que senti.

O sorriso estava um pouco mais espaçado do que eu realmente exercia, afinal, havia algo de errado nesse espelho, a única coisa que comecei a pensar era como aquilo era pequeno e nada atraente, forcei os cantos da boca, para sorrir ainda mais, enquanto minhas bochechas eram contraídas em relevos de minha pele, estava admirado, mas era como se, ao mesmo tempo, estivesse em um transe macabro. Eu nem sequer me reconhecia diante daquele reflexo.

Dei um tapa na minha cabeça e resolvi sair dali, era ridículo aquilo!

Após a prova, meu amigo Renan chamou-me a sua casa, aceitei, o mesmo perguntou se eu estaria doente, pois minha pele estava um pouco esbranquiçada, falei que era gripe, mas que mesmo assim, estaria disposto a ir.

Sua casa era um pouco pequena, porém o que mais me chamou atenção era uma pequena parede espelhada no corredor, eu precisava passar por ela para ir em direção ao quarto de Renan (ele queria jogar GTA IV comigo) . Ele foi na frente, fiquei um pouco temeroso, não sei o porquê, mas me sentia intimidado em passar. Renan chegou ao seu quarto e ficou me perguntando porque eu não passava.

Respondi que não estava meio bem, porém, o rapaz rapidamente veio em minha direção e começou a me puxar pelo pulso e em resposta, tentava soltar-me, ele me trouxe em frente ao espelho, entrei em pânico e comecei a me debater, só que minha visão foi ao reflexo, o de Renan estava normal, porém o meu estava um pouco escuro e tudo que podia ver de meu rosto eram meus olhos marcados por um contorno negro, o rosto me fitava igualmente, os olhos eram muito aterrorizantes, até que vi na sua boca um sorriso nervoso. Soltei um grito alto demais, Renan me soltou, caindo no chão atordoado, saí de lá, em pressa, voltei para o apartamento em pânico e tranquei a porta, já começara a anoitecer e tudo que fazia era tremer. Respirei fundo, fiquei ditando que era apenas coisa da minha cabeça e que não havia nada de anormal.

Passei sete dias ignorando o meu banheiro. Parece estranho? Se é. Como a única pia que funcionava era a do banheiro, comecei a comprar marmitas, cujo os talheres eram de plástico e mandava minha roupa pra lavandaria, fezes e urina? Apenas fazia no banheiro da minha escola (antes, eu nem passava por lá), dou graças a Deus que duas semanas atrás, tiraram o espelho de lá, pois o quebraram.

Voltei pra casa, senti meu cheiro, era degradante, tinha de tomar banho, relutante, fui. Peguei a toalha e embarquei no banheiro, de olhos fechados. Abri a torneira e deixei a água descer, enquanto me ensaboava. Apos o longo banho, cobri-me com a toalha e fui abrir a porta, só que no entanto, ela emperrou, desesperado, comecei a forçar a maçaneta, porém, nada adiantava, não olharia para aquela merda de espelho, continuei o trabalho, mesmo molhando o chão. Então decidi arrombá-la, quando usei o impulso da minha perna, escorreguei e a ultima coisa que vi foi um reflexo cair tortamente, com uma triste e melancólica expressão.

Acordei um pouco depois, senti um leve galo na cabeça, quando olhei de relance aquele maldito espelho, observei que o lado estava ainda mais alastrado, porém, em nenhum lugar em cima daquele espelho. Virei meu rosto, estava tonto devido a queda, só que dessa vez a porta abriu.

O que passou nas horas da noite foi uma forte febre que me abatera. Fiquei na sala, enroscado no lençol pois queria muito dormir, comecei a ouvir ruídos no banheiro, eram como passos, senti uma súbita friagem nos pés, eu evitei olhar em direção aquele cômodo, depois comecei a ouvir objetos se quebrando. E assim terminou minha noite.

Comecei a evitar qualquer coisa com reflexo, nem ao menos olhava nos olhos das pessoas, temendo o que veria lá, estava paranoico e beirando para sanidade. Por fim, decidi acabar com meu sofrimento, primeiro olhei o diário da minha irmã, e tudo que vi lá eram as descrições do reflexo dela a perseguindo de maneira horrorosa.

Agarrei o enorme martelo que havia na pia da cozinha e resolvi enfrentar o demônio. Prossegui apavorado, com martelo apoiado no ombro, abri lentamente a porta do banheiro. Ele estava intocado. Intocado? Que merda foi aquela que ouvi então?

Observei aquele espelho por uma ultima vez, o reflexo estava me intimidando, mordendo os lábios e me encarando friamente, ergui o martelo, nada fez a não ser me observar, e com toda a força que possuo, destrocei, caco por caco, enquanto observei-o cair da parede e ir de encontro no chão, dei um sorriso de vitória.

E escutei. Risadas e mais risadas e quando fixei o olhar para o chão cheio dos cacos, havia vários reflexos de mim, todos rindo frenéticos, como se tivessem um demônio dentro deles ou se eles fossem os próprios demônios, comecei a esmagar os cacos, mais e mais e as risadas prosseguiram e aumentaram...

E agora estou nessa cadeia, por vontade própria, sabe, aqui não tem espelhos e nem tenho companhia para ver nos olhos dos outros, o problema é que aqui faz muito calor, acho que é porque as paredes são acolchoadas demais.

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(Criado por CherryBell)

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Corte a Corda

Muitos especulam que o plano em que vivemos não é o único plano que existe.

Aqueles que dizem isso geralmente falam que esses outros planos de existência são reinos de mistério e maravilha. A verdade é que realmente há um segundo plano, mas não é preenchido com as imagens de euforia que a maioria das pessoas dizem. No entanto, não está dominada por horrores, pelo contrário, é uma simulação perfeita do nosso mundo. Não há nenhuma diferença. Tudo o que existe em nosso plano também existe no segundo plano. Até mesmo uma cópia de você existe nesse segundo plano. Na verdade, essas "cópias" de nós mesmos, esses clones extra-dimensionais, estão ligados a nós. Qualquer ação que tomamos, eles tomam igualmente, e vice-versa. Isso significa que em outro plano, a cópia de você está lendo isso agora.

Mas neste segundo plano existe apenas uma diferença. Deus existe lá, embora alguns podem chamá-lo de diabo, e ele sempre vigiando os espelhos dos quais que estão o nosso reino. Este Deus não tem espelho. Ele reside apenas no segundo plano. Nossas "cópias" não podem vê-lo também por razões desconhecidas. Mas ele pode vê-los. Ele sabe o que eles estão fazendo. Portanto, ele sabe o que você está fazendo. Há apenas uma maneira de escapar desta observação constante, mas pode custar um preço terrível.

Fique diante de um espelho. Você vê o seu reflexo? Esta é a sua cópia. Olhe-a nos olhos com toda a sua força, e lembre-se, o que você vê não é você, mas sim, uma simulação perfeita sua. Assim que você finalmente colocar isso no seu subconsciente, desligue as luzes. Espere por um tempo, cerca de dois minutos. Em seguida , olhe de volta. Seu reflexo terá sumido. Você acabou de cortar a ligação entre você e a sua cópia. Você não pode mais vê-la, mas ela ainda existe. Agora, no entanto, você estará livre para fazer o que quiser, sem a sua cópia espelhando os seus movimentos e sem "Deus" saber o que você está fazendo. Você poderia matar milhares de pessoas e andar pelo mundo sem medo de represálias.

No entanto, não é recomendável que você faça isso. Quando você corta o vínculo, a mesma decadência que criou a ligação vai comer lentamente os restos de um lado da "corda". Sua alma lentamente vai ser devorada, se deteriorando em uma forma mais pálida e doente. Você vai feder e seus movimentos vão se tornar fracos e medíocres. À medida que se aproxima a fase final desta doença, você se tornará apenas uma sombra de si mesmo. Você vai se torna um fantasma, amaldiçoado a vagar eternamente no que lhe sobrou de sua existência, uma alma despedaçada e perdida. No entanto, se você não for afetado por esta doença, mas sim sua cópia, você vai andar livre. Você vai andar sem julgamento. Você vai ser um Deus entre os homens. Mas tome cuidado, pois se isso devorar o seu lado do cabo, você vai sentir os seus efeitos.

Confie em mim. Eu sei.

Créditos: Lua Pálida. 

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

33º aniversário.


No seu 33º aniversário, vá até o posto de gasolina local e pegue o jornal. Nos classificados terá um pequeno lembrete que comemora seu nascimento e dizendo para você virar pra trás. Ao olhar pra trás, um homem vestido com um manto negro estará indo em sua direção.

Se optar por fugir, ele vai caçá-lo para o resto de sua vida, e quando encontrar você, vai te matar da forma mais horrível possível.

No entanto, se você esperar a sua chegada e não fugir, ele vai te dar um pequeno pacote.

Dentro desse pacote, você vai encontrar o objeto que mais deseja na vida.


Créditos: Morte Súbita

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Esconde Esconde Solitário








Essa é uma lenda japonesa, dizem que esse era um ritual voodoo que acabou se tornando uma brincadeira entre pessoas mais corajosas. Você teria coragem de fazer?

• O Esconde-Esconde solitário:
A brincadeira do Esconde-Esconde solitário, ou esconde-esconde de uma pessoa só, é bastante popular em diversas partes da Ásia. Aqueles que tentaram contar se a brincadeira de fato funciona e o que sentiram, tiveram suas vidas ameaçadas.

• Você irá precisar de:
- Uma boneca com pernas: A boneca servirá como lugar para o espírito entrar, por isso, é aconselhável que você não use uma boneca que realmente goste, já que existe uma grande chance de o espírito não sair da boneca.
- Arroz: Dizem que se o espírito comer essa oferenda ele se tornará mais forte.
- Linha vermelha: Ela simbolizará o sangue e a ligação entre você e o espírito.
- Algo do seu corpo: Unhas são as mais comumente usadas, mas há quem use seu próprio sangue, pele, cabelo e etc. Não use algo do corpo de outra pessoa, ou a brincadeira se tornará uma maldição.
- “Arma”: Na verdade, algo com o que você possa apunhalar a boneca. Facas são muito perigosas, por isso, a maioria das pessoas utilizam canetas, lápis ou até mesmo agulhas.
- Água com sal ou álcool: Sem isso, o jogo nunca terá fim. Esse material é usado para livrar-se do espírito.
- Um nome: Dar um nome ao espírito é a coisa mais poderosa que um ser humano pode dar. Nomes dão um grande poder ao espírito.

• Preparando o jogo:
- Primeiro passo: Corte a boneca e substitua o algodão (ou qualquer coisa que esteja lá dentro) pelo arroz.
- Segundo passo: Coloque algo do seu corpo dentro da boneca
- Terceiro passo: Costure a abertura feita na boneca com o fio vermelho e em seguida, enrole-a com o restante da linha.
- Quarto passo: Em um banheiro, encha uma banheira (ou a própria pia) com água e procure um lugar para se esconder.

• Como jogar:
- Primeiro passo: Comece às 03:00 da manhã, pois é nesse horário em que há maior atividade espiritual.
- Segundo passo: Dê um nome à boneca.
- Terceiro passo: Quando o relógio marcar três horas, feche os olhos e repita três vezes: “O primeiro a procurar é (seu nome)!” Você deve falar com firmeza ao falar com a boneca.
- Quarto passo: Vá para o banheiro e coloque a boneca na banheira ou pia cheia.
- Quinto passo: Apague as luzes.
- Sexto passo: Feche seus olhos e conte até dez. Pegue sua “arma” e vá para o banheiro. Siga até a boneca e diga “Eu achei você (nome da boneca)” enquanto a perfura. Em seguida, feche novamente seus olhos e diga três vezes “Agora (nome da boneca) é a sua vez!”.
- Sétimo passo: Deixe sua “arma” próxima à boneca e vá para o seu esconderijo. Você DEVE trancar todas as portas e janelas.
- Oitavo passo: Coloque a água salgada na boca, mas não engula ou cuspa. A água com sal irá proteger você do espírito.

• O final:
Para terminar o jogo, procure a boneca e leve consigo o restante da água salgada ou álcool. Tenha em mente que a boneca pode não estar no banheiro e há casos em que ela foi encontrada na rua.
Quando a encontrar, cuspa a água salgada sobre ela e faça o mesmo com o restante da água. Feche os olhos e grite “Eu ganhei! Eu ganhei! Eu ganhei!”. O espírito da boneca desistirá e o jogo acabará. Aconselha-se a descartar a boneca e queimá-la após o jogo.

Importante
- Fique no jogo por no máximo duas horas. Depois deste tempo, o espírito da boneca ficará forte demais para ser expulso.
- Jogue sozinho. Quanto mais pessoas houver, maior a chance de alguém ser possuído.
- Não vá para fora.
- Quando for se esconder, seja silencioso.
- Desligue todos os eletrônicos antes de começar, exceto a televisão.
- Você deve deixar a TV em estática, perto do esconderijo. É um modo de saber onde o espírito está. É aconselhável procurar a boneca somente quando a TV mostrar sinais de que ele está do outro lado da casa.
- Ao fugir da boneca, não olhe para trás e não durma enquanto joga. A boneca pode machucar você com a sua arma.
- Quando encontrar a boneca, você pode ficar levemente ferido ou até mesmo possuído. Se for achado por ela, tenha cuidado, pois sua arma poderá estar em qualquer lugar do chão ou até mesmo em seu bolso.
- Depois que o jogo acabar, é importante limpar tudo corretamente. Certifique-se de que foi colocado um pouco de sal em todos os cantos da casa, especialmente onde foi iniciado o jogo e onde a boneca foi encontrada. Dizem que o sal afasta os espíritos.

Algumas pessoas que jogaram, relataram os seguintes acontecimentos durante o jogo:
- TV mudando de canal sozinha.
- Luzes que estavam perfeitamente normais, piscando.
- Portas abrindo e fechando.
- Escutaram sons de risadas.

Retirado de: Morte Súbita

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Os Filhos da Lua

Na cidade de Bisden, ninguém sai de casa após escurecer. Enquanto o sol se põe, as persianas são fechadas, velas são assopradas e portas são bem trancadas. Após a lua nascer, a cidade inteira parece estar deserta e o silencio reina.

“Você ouviu isso?” sussurra Freja, soando muito assustado e com medo na escuridão.
“Cale. A. Boca.” Seu irmão mais velho, Freud, sussurrou com os dentes cerrados enquanto encarava as janelas pretas da casa mais próximas a eles. Eles estavam provavelmente presos ali. Ninguém em sua sã consciência deixarias janelas destrancadas à noite. Não em Bisden, pelo menos.

“Eu te disse que não deveríamos brincar na floresta,” continuou Freja “Eu disse que devíamos voltar mais cedo.”

“E eu te disse para calar a boca,” Freud continuou. “Lamentar sobre o passado não muda o presente.” Freud olhou para sua irmã, tremendo no escuro. “Isso não muda a situação que estamos.”

Antes que Freja pudesse responder, o som rouco de uma risada infantil veio pelo vento.

Arrepios passaram pela nuca e pelos braços de Freud. Algo sobre aquele som parecia... errado.

“Talvez haja outro-.”, Freud apertou sua mão sobre a boca de Freja. Puxando-a para perto, ele recuou para as sombras do beco. Mais uma vez, o som espectral ecoou pelo ar. Freja se encolheu nos braços de Freud quando percebeu a magnitude da situação. Uma voz de criança, estranhamente distorcida, quebrou o silêncio da noite como um punho atravessando o vidro.

“Saiam, saiam, de onde vocês estão!”

A coisa cambaleou pela boca do beco – a alguns poucos pés do esconderijo de Freud e Freja. Aquilo tinha aproximadamente o tamanho de uma criança e era meio desengonçado, com seus praços dependurados grotescamento perto do chão – fazendo seu corpo desproporcional parecer um gorila.

Aquilo estava completamente pelado, e tinha uma pele tão branca que refletia o brilho da lua. A coisa virou a sua careca brilhante em direção ao beco enquanto o atravessava. Sua face era perfeitamente lisa, e inteiramente desprovida de características – exceto por um sorriso impossivelmente aberto sem lábios com a cor de sangue. Os cantos de sua boca pareciam se alargar de orelha à orelha. Freud sentiu um líquido quente passar pelas suas coxas enquanto sua bexiga vazava.

Freja choramingou.

A coisa parou no meio do caminho, com seu corpo rígido como pedra. Lentamente, ele virou seu torso enquanto encarava o beco. Ele tentou ir para a trás. Freja respirou tão fundo até que seu nariz começou a hiperventilar. Freud prensou sua mão sobre a boca dela, mas era tarde demais.

Numa velocidade absurda, a coisa virou sua cabeça para seu esconderijo, produzindo um estalar doentio de seu pescoço.
“Te achei!”

Na cidade de Bisden, ninguém sai de casa após o escurecer. Todos os dias, os jovens são severamente alertados para voltar para casa antes do entardecer. Eles sempre são avisados do mal que ronda as ruas pela noite. Eles sempre são avisados para ficar sempre em silêncio, pois, se eles te ouvirem – Os Filhos da Lua irão te rasgar de membro a membro.


Créditos: http://www.creepypasta.com/children-of-the-moon/#disqus_thread
Traduzido por: Paulo Guimarães

domingo, 11 de setembro de 2016

Incidente Wyoming - Capítulo 01

Primeiramente, para quem não sabe o que "Wyoming" significa, o nosso querido amigo, Wikipedia, pode lhe ajudar: https://pt.wikipedia.org/wiki/Wyoming

O Incidente de Wyoming (as vezes referido também como "A Interferência de Wyoming") foi um caso de espoliação/hacking de televisão. Um hacker afortunado conseguiu interromper transmissões de um programa local (acredita-se que o mesmo programa servia a muitas comunidades pequenas no condado de Niobrara) e rodou o seu próprio vídeo. O vídeo por sinal é obscuro e misterioso, repleto de significados ocultos/ou estranhos (porém, como todos nos ja sabemos, isso é relativo de pessoa para pessoa, alguns podem achar essa coisa toda uma bobagem, outros podem achar realmente misterioso), durante o percurso do vídeo, o visualizador ira se deparar com cenas em que estranhas cabeças aparecem, demonstrando diferentes tipos de emoções. A posição da câmera é alterada de vez em quando (usualmente de cada dez a quinze segundos) e o vídeo é interrompido por um anuncio de "APRESENTAÇAO ESPECIAL".

O vídeo é bem conhecido pelo local, e provavelmente não seria tão popular se não fosse pelos efeitos disparados em alguns dos residentes que assistiram o incidente por um longo período. Diversas reclamações incluíam vômitos, alucinações, dores de cabeça, etc. Enquanto alguns acreditavam que o ocorrido tenha sido paranormal, especialistas determinaram que a causa das aflições eram devidas as frequências usadas durante a transmissão. No vídeo, a frequência que se apresenta se encontra entre 17 e 19 hz. Esta faixa de frequência, quando reproduzida por um longo período de tempo irá causar vibrações sutis, as vezes induzindo a alucinações visuais.

O Incidente de Wyoming foi um dos casos de hacking mais recentes da historia. Tais ações eram raras até mesmo durante os anos 1980 (pesquise, por exemplo, "Chicago Max Headroom Incident"), e são mais raras ainda hoje em dia. O hacker ainda não foi encontrado, e todas as tentativas para encontrar tal pessoa foram fúteis.

Tal caso é misterioso, e duvidoso, ou seja, o blog não se responsabilizará por quaisquer danos que o usuário sofrer ao decorrer do vídeo, pode ser verdade, pode ser falsa, a verdade é que ninguém sabe quem foi o criador original do vídeo, nem onde o sujeito repousa.

UM ANUNCIO: Uma nova série no nosso blog está para começar! O seu nome será "Coletânea Wyoming", onde iremos postar videos bizarros e estranhos que tem algum tipo de ligação misteriosa com o incidente de Wyoming, iremos começar a série com o vídeo original do Incidente de Wyoming, veja a seguir:


keep creepying!
curta-nos no face: 
http://goo.gl/iCL8sR

sábado, 10 de setembro de 2016

Rhonda. (+ aviso!)

Olá! O blog está de volta, como prometi.. Porém, demorei um pouco por causa da minha vida pessoal que andava um tanto quanto complicada, espero que entendam.
O blog irá voltar com a formação original, Paulo Guimarães (eu) e Rodrigo Soro (co-fundador).
Curtam!

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Rhonda.

Se você já visitou algum site com conteúdo pornográfico, deve conhecer aquelas propagandas no estilo "solteiras gostosas perto de você". Naturalmente, sabe também o quão falsas são essas propagandas - as mulheres que aparecem nas fotos não estão perto de você, só são fotos tirados de sites de prostituição estrangeiros. provavelmente você sabe disso tão bem que não perde seu tempo clicando nessas publicidades.


Entretanto, se você clicar, uma janela de chat se abre e você pode escolher com qual garota quer conversar. No começo, o chat é de graça, mas depois de um tempo você tem que se cadastrar para continuar usando. Então tem que pagar por cada minuto em que estiver falando com uma das garotas que escolher.

Eu sei disso porque sou uma dessas garotas.

Seis anos atrás eu era um estudante sempre sem dinheiro. Meu amigo Josh disse que tinha descoberto um jeito super fácil de conseguir dinheiro. "Não é como se você fosse uma prostituta, ou algo do tipo. É completamente anônimo, eles não sabem com quem estão falando. Na verdade, metade de nós somos homens! Você só tem que fingir que é uma garota. Até que é bem divertido. E as empresas pagam bem, você pode trabalhar direto da sua casa e escolher quantas horas por semana quer trabalhar. Tudo que tem que fazer é conversar sacanagens com caras que nunca vai conhecer na vida real."

No começo eu não estava gostando muito da ideia. Sentia que estava trapaceando. Mas então me perguntei se alguém realmente achava que "solteiras gostosas perto de você" era real. Claro que não. Era tudo uma fantasia. Como se estivesse escrevendo um conto erótico em tempo real. E ser pago pra isso. Então deixei Josh me inscrever.

O sistema era simples. A primeira conversa, a de graça, era automática. Depois que o usuário se inscrevia e começava a pagar, conversava com uma pessoa real (nós, no caso). Nosso trabalho era fazer com que eles ficassem online o maior tempo possível.

No começo era bem divertido. Eu me tornava bem criativo enquanto interpretando "Sally" (uma universitária tímida que estava desesperada por dinheiro), "Kaylee" (uma garota nerd com óculos, muito safada e flexível), e "Rhonda" (uma garota negra gordinha, apaixonada e maternal).

Era hilário e logo parei de sentir vergonha por estar fazendo aquilo. Claramente, meus clientes estavam gostando, e como eu ficava anônimo, não sofria risco nenhum de ferrar com minha carreira futura - com toda certeza não colocaria esse emprego nos meus currículos seguintes. O dinheiro era bem interessante, assim como Josh já tinha me avisado, e como eu podia escolher os horários em que trabalhava, achei ser uma escolha perfeita para alguém como eu, que estudava bastante também.

Mas obviamente existiam pontos ruins. Como você pode imaginar, alguns caras não pegavam leve. Eu não era virgem, mas tive que explorar coisas que eu nem sabia que existia. Haviam alguns que eram extremamente violentos, aqueles que queriam machucar sua parceira (ou ser machucado). Daí existiam caras que queriam que eu interpretasse uma menina de 13 anos. E outros que ainda gostavam de coisas bem mais doentias.

Não acho que seja legal eu reescrever essas coisas aqui, mas quero que você saiba que nem sempre foi um mar de rosas. Algumas conversas eram bastante desconfortáveis e algumas vezes eu não sabia se devia deslogar, dispensar o cliente ou continuar. Mas insistia em falar para mim mesmo que era apenas um tipo de jogo, um jeito inofensivo desses caras realizarem suas fantasias. Era só conversa, eles não estavam machucando ninguém de verdade. As vezes fazia esse tipo de "programa", e o quanto mais eu fazia, mais fácil ficava. Me impressionei comigo mesmo quando me encontrei conversando casualmente sobre sexo com facas e sobre chutar as bolas de outro cara para gerar prazer.

Depois de um ano nesse emprego era muito raro ficar surpreso com alguma coisa. Haviam três tipos principais de clientes: a maioria queria conversar sobre putaria "normal", os solitários que estavam mais precisando de um amigo ou terapeuta (conversavam sobre coisas do cotidiano) e os que eram muito pervertidos. Logo aprendi a lidar com todos eles.

Entretanto, um cara realmente estranho apareceu. Ele não parecia se encaixar em nenhuma das categorias acima. Ele não queria conversar sobre sexo, mas também não se encaixava nos caras solitários. É muito difícil descrevê-lo, então vou tentar reescrever um pouco do que lembro da nossa primeira conversa. Ele se chamava "O pescador". Ele sempre queria conversar com "Rhonda":

Eu: Oi querido. É a Rhonda aqui, como você está?
Ele: Fale comigo.
Eu: Okay... O que você tem em mente? Emoticon wink
Ele: Apenas converse comigo. Não aguento mais essa casa. Não aguento mais essas vozes. Apenas fale qualquer coisa.
Eu: Bem... Você está afim de que? Está bem quente aqui Emoticon wink Quer saber o que eu estou vestindo?
Ele: Não! Não. Só... Fique aqui. Por favor.
Eu: Okay, querido. O que aconteceu? Você está bem?
Ele: Não, eu não estou bem. São essas pessoas. Eles fazem tanto barulho! Não aguento mais.
Eu: Então... você tem colegas de quarto barulhentos?
Ele: Sim! Só quero silêncio. Só quero a porra do meu silêncio.
(Nesse ponto eu estava bastante confuso, mas continuei).
Eu: Talvez você devesse conversar com eles? Falar que você precisa de um pouco de privacidade.
Ele: Não consigo me livrar deles. Sempre tem alguém.

E continuou assim. Logo desenvolvi a ideia de que provavelmente ele não estava completamente são. Pessoas loucas de verdade eram raras nas conversas, mas não inexistentes. Eu não me qualifico como terapeuta, mas dava o meu melhor para fazê-los se sentirem bem.

O Pescador voltava sempre. Eu o reconhecia pelo jeito que escrevia. Usava o chat por horas (nessa época eu comecei a me sentir mal, essa pessoa estava claramente doente e eu estava usando-o em um site pornô para conseguir dinheiro), sempre falando sobre querer silêncio e as pessoas barulhentas em sua casa. Comecei a pensar que não existia ninguém na casa dele - provavelmente era coisa da cabeça dele.

O Pescador virou um cliente tão assíduo que raramente tinha tempo para outros. Ele agendava com Rhonda por horas a fio. Parecia também que não conversava com nenhum outro funcionário além de mim - mesmo quando eles estavam interpretando Rhonda. De algum jeito ele me reconhecia e deslogava quando percebia que era outro funcionário dizendo "Você não é a Rhonda!". Josh começou a fazer piadas dizendo que O Pescador estava perdidamente apaixonado por mim, mas eu não via graça nenhuma naquela situação. Meu trabalho não era mais divertido, tinha me tornado um terapeuta pessoal para uma pessoa aleatória. Perguntei para meu patrão se poderia parar de interpretar Rhonda, mas O Pescador estava dando muito dinheiro para o site e insistiu que eu continuasse.

Então continuei. E para meu pavor, descobri que estava desenvolvimento algum tipo de sentimento por ele. Não algo romântico, nada desse tipo. Mas me pegava pensado quem ele era. Acho que não é possível passar hora e horas conversando com alguém sem criar algum tipo de conexão. Mas ao mesmo tempo conversar com ele me deixava tenso, e ficava feliz por ser apenas "Rhonda" para ele.

Essa foi uma das últimas conversas que tive com ele:

Ele: Não sei como me livrar deles. Não tenho saída. Só quero que vão logo embora.
Eu: Ouça, querido, acho que essas pessoas que você tanto fala... Não acho que sejam reais.
Ele: Eles não são reais?
Eu: Não. Acho que você os inventou. E se eles estão só na sua cabeça, você pode só parar de pensar neles, daí vão desaparecer!
Ele: Posso fazê-los desaparecer?
Eu: Sim, você pode.
Ele: E isso é o que você quer que eu faça, Rhonda? Que eu faça eles desaparecerem?
Eu: Se isso te fazer feliz, sim, querido.
Ele: Você está certa. Posso me livrar deles. Posso fazê-los desaparecer. Eu posso. Obrigada, Rhonda. Eu te amo, Rhonda.
Eu: "Amar" é uma palavra muito forte, querido.
Ele: Vou fazê-los desaparecer agora mesmo.

Ele deslogou. Foi o tempo mais curto que tinha ficado conversando comigo. A conversa me deixou estranhamente preocupado. Sabe, aquela sensação que você sente que fez algo muito errado, mas não consegue definir o que? Me sentia exatamente assim.

Mais tarde naquele mesmo dia ele entrou novamente. Foi a última conversa que tive com ele. E também a última de todas - me demiti logo em seguida.

Ele: Rhonda... O que eu fiz? O que você fez? Por que você me falou para fazer isso?
Eu: Que? Do que você está falando?
(Eu estava tão apavorado que nem entrei no personagem)
Ele: Eu matei todos eles... como você disse que eu tinha que fazer... agora estão todos mortos.
Eu: Não entendi.
Ele: Eles não paravam de falar, depois não paravam de gritar. Continuei e continuei até que eles pararam. E agora só tem silêncio... finalmente meu silêncio.
Eu: Isso está me deixando desconfortável. O que você fez?
Ele: Eu os matei que nem você falou que eu devia fazer. E agora tem sangue pra tudo quanto é lado. Matei minha mulher e meus filhos. Porquê você mandou. É sua culpa.
Eu: Para com isso.
Ele: É sua culpa. Você fez isso. E você vai pagar. Você vai pagar, porra! Rhonda! Vou te encontrar e você vai pagar por isso!
Eu: Vou sair agora.
Ele: Não tente escapar. É sua culpa. Você me fez fazer isso. Esse era seu plano desde o começo. Você que me colocou contra eles. Você fez isso. Você fez isso. Você. Vou te encontrar e fazer você pagar por isso.

Me desconectei. Liguei para Josh e para meu chefe imediatamente e disse que estava me demitindo. Contei honestamente o que tinha acontecido e também que dentro de nenhuma circunstancia eles poderiam dar minha identidade real para ninguém. Fiquei em pânico e Josh teve que vir até minha casa para me acalmar, me assegurando que O Pescador não poderia me encontrar nem se fosse um super hacker, pois meu nome não estavam em nenhum lugar do site.

Meu chefe também me assegurou que a companhia era bem rigorosa com o anonimato de seus empregados. Volta e meia os clientes contatavam a empresa tentando descobrir os nomes reais das pessoas que tinham conversado, mas eles nunca falavam. Faziam isso tanto pela privacidade do empregado e para não quebrar a "ilusão" que o site criava. Meu chefe me explicou diversas vezes que era totalmente seguro e que sentia muito por eu ter que ter passado por aquilo. Ele não queria que eu me demitisse e perguntou se eu queria ficar e apenas não fazer mais o papel de Rhonda, mas eu não quis.

Eu não conseguia parar de pensar no O Pescador e se ele tinha realmente matado alguém, ou se talvez aquilo fosse apenas uma piada de mal gosto. Talvez esse tipo de coisa o excitava? Josh falou que provavelmente era isso mesmo. Fiquei acompanhando os jornais naquela semana, mas nenhum homicídio que foi noticiado se encaixava naquela situação. Considerei ir até a policia, mas eu não sabia nada sobre aquela pessoa. Poderia ser qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo. Talvez nem estivesse no mesmo país que eu? Ele poderia ser Chinês pelo o que eu sabia.

Uma coisa era certa: Se O Pescador tinha matado alguém, fez de um jeito que não chegou a ser noticiado aonde eu morava. Tentei até procurar no Google coisas como "assassinato de família" naquele dia, mas não achei nada. Josh continuou a trabalhar no site e volta e meia eu perguntava se O Pescador tinha voltado, mas estava desaparecido. Fiquei feliz que aquilo tinha acabado, e com o tempo deixei isso para lá.

Fiquei sem pensar no O Pescador por anos. Até que ontem aconteceu uma coisa que fez isso tudo voltar a minha mente.

Depois de um longo dia de trabalho decidi ir no cinema, sozinho. Só queria um tempo para mim mesmo, sendo que tinha terminado um relacionamento a algumas semanas e tudo estava bastante confuso desde então. Escolhi um filme que já estava a algum tempo em cartaz, assim a sala não estaria cheia. Tive sorte - estava quase vazio quando entrei. Escolhi o melhor lugar (última fileira bem no meio), e comecei a tirar minha jaqueta quando um cara veio até mim.

"Esse lugar está vago?" Falou. Pelo sotaque, pude perceber que ele era estrangeiro. Estava bastante escuro na sala, então não tive como avaliar seu rosto para ver de onde ele parecia ser ou quantos anos tinha.

Fiz que sim com a cabeça e ele se sentou. Fiquei um pouco irritado, o cinema estava quase todo vazio e nesse momento estava afim de ficar sozinho. Tinha que se sentar bem do meu lado? Havia um monte de lugares. Então ele falou de novo.

"Você gosta de filme de terror?"

Sendo que não estava com vontade de fazer amizades naquele momento (e parecia que ele estava dando em cima de mim), educadamente falei que gostaria de ficar sozinho. Ele não respondeu, só pegou um pedaço de papel do seu bolso e começou a escrever ( o que achei ser um número de telefone). Então colocou o pedaço de papel no bolso da minha camisa (o que achei bastante invasivo) e saiu andando. Foi bem estranho. Não mudou de lugar, simplesmente foi embora do cinema. Não assistiu o filme.

Fiquei bastante irritado com aquela situação, mas assim que o filme começou esqueci completamente. Só lembrei novamente do cara esquisito que havia me dado seu número quando cheguei em casa. Peguei o papel do meu bolso para jogar fora, mas antes percebi que não havia números e sim uma frase.

"Te achei, Rhonda. E vou te achar de novo.””



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Extraído de: http://goo.gl/BKTayr
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terça-feira, 7 de abril de 2015

Jigokutshushin.de

Jigoku tsushin-1-.pngDiz a lenda que existe na internet um site que permite as pessoas colocarem o nome de quem querem se vingar, só que o tributo para que isso aconteça é, oferecer sua alma, ou seja, quando você morrer, irá para o inferno, igualmente a pessoa a qual será amaldiçoada com sua vingança.

No momento em que você coloca o nome da pessoa no site e aperta o botão, surge na tela a Jigoku Tsushin (em português, garota do inferno) e te entrega um boneco com uma fita vermelha. A partir deste momento você tem que escolher se tira ou não a fita, pois no segundo em que tira-la  a maldição estará solta e a pessoa que teve seu nome escrito no site terá sua alma levada para o inferno, do mesmo modo do que você. Mas não é tão fácil assim, pois o site só abre uma vez por dia, exatamente a meia noite, aqui o link: Jigokutshushin.de

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Caso você queira fazer mesmo, o Creepypasta Puro não se responsabiliza por você visitar o inferno (:
[PS: Caso não queira visitar o site a MEIA-NOITE, ajuste seu relógio para MEIA-NOITE]

Keep Creeping!
@paulinhodantas4

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A Lenda do Corpo Seco.

Olá Pessoal, Venho por mais uma vez aqui trazer uma lenda muito interessante mais conhecida como corpo seco. Abaixo irei falar de toda a sua origem. Espero que gostem.

(Abaixo Uma ilustração feita por um artista do interior do nordeste)

 Corpo-Seco: uma assombração que ataca nas estradas

Origem e o que é 

O corpo-seco é um personagem do folclore brasileiro comum no interior dos estados de São Paulo, Minas Gerais e região Centro-Oeste. De acordo com a lenda, o corpo-seco foi um homem muito malvado que vivia prejudicando as pessoas. Era tão ruim que maltratava e batia na própria mãe.

A lenda do corpo-seco 

Após sua morte, de acordo com a lenda, ele foi rejeitado por Deus e até pelo diabo. Até mesmo a terra, onde havia sido enterrado, o expulsou. Com o corpo em estado de decomposição teve que sair de seu túmulo. Começou a viver como alma penada, grudando nos troncos das árvores, que secavam quase que imediatamente.
Ele então passou a viver assombrando as pessoas nas estradas. De acordo com a lenda, quando uma pessoa passa na estrada o corpo-seco gruda em seu corpo e começa a sugar o sangue. A vítima da assombração pode morrer caso ninguém passe na estrada para salvá-la. 


O medo do corpo-seco

Muitas pessoas que acreditam em lendas e são supersticiosas tem medo de caminhar em estradas desertas do interior, pois acham que podem ser atacadas por esta assombração. Muitos pais e avós, moradores destas regiões, também contam esta lenda para as crianças para provocar medo e evitar que elas saiam sozinhas por regiões desconhecidas.






Avó Um Anjo em minha vida.

Olá! Vou contar a história de minha querida avó falecida há quatro anos... (Na época em que postei a história no site)
Bom, minha avó sempre foi uma católica ativa, frequentava missas, rezava o terço, era ministra da palavra e tinha uma sabedoria que colocava no bolso qualquer padre que eu conheço hoje em dia.

Certo dia eu havia aprontado uma com minha mãe muito feia, e claro, ia levar aquela surra. Mas por incrível que pareça, minha avó apareceu na minha casa um dia depois da surra e deu a maior bronca em minha mãe por ela ter me batido. Ela disse que havia sonhado e sabia até qual era o motivo da surra. Isso me deixou a par da ligação que eu tinha com ela, pois estava mais com ela que com a minha mãe.

Até que chegou o dia em que ela morreu... Não fiquei sabendo. Para mim foi um dia normal (fiquei sabendo logo após o retorno da escola). Mas enquanto eu voltava para a escola o inesperado aconteceu:
Voltava de bicicleta em alta velocidade com fones de ouvido e música bem alta, olhando para o nada, porque fui sempre desligado, quando derrepente fui tentar atravessar a rua pensando que ia poder passar do carro já que estava praticamente em cima, quando do nada o guidom da bicicleta como quando alguém coloca as mãos virou abruptamente e me fez ir para a calçada. Caí, mas me machuquei pouco.


Quando cheguei em casa e passei em frente a casa da minha avó vi o que havia ocorrido (minha avó por parte de pai e não de mãe)... Ela havia falecido.
Chorei muito... E dois dias depois do enterro dela ela me apareceu em sonho e eu perguntei a ela, muito chateado, por que ela não se despediu de mim antes de partir? E ela disse que a última coisa que fez foi salvar.

Essa história aconteceu comigo há tempos atrás e é nesses momentos que meu sadismo foge um pouco a rigidez. 



quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A Mudança de Cores.

Todo mundo sabe que as cores são o resultado do reflexo da luz, e que tudo o que vemos é representado por estas poucas cores presentes em um espectro. No entanto, a maioria das pessoas não estão cientes de que sob certas condições, o nosso mundo não se limita apenas nisso. Quais são essas condições, bem, não vou as revelar para a segurança do leitor. Apesar disso, posso dizer que há vários lugares na terra que são afetados por uma certa 'mudança das cores'. Por exemplo, as manchas do sol.

Esses lugares geralmente aparecem comuns, mas são afetados por um determinado ciclo, durante o qual eles vão ficar brevemente tão escuros quanto as profundezas do vácuo do espaço, conhecido como 'Cor Impossível'. Neste período, o lugar muda completamente, em conteúdo e forma, sendo habitado por seres estranhos vindos de dimensões que levariam insanidade para possíveis testemunhas. No entanto, este não é o elemento mais angustiante presente aqui.

Após a curta interjeição entre o espectro normal e este outro nicho impossível escondido da realidade, os seres infelizes que conseguirem entrar são submetidos a um destino terrível. Uma vez que este curto período de tempo chegar, os presentes são incapazes de voltar. Alguns chamam isso de "abismo". De acordo com um certo folclore indeterminado, aqueles deixados para trás perdem as cores visíveis no nosso mundo e se tornam como espectadores para toda a eternidade.

Apenas para assistir o partir de seu último fio de esperança.

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Então, finalizaremos por aqui o post! Esperamos que tenha gostado, avalie e por favor, siga o blog!
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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Reservoir


Existe esse restaurante, ele não é propriamente um lugar, uma localidade em sí, mas um conjunto. Nunca é tão grande que dê agonia ou tão pequeno que dê claustrofobia. As mesas e o cenário tem uma decoração extremamente requintada, e por mais que você preferisse estar em um bar de beira de estrada, vai gostar do ambiente.

Infelizmente não possui um endereço fixo, mas alguns dizem que ele vive em sua saudade, em suas memórias mais frágeis, e até mesmo em algum canto quebrado de sua mente. Eles não entregam em casa e não fazem reservas, mas sempre que você os encontrar, eles terão o melhor lugar no salão separado para sua pessoa. Não se entra acompanhado, apenas sozinho. É um pré requisito para manter o tratamento de alta qualidade. O atendimento é sem igual e a comida, bem, a comida...

Como achá-lo?

Uns dizem que a maneira mais fácil é se entregar à solidão, é se tornar melhor amigo de sí mesmo e da massa enegrecida que vai crescer dentro de você durante esses longos dias de isolamento. Diz-se também para comer apenas pão sem sal e beber água, se abster de sabores durante um longo período. Não há um prazo estabelecido, sabe-se que cedo ou tarde você vai se sentir impelido a sair, e mesmo tendo passado dias preso em casa e comendo só o básico para sobreviver, você se sente inteiramente disposto para ir até lá, e, naturalmente, você sabe onde é.

Antes de sair de casa você põe uma roupa que julga adequada a uma situação deste porte, se barbeia ou se maqueia, se olha no espelho, confere as horas e senta em seu sofá, cadeira, cama, onde preferir. Ao piscar os olhos você estará caminhando por ruas que conhece, mas não vai se lembrar de como chegou ali.

Após longa caminhada a luz fosca do poste que fica de frente ao restaurante se insinua e você a segue.

A faixada é larga e o prédio é só um andar, grande e requintado. Ao chegar na porta o segurança lhe faz uma leve reverência, sem lhe olhar nos olhos, e abre caminho. O recepcionista tem um fino bigode e um sorriso pegajoso, o cabelo encharcado de gel e extremamente magro com sobrancelhas grossas e negras. Então ele pega sua planilha, retira um pedaço de papel vazio e lhe indica o caminho até sua mesa.

O salão aparenta estar vazio, ao longe, como a quilômetros de distância você vê outras pessoas sentadas, em grupos, comendo, rindo, se divertindo, mas antes que você pense em se levantar para mudar de mesa ou olhar melhor a atividade da aparente festa um garçom altíssimo lhe contém com uma suave mão no ombro e lhe informa que seria falta de educação sair agora, uma vez que seu pedido já estava para chegar. Mas você ainda não havia pedido nada. Não? Mesmo? O garçom tinha a impressão que sim. Longo como um eucalipto e mais magro que o recepcionista o garçom então pergunta se quer olhar o menu ou se deseja o especial do da casa.

Intrigado você resolve olhar o menu e o garçom desliza ao outro lado da sua cadeira e lhe apresenta um menu aberto. Ele mesmo o segura para que você leia, e ele treme como se houvesse bebido café demais, você tem certa dificuldade para ler, mas consegue. No vibrante menu você distingue diversas opções e conhece todas elas, variantes de pão-com-ovo até lagosta ao molho de camarões, que você comeu uma vez num jantar de uma empresa que visitou. A tabela não mostra preços. Se pedir qualquer um deles o garçom lhe informará que não estão disponíveis, e, curvando o corpo como um guindaste ele lhe informa que o especial da casa é a melhor pedida, o preço é modesto, o sabor incomparável e se não estiver disposto a provar, pede-se apenas que se retire gentilmente e nunca mais volte.

Então você toma a decisão. Pode levantar, se retirar e nunca mais voltar, ou ficar e provar o especial da casa, com seu modesto preço e relativo vantajoso custo-benefício.

Se for embora e tentar retornar ao lugar repetindo o dito processo outra vez, falhará terrivelmente.

Se ficar terá todo o tempo do mundo com a longa face paciente do garçom a lhe encarar a mais ou menos 15 centímetros de distância, quase dobrado para lhe encarar, até tomar sua decisão. Então por fim você pede o especial da casa. O garçom se ergue com agilidade e as luzes do teto aumentam e abaixam. Em um minuto o garçom retorna com uma bandeja e põe sobre a mesa. Antes de levantar a tampa o garçom questiona se realmente quer o especial, e lhe informa que na bandeja se encontra o preço a ser pago, mesmo antes do consumo. Você concorda e ao erguer a tampa ele revela um prato simples com uma colher e um copo de água do lado. No prato você vê um montículo de serragem. Serragem. O garçom explica que o preço é saborear a serragem e beber a água, após a refeição principal. Em algo que parece ser uma provocação o garçom pergunta mais 3 vezes se você tem certeza. Quando você responde pela terceira vez que sim olhando para o estranho preço no prato ele tampa bruscamente a bandeja, fazendo um estrondo terrível no salão e fechando a cara. Em fúria ele sai e retorna outro minuto depois com a entrada.

De volta com o sorriso ele lhe serve o seu café da manhã preferido. Seja ele qual for. Ao comer a primeira garfada a mesa se transfigura naquele seu lugar favorito para tomar café, seja uma mesa de avó, seja um sofá no seu apartamento, e o gosto é perfeitamente igual e maravilhoso, tudo que deseja, o garçom lhe traz. A parte que você estranha é a seguinte: Você não se sacia nunca, mesmo comendo quilos e saboreando o paraíso de suas melhores memórias. Pergunta ao garçom e ele lhe responde que é assim mesmo, que os ingredientes são finíssimos e levíssimos. Então, quando você estiver enjoado de café da manhã, após alguns minutos comendo, ou algumas horas, você pede o prato principal. O garçom lhe informa que logo servirá.

Conforme ele traz mais bandejas a mesa aos poucos se transfigura nas suas melhores memórias de almoço, nas mais felizes, nas situações mais diversas, e todo o seu desejo culinário é realizado, você come de se entupir e não se sacia nunca, mas tudo bem, o gosto está maravilhoso mesmo.

Após o tempo que for que você levou no almoço, o garçom lhe trás a janta, seguindo o mesmo padrão das outras duas refeições, infinita em sabor e quantia, mas sem lhe encher o estômago.

Segue-se, por fim, a ceia e, finalizando, uma rodada final de tudo do que você mais ama comer na vida. Ao dar a última garfada antes de se entediar com a maravilhosa refeição, finalmente você se sente satisfeito. O garçom retorna e lhe pergunta se é tudo, se não deseja ficar mais tempo, mesmo tendo ficado por ali já horas, dias, ou até semanas, como preferir, e segue o mesmo padrão, lhe pergunta muitas vezes até ter certeza que você quer mesmo ir embora e quer pagar a conta.

Feliz como nunca esteve antes em sua vida, se sentindo revigorado e refeito, pronto pra enfrentar qualquer demônio que aparecesse dali pra frente após ser tão bem tratado, levando em conta a vida miserável que esteve levando nos últimos tempos, você, satisfeito, paga a conta sem reclamar.

Um prato de serragem com água.

Você come e é exatamente isso, serragem e água, sem sabor, sem apelo, só serragem seca e água.

Ao terminar o prato você se sente empanturrado. Cheio como nunca antes.

O garçom lhe agradece a presença e quando você se sente preparado, se levanta e vai até a saída. O recepcionista lhe agradece e agora você nota como ele o o garçom parecem ser irmãos.

Quando olha para trás pra tentar ver o restaurante mais uma vez, nada mais existe. Simplesmente evaporou. Então, sem questionar as esquisitices da noite, você se vira e quando pisca os olhos está em sua cama, olhando para o teto, e então dorme.

No dia seguinte segue para sua rotina diária e vai tomar seu café, comer seu cereal, seja lá o que for, e, o menos esperado lhe acontece. Um medo terrível vai tomando conta de você. O gosto é exatamente o último que você provou. Serragem. Até a água. Cada sabor se tornou serragem.

Você corre de bar em bar, restaurante em restaurante, comendo como um louco, sem fome, mas sem se saciar, e sentindo o terrível gosto da serragem em cada mordida de cada prato diferente.

Por dias a fio você vive nesse desespero, sem fome, com vontade de comer para sentir sabor e sem se saciar, com gosto de serragem em tudo. O sal não ajuda, nem molhos, eles também tem o terrível sabor. Absolutamente tudo.

Então você desiste, não vê saída para a atual situação.

Alguns se matam em dias, outros passam o resto da vida tentando voltar para o restaurante repetindo o processo do pão e da água e do isolamento mas tudo que conseguem é mais desespero. Não há volta.

Você provou a melhor refeição de sua vida, o quanto quis e o quanto pode. Foi avisado do preço e o pagou consciente e satisfeito.

Se lembrando ainda daquela noite você vasculha suas roupas que foram usadas para lavá-las e em um dos bolsos encontra aquele papel branco vazio que o recepcionista lhe entregara. Ao virá-lo uma simples mensagem em letras pretas e cordiais informam:

"Satisfação garantida, não realizamos devoluções."

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Imagens de Satélite

Autor: SquidInk
Tradução e Revisão: BBClicke

Um amigo me mostrou como usar o Google Maps. Tenho certeza que você já ouviu falar. Ele permite que você use imagens de satélite para olhar locais em todo o mundo. Alguns anos atrás, eu sofri um acidente de carro.

Desde então, eu realmente não sai de casa muitas vezes. É difícil, a idéia de dirigir um carro novamente me deixava tonto. Fiquei fascinado com o fato de que eu podia ver todo o mundo, quase como estar lá. Eu podia praticamente andar pelas ruas, e quase senti como se estivesse realmente lá.

Tornei-me instantaneamente viciado. Ele me deu um verdadeiro olho no mundo. Eu poderia ir para praticamente qualquer cidade grande, e eu fui. Eu tinha visto ruas na China, Japão, Alemanha, Inglaterra ... tantos lugares. Eu mesmo fui em algumas atrações turísticas como a Grande Barreira de Corais e do castelo do Drácula.

O que eu mais gostava de fazer era ir para lugares aleatórios nas cidades grandes e ver quantas pessoas e animais eu poderia encontrar. Os rostos das pessoas eram borrados para proteger suas seguranças, mas ainda era agradável vê-los por aí, curtindo a vida, caminhando como se nada fosse acontecer.

"Ela deve ter bom gosto", eu imaginei.

Eu aproximei mais a câmera dela e notei que ela carregava uma bolsa cinza junto com uma alça de ombro cinza e roxo. Ela estava caminhando de uma forma descontraída. Aposto que se eu pudesse ter visto seu rosto, ela estaria sorrindo. Comecei a me sentir um pouco triste. Eu deixei minhas mãos caírem e observei ela por alguns minutos. Eu desejava estar lá, andando tão despreocupado com ela. Isso nunca acontecer. Até eu morrer. Eu estava preso na cadeira.

Suspirei e sai de Tóquio. Chega disso por hoje. Eu desliguei o computador e fui para a cama.

***

Levantei-me cedo e decidi olhar em torno de Paris. Sempre gostei de Paris. Eu gostava do visual da cidade, com todos os antigos, belos edifícios e tantas pessoas para observar. Eu ampliei aleatoriamente para uma área e vi uma rua, repleta de prédios antigos de tijolos, algumas lojas pequenas, e uma antiga igreja de tijolos cor bronze. Mais a frente tinha um cruzamento, e dezenas de pessoas passavam. Um homem de negócios careca caminhava rapidamente, olhando para uma mulher velha, cabelo coberto com um lenço, carregando uma bolsa grande. A mulher era corcunda e estava usando calças pretas que pareciam bem apertadas, ela estava olhando para a janela de uma loja, e duas mulheres levavam um grupo de crianças pequenas em torno de um canto.

Dei uma observada em volta e, percebi algo peculiar. Haviam duas pessoas sentadas no ponto de ônibus. Uma delas era uma mulher jovem. Ela estava usando um par de tênis vermelhos, como os meus. Fiquei surpreso por um momento;  notei as calças pretas, camiseta branca e jaqueta com capuz preto. Seu cabelo castanho escuro estava amarrado frouxamente atrás de sua cabeça. Uma mulher se sentou no banco ao lado dela, carregando uma bolsa cinza.

"Isso é loucura", pensei. "Ela não poderia ser a mesma mulher. Este é um país diferente, em um diferente continente. Como poderia ser ela? "

Isso foi estúpido. Não eram fotografias ao vivo. Foram tiradas antes do tempo e, em seguida, armazenadas. Ela poderia não estar em dois lugares ao mesmo tempo. Ela poderia ser apenas uma viajante. Além disso, sem ver seu rosto, era impossível dizer que era a mesma pessoa. Cabelo castanho é provavelmente a cor de cabelo mais comum no mundo. Esses tênis vermelhos eram algo que eu comprei online. Tenho certeza de que um milhão de outras pessoas também compraram. Eu balancei a cabeça e fui almoçar.

Quando voltei, eu decidi observar Berlim. Peguei uma rua aleatória, como de costume. A rua parecia muito vazia. Haviam prédios de tijolos ao longo das ruas, parecendo mais fábricas do que qualquer outra coisa. Haviam também muitos lotes vazios, cheios de capim e cascalho empilhados. Não tinha muita coisa naquela rua, na verdade. Havia uma fila de motos e um carro com duas bandeiras alemãs apontando para cima. Depois de mais procuras, eu encontrei um garoto. Parecia que ele estava vestido para a escola. Ele estava olhando atentamente em algum tipo de dispositivo móvel. Fiquei decepcionado. Eu comecei a sair, mas depois eu percebo algo com o canto do meu olho. Fui ver o que era, e lá estavam eles. Aqueles malditos tênis vermelhos.

Ela estava de pé em uma esquina, próximo a algum tipo de placa. Ela estava escorada na placa, olhando para a rua, como se estivesse esperando para atravessar. Olhei, em estado de choque. Como ela poderia estar lá também? Mesmo que ela estivesse viajando, não há nenhuma maneira de eu poder encontrá-la o tempo todo. Mesmo encontrando-a em Paris teria sido um pedaço de uma coincidência, mas isso? Esta foi uma loucura. Era algum tipo de piada? Será que o Google decidiu fazer uma brincadeira com seus usuários que utilizavam bastante os seus produtos? Teria sido uma grande piada...

Eu fiz uma pesquisa rápida, à procura de algum resultado sobre uma mulher que aparece como Waldo. Não havia nada. Eu olhei através de artigos sobre coisas estranhas que você pode ver no Google Maps, mas nenhum deles mencionou a mulher que viaja pelo mundo todo. Isto foi uma loucura. Será que eu fiquei com alucinação?

Saindo de Berlim, eu mandei uma mensagem de texto a um amigo, pedindo-lhe para dar uma olhada nos locais. Perguntei-lhe se viu a mesma mulher. Então eu esperei a resposta, com as mãos suando, com o coração batendo forte. Eu pulei da cadeira quando meu celular tocou com uma mensagem de texto de retorno, dez minutos mais tarde.

O texto dizia: "Eu vi a senhora que você está falando em Berlim. Eu não a vi em Paris ou Tóquio. Isso é algum tipo de brincadeira, ou o quê? Você está bem?"

Eu não respondi, voltei para os locais em Tóquio e Paris. Lá estava ela. Mas estava diferente. Ela não estava sentada no banco da parada de ônibus, em Paris. Ela estava em pé na frente dele, à procura de algo em sua bolsa. Em Tóquio, ela estava longe de onde eu encontrei pela primeira vez, agachando-se para acariciar um gato. Eu estava tremendo. Quem era ela? O que estava acontecendo?

Troquei o mapa para Bruxelas. Era uma rua qualquer da cidade. Era cheio de velhos edifícios, com lojas no térreo. Percorri as ruas. Eles estavam vazias, exceto por uma mulher atarracada em uma camisola azul brilhante. Eu fiz uma segunda varredura. Ela não estava lá. Eu suspirei de alívio. Eu não podia acreditar que eu estava ficando tão preocupado sobre isso.

Não era nada, mas apenas uma coinci-- parei, meus olhos congelaram na tela. Havia um edifício no ponto de uma bifurcação na estrada. Eu não a tinha visto, porque eu estava olhando para a calçada. Lá estava ela, de pé na varanda, a cabeça inclinada na direção da câmera, parecia que ela estava olhando timidamente para mim. Minha respiração ficou presa na minha garganta.

Eu fui para Sydney. Ela estava encostada na parede, dentro da porta de um edifício azul que era uma Farmácia. Fui para Londres, encontrei ela se preparando para entrar em um ônibus vermelho de dois andares. Ela estava em todos os lugares que procurava. Ela estava em uma calçada de tijolos em uma ponte de Veneza, ela atravessava a faixa de pedestres em Zurique; e em Hong Kong, ela estava entre o Banco Wing Lung e um McDonald, ajustando a cinta de sua bolsa. Em cada imagem, ela chegava mais perto olhando diretamente para mim com o rosto desfocado.

Meu coração parecia um pássaro aterrorizado, batendo dentro do meu peito. Eu não conseguia recuperar o fôlego. Eu não sabia o que fazer. Eu não podia chamar a polícia. Será que eu deveria enviar as imagens para o Google?

Fechei os punhos com força e fechei os olhos. Quem era ela? Será que ela estava me seguindo? Eu estava seguindo ela? Eu gostaria de poder ver a expressão do rosto dela, saber o que ela viu quando ela olhou para mim. Eu queria sair da cadeira e correr. Por que é que a única coisa que me fez sentir livre de novo, foi o que me fez sentir ainda mais preso? Eu precisava saber.

Eu digitei o nome da minha cidade e dei zoom em uma rua aleatória. Era um par de quilômetros da minha casa, os portões do Parque da Cidade estavam na claridade da luz do dia, apesar de ser noite aqui. Lá estava ela. Ela estava apenas a poucos quilômetros de minha casa, de pé sob o arco de ferro que declarou o nome de um parque. Ela olhou diretamente para a câmera, diretamente para mim. Eu me senti como se eu fosse vomitar. Ela estava perto de mim, e ela estava me observando. Ela estava vindo para mim. O que ela queria?

Eu digitei o nome do complexo de apartamentos onde eu moro. Eu podia ver o lado de fora do prédio. O estacionamento estava cheio de carros, e havia algumas crianças com o rosto desfocado no playground. Eu procurei em todos os lugares por ela. Ela não estava no estacionamento e nem na calçada. Eu até mesmo procurei em cada um dos carros, por trás dos arbustos, e cada uma das janelas desfocadas. Ela não estava lá.

Este lugar era seguro. Eu não deixei o apartamento de qualquer maneira. Eu nunca mais usei o Google Maps novamente. Eu não queria vê-la novamente. Ela poderia ficar no parque mas eu nem me importava. Eu sorri para mim mesmo e fiquei surpreso ao encontrar uma lágrima deslizar sobre meu rosto.

"Estou seguro", eu disse a mim mesmo em um sussurro. Foi bom ouvir em voz alta. "Eu estou seguro."

Alguém bateu na porta. Um arrepio percorreu minha espinha. Eu tinha uma câmera ligado ao meu computador que mostrava quem estava na porta da frente, o que tornou mais fácil para mim, com os meus problemas de mobilidade. Eu lentamente estendi a mão para o controle de me mostrar o que estava lá fora, mas a minha mão tremia furiosamente. Quando eu toquei no controle, eu percebi o meu erro. A última das imagens do Google que eu tinha visto só havia mostrado o exterior do edifício. Apenas o lado de fora.

Eu olhei para a tela e vi uma mulher em uma camiseta branca, calça preta, jaqueta com capuz preto; e carregando uma bolsa cinza com uma cinta roxa e cinza listrada no ombro. Claro, havia aqueles tênis vermelhos. Ela olhou diretamente para a câmera, com o rosto ainda borrado completamente. Enquanto eu tentava abafar um grito, ela estava batendo forte na minha porta.

domingo, 7 de setembro de 2014

Show das Deformidades

O que irão ler a seguir foi baseado nos relatos sobre as ``Tendas de Prazeres´´ que eram locais onde as pessoas viam a diversão no sofrimento dos outros. Sabe-se que essas tendas existiam durente o período Edo do Japão. Boa Leitura!

Eu só tinha oito anos, vivia numa casa simples no Japão, e um dia enquanto fui ao mercado comprar comida para minha mãe cozinhar vi um folheto no chão. Peguei o folheto e nele dizia:

"Venham! Venham para o Circo do Bosque Negro! Onde encontrará diversão!"

Queria muito ir no circo, mas meus pais não iriam deixar eu ir. Então enquanto meus pais dormiam á noite eu fugi de casa. Segui uma estrada que me levava ao circo, podia jurar que ouvi vozes durante o caminho mas acho que era só minha imaginação.

Depois de tanto andar vi uma luz e fui nela, e finalmente cheguei no Circo do Bosque Negro. Haviam várias pessoas de classes abastadas entrando no circo, na entrada havia um homem com um terno e uma cartola segurando uma bengala dizendo:

"Entrem senhoras e senhores, meninos e meninas, idosos e idosas! E sejam bem-vindos ao Circo do Bosque Negro!"

Entrei no circo, e vi um buraco na tenda dele, curioso olhei nele. E vi duas meninas, elas estavam presas uma na outra. Mas não eram gêmeas siameses, eram muito diferentes em aparência e elas pareciam estar chorando. Pude ver que elas eram duas meninas que tiveram um de seus braços arrancados(a direita de uma e a esquerda da outra) e foram costuradas.

Fiquei assustado e andei em outra direção, até que cheguei num lugar onde várias pessoas estavam olhando uma cela. Nessa cela tinha uma sala e um homem sem seus dois braços estava sentado em uma cadeira em frente a uma mesa. Esse homem tinha o cabelo azul e não possuía braços. O mesmo homem da entrada disse:

"Senhoras e senhores, vejam a besta azul!"

Uma mulher entra na cela e coloca dois braços na mesa, e o tal de ``besta azul´´ começa a morder os braços. Fiquei com vontade de vomitar e sai daquele lugar, e fui até um palco onde havia uma menina que parecia ser 7 anos mais velha que eu presa em uma gaiola. Ela usava um vestido, mas era possível ver patas de um bode no lugar de suas pernas. As pessoas riam dessa menina e a chamavam de ``Diva deformada´´. Só então percebi que as pernas dessa menina eram deformadas fazendo parecer ser de um animal.

Aquele circo era tão horrível e doentio que me fez vontade de sair de lá, corri em direção á entrada. Eu corria como se fosse o fim do mundo, e havia finalmente saido de lá. Queria muito ir para casa, falar para meus pais do que ocorreu, mas, eu senti alguém me agarrar e colocar um saco na minha cabeça.

Quando acordei estava sentado em uma cadeira, não conseguia mexer meus braços e pernas. Ouvi vozes, elas diziam:

"Senhoras e senhores! Vejam o menino sem membros!"

E aí veio uma luz e percebi que eu estava em uma gaiola. Haviam pessoas ao meu redor rindo de mim.

E agora irei ficar preso nesse circo para sempre, fazendo as pessoas rirem de mim. Por favor, alguém, me mate....
Autores: Evilbrine e Voldka. 

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