quarta-feira, 18 de março de 2015

Creepypasta dos Fãs: Artemiel

Olá, meu nome é Artemiel, Arte... MIEL! O que venho contar-lhes não é real... Digo, eu já não sei o que é, e não é REAL! Não sei quem sou e nem se meu verdadeiro nome é, de fato, Artemiel, mas sei que é do que me lembro. Lembro-me de ter acordado no que acreditava ser o meu quarto, cheio de pôsteres de arcanjos e símbolos. Havia lá, também, um grande armário branco, tudo era branco. Estava confuso, não lembrava de nada, apenas do nome que ecoava em minha mente, incessante: Artemiel, Artemiel, ARTEMIEL!
- O que diabos é Artemiel? Perguntei.
Olhei mais para o quarto, na parede, havia um calendário, era uma quarta-feira, dia 22 de março, do ano de 2006. Havia também um relógio em meu pulso, marcando as 7:00 da manhã. Passei, então, a reparar no quarto, no intuito de lembrar-me de algo, mas não consegui nada. Passei cerca de uma hora olhando os pôsteres, lendo algumas passagens dos livros, nada me era esclarecedor. Reparei mais um pouco, embaixo da cama, de trás da porta, no armário, não tinha nada. Decidi sair do quarto, eu estava numa casa de 2 andares, havia outro quarto do meu lado. Reparando do lado de fora, a casa aparentava estar vazia, além disso, setas, em cor vermelha, me indicavam um certo caminho a percorrer. Seguindo as setas, desci as  escadas, chegando ao que aparentava ser a sala. Nela, havia um sofá grande, duas poltronas, uma Tevê, uma estante e um grande espelho. Como já havia dito, eu não lembrava de nada, além de, é claro, o nome: Artemiel. Fui de frente ao grande espelho, vi meu rosto, pois não lembrava dele também. Tenho cabelos negros, curtos, cerca de 1,70 a 1,80 de altura, olhos castanhos, cor parda. Não me admirei e nem me espantei. Era como se eu descobrisse algo novo.
- O que há de ter acontecido comigo? -Penso.
No chão da sala, havia mais setas vermelhas, a cozinha ficava do lado da sala e o banheiro no meio, entre os 2 cômodos. Não havia setas lá, indaguei-me: Por quê? Para sanar minhas dúvidas, fui verificar os cômodos, não havia nada demais também. Na cozinha havia alguns eletrodomésticos, mesa, cadeiras, um abajur. No banheiro, uma banheira, um vaso sanitário, um espelho e uma pia. Nenhuma seta. Voltei para a sala, abri a porta da casa e sai na rua. Na porta da casa, havia mais setas vermelhas, num caminho feito de pequenas pedras, também havia uma garagem na casa. Não fui lá. Havia uma casa frente a minha, a casa onde acordei era branca, a que estava frente ela, era negra. Frente a essa casa negra, também havia setas vermelhas. Caminhei até o meio da rua, quando um garoto também sai da casa negra. Fiquei apreensivo, mas também relaxado, finalmente encontrei alguém, ele poderá me dizer quem sou. Ele se aproxima, quando digo-lhe:
- Olá! Poderia me ajudar? Isso pode parecer estranho, mas é... Bem, eu não lembro de nada, não sei quem sou!
Ele me olha, dos pés a cabeça, e diz:
- Estás brincando comigo? –Perguntou.
Respondo-lhe:
- De forma alguma, não lembro de nada! Única coisa que me lembro é de um nome: Artemiel!
- Só pode estar de brincadeira –Ele diz.
- Por que estaria? -Digo.
- Porque é igual comigo, não lembro de nada, a não ser desse maldito nome! -Diz ele.
- Como pode? –Pergunto-lhe.
- Não sei! –Diz-me ele.
Pergunto-lhe o que há na casa, ele me diz que não há nada: Disse-me que acordou as 7:00 da manhã e que não há nada de esclarecedor em seu quarto. Além disso, disse-me que há  setas vermelhas na saída do seu quarto, que vão até a sala da casa, há outro quarto do lado do seu e também não há nada na cozinha e no banheiro. Isso me assustou, assustou muito. Perguntei também se ele havia visto algo mais, ele me diz que nada, a não ser uma chave no bolso de sua calça.
- Bolso? –Pergunto.
- Sim! -Responde ele.
Achei estranho! Verifico meus bolsos... ENCONTRO UMA CHAVE!
- Você tentou, é... abrir algo com a chave? –Pergunto.
- Não! –Diz ele.
Há três fatos incomuns que não lhes contei: Minha vestimenta era completamente negra, enquanto toda a casa em que acordei, era de cor branca. O rapaz que encontrei, a minha frente, tem uma vestimenta completamente branca, como a cor da casa em que acordei. Lembra do quarto ao lado do que acordei? Eu tentei abri-lo, mas ele estava trancado. Lembra das setas? Elas não seguiam para fora da casa, e sim, para dentro dela, mais precisamente para dentro do quarto trancado.
Decidimos, então, entrar cada um em uma casa, eu na negra, ele na branca. Não perdi tempo, peguei a chave, subi as escadas, vi as setas, cheguei  frente ao quarto, pus a chave na tranca, abri a porta... O que vi foi aterrorizante, doentio, discrepante... Havia pedaços de membros de corpos, nas paredes, escritos com sangue, estava escrito o nome: ARTE! Alguns membros também foram alinhados para formar esse nome. Não consegui permanecer muito tempo ali, antes de sair da casa, verifiquei o quarto em que o rapaz diz ter acordado. Realmente não havia NADA, a única coisa que me surpreendeu foi a abundância de pôsteres de artes e quadros de artistas. No mesmo instante que sai da casa negra, o rapaz sai também da casa branca. Eu não sei explicar bem esse momento, é como se nós dois soubéssemos de algo, mas não temos coragem e nem confiança o suficiente para contar ao outro. Automaticamente, ambos começamos a ir para o último lugar ainda não visto: A garagem. Nos olhamos uma última vez, demos as costas, abrimos as garagens... Quando entrei, a porta da garagem logo fechou-se, sozinha, isso não me impactou em nada, pois eu estava perplexo com o que havia a minha frente: Um quadro enorme, uma mesa com velas e uma faca nela. ARTEMIEL! Finalmente entendi... No quadro, havia um anjo e um demônio. O anjo representava a imponência e força de Deus, esse se encontrava em pé, no qual a sua mão direita empunhava uma espada longa, que perfurava o coração do demônio. Deitado, encontrava-se o demônio, representando a avareza e mentira de Satanás, na mão direita empunhava uma espada negra, tal qual se encontrava no coração do anjo. Ambos, anjo e demônio, estavam chorando. Abaixo do quadro, existia um texto: Artemiel, melhor: Arte e Miel! Quando encontrados em solo sagrado, forjando espadas e cantando lírios ao senhor, eram abundantes em sabedoria e alegria, como pôde, Miel, filho de Deus, teres caído para as depravações da serpente? Eis que quando ao lado do Senhor, não havia dúvidas em seu coração? Quando ao lado de seu irmão, Arte, eras feliz? Pois agora, que abandonastes teu pai, sofrerá pelas mãos de seu carrasco, seu próprio irmão... Arte!
A faca que vi inicialmente, na mesa, na verdade, era uma espada. A espada negra do demônio Miel. Após ver o quadro e ler o texto, eu fui capaz de lembrar do que aconteceu...
Meu nome é Lennon, eu tenho 18 anos, o rapaz de branco é meu vizinho e melhor amigo. Na terça feira, quando voltávamos da escola, nós paramos em uma mesquita recém aberta, na volta do trajeto para nossas casas. Lá, nós falamos com o atendente: Um homem alto, careca, barbudo e de vestimentas negras. A principio, o achei estranho, mas nada de muito alarmante. Digo, essa era a imagem que eu tinha desse tipo de pessoa. Nós não compraríamos nada, só iriamos olhar mesmo. Quero dizer, eu não o tipo de pessoa religiosa, etc. Na verdade, eu era só um otário, zombava de tudo e de qualquer coisa. Isaac, meu amigo, o garoto de branco, ele era um tanto mais ‘’conservador’’. O atendente apareceu interessado demais em nós, mesmo eu tendo dito que só queríamos dar uma olhada.
- Vão querer comprar alguma coisa? Disse o atendente.
- Não! Disse eu.
- Viemos apenas dar uma olhada! –Disse Isaac.
Mas o sujeito insistiu...
- Por favor, como cortesia, por serem os primeiros clientes a virem aqui, permita-me dar-lhes um presente em nome da loja. –Disse o atendente.
- Não precisa! –Dissemos.
- Eu insisto! –Disse ele.
Maldito! Se eu soubesse... Se eu, ao menos, tivesse alguma ideia... Ele nos deu esse maldito quadro... Mas deu a mim apenas a parte do demônio, certamente deu ao Isaac a parte do anjo. Deve saber que sou um vagabundo incrédulo e que o Isaac é um certinho religioso. MALDITO! Eu não lembro de mais nada após receber a metade do quadro, minhas memórias estão confusas. Lembro de ter saído da mesquita, voltado pra casa e de ter dado adeus para o Isaac nas portas de nossas casas... Após isso, eu fui POSSUÍDO! Não só eu, o Isaac também foi!
Lembra da casa branca? Aquela não é minha casa, é do Isaac! EU ASSASINEI A FAMILIA DO ISAAC E PINTEI A CASA DELE DE BRANCO! Digo, eu não, mas o demônio que me possuiu, Miel, fez isso. Ele matou a família do Isaac porque isso representa o que é importante para ele, Isaac e Arte, seu irmão! A benevolência religiosa da família de Isaac seria a representação de Deus em sua vida, o que Miel mais odeia, por ter sido banido do céu e ter sido executado pelo próprio irmão, a mando de Deus. Mas mesmo assim, por ter pintado a casa de branco, isso também representa que ainda ama seu irmão, Arte, embora tenham tomado direções diferentes. O que aconteceu com o Isaac foi o mesmo que aconteceu comigo, Arte assassinou minha família incrédula e mundana, como também pintou a casa de negro em homenagem ao irmão, Miel. As setas representam os caminhos dos carrascos, os sangues dos irmãos, suas escolhas... As vestimentas representam as personalidades... AQUELE MALDITO DA MESQUITA, ELE ERA O DEMÔNIO! Ele sabia, nos conhecia, e nos amaldiçoou com essa maldita rixa de anjos e demônios. Ele está do meu lado agora... Está dizendo: Pegue a espada; ainda não acabou!
Eu pego a espada, saiu da garagem e encontro Isaac do lado de fora, com uma espada na mão... Nesse momento, eu entendo o choro de Miel...

Creepypasta enviada por: UraharaKi.
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