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quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Chuva

26 de maio
Não chove há três meses. Toda a cidade está preocupada. Precisamos de chuva em uma pequena área rural como essa. As plantações. Os açudes.

7 de junho
Marlene chora à noite. As meninas também estão preocupadas. Eu comecei a ir à igreja.

16 de junho
Sem chuvas. Estou indo à igreja praticamente toda noite. Deus há de nos salvar.

28 de junho
Por favor Deus, deixe chover.

1º de julho
Nada de chuva.

4 de julho
Não podemos acender os foguetes pelo Dia da Independência. Está tudo tão seco. Eu consegui uma Bíblia em latim e a li hoje. Nenhuma chuva.

24 de julho
Sem chuva. Quatro meses agora. Fomos amaldiçoados?

6 de agosto
Sem chuva. Desisti de rezar. Outros deuses existem, não é? Os demônios pagãos são cheios de truques, mas talvez eles possam nos ajudar.

18 de agosto
Dança da chuva, a noite toda. Sem chuvas. Preciso de mágica mais forte.

25 de agosto
Matei um bezerro. Chamei pela chuva. Nuvens de chuva no horizonte. Sumiram à tardinha.

3 de setembro
Chuva!! Doce chuva! Funcionou. Nenhum preço é alto demais pela sobrevivência.

7 de setembro
O funeral até que foi bem agradável.

18 de setembro
Um único dia de chuva não é o suficiente.

21 de setembro
Choveu. Fiquei tremendo a noite toda depois de fazer.

27 de setembro
Está chovendo. Deus me perdoe.

1º de outubro
Choveu hoje. As pessoas estão dizendo que a cidade é amaldiçoada. Eu parei de ir aos funerais.

9 de outubro
Marlene descobriu. Eu não sei como. Talvez haja uma razão pela qual deixamos de lado nossas pirâmides escalonadas e facas.
Vai chover amanhã.
_____________
Traduzido e Adaptado de: Creepypasta Wiki
Tradução e adaptação: Capitu

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Creepypasta dos Fãs - Horror na Escola

- Se apresse, menino! Vai se atrasar! [gritava Íris para o filho].


Já passava do meio-dia e Bruno ainda não estava pronto para almoçar e ir para a escola. Na verdade, ainda estava só de cuecas e metido embaixo das cobertas quando sua mãe chamou.


Na noite anterior o Telecine Cult transmitiu "O Exorcista", clássico que ele apenas ouviu falar, mas nunca havia assistido. Sempre lhe disseram que era o filme mais assustador de todos os tempos, o que despertou sua curiosidade quando viu, no final da tarde passada, que estaria em exibição.


O horário marcado era 02:25, Bruno precisou deixar o despertador ligado para não perder a hora. Assim, com a TV do quarto em volume baixo, para não atrapalhar o sono dos pais e receber um bronca, ele assistiu a obra-prima de William Friedkin sem medo, do auge dos seus nove anos. Bom, não exatamente sem medo. Ao término do filme, já passada as cinco da manhã, as cenas da possessão da garota Reagan não saiam de sua mente. Era fechar os olhos que as imagens do vômito verde, o giro da cabeça, a masturbação com o crucifixo (que ele sequer entendeu bem) ou a levitação teimavam em surgir. Claro que ninguém saberia disto, já que seria humilhante para um homem admitir que ficou com medo de um filmezinho bobo, assim pensava.


O sono só chegou muito tempo depois do Sol raiar e iluminar parcialmente o quarto do garoto. Ainda que tivesse medo de que, a qualquer instante, sua cama fosse começar a balançar, sentiu-se mais seguro sendo dia e os pais estarem acordados. Quando escutou o pai ligar o chuveiro caiu no sono quase instantâneamente. Não teve pesadelos. Na verdade, nem teve certeza se dormiu, tinha a impressão de num instante fechar os olhos e no outro ser despertado pela mãe.


Preguiçosamente, vestiu a primeira camiseta que sua mão tocou e dirigiu-se para o banheiro, semi-acordado. Lavou o rosto, escovou os dentes, urinou abundantemente (não o fazia há mais de dez horas) e tomou um banho rápido, quase frio, mais para despertar do que para higienizar-se. Após fechar o chuveiro e apertar a toalha contra os olhos ao secar-se, já se sentia mais disposto. 


O cheiro da comida da mãe era delicioso. O aroma do feijão bem temperado atiçou o estômago de Bruno logo que ele saiu do quarto, já vestido para o colégio. Tinha fome. E agradecia a Deus pelo cardápio não trazer sopa de ervilhas. 


*****


Bruno estava no segundo ano. Estudava na Escola Municipal de Ensino Fundamental Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, em Novo Hamburgo, no bairro Redentora. Era um dia bonito de outubro, em plena primavera, com o Sol brilhando e uma leve brisa impedindo que o calor insuportável se instalasse.


Exatamente para aproveitar a tarde, a professora resolvera antecipar a Educação Física, que estava programada apenas para o próximo dia.


- Não é dia de ficarmos trancados na sala! [Dizia animadamente Fernanda, a mestra, que na verdade era uma estagiária e não tinha idade nem para ser mãe dos seus alunos].


Bruno gostava de futebol, mas, após dormir pouco e ter comido rapidamente no almoço, não se sentia muito animado para jogar. Mesmo assim, atendendo a pedidos dos seus colegas e, principalmente, porque Marianne, a menina que ele gostava, estava olhando, decidiu jogar um pouco. Bem pouco, na verdade, já que, cinco minutos após entrar na quadra, uma bola afortunadamente acertou seu nariz, após um colega do time adversário chutá-la forte e sem direção. Bruno caiu de costas, enquanto enxergava raios de todas as cores e formas graças a bolada. Fernanda chegou a correr para acudí-lo, mas as risadas dos colegas, juntamente com a vergonha de ter feito papel de bobo à frente da mulher da sua vida trataram de reanimá-lo imediatamente.


*****


Nuvens começavam a se formar, escondendo o Sol. A brisa já começava a tomar forma de vento e, por precaução, Fernanda decidiu que era melhor retornarem à classe.


Mais cansado ainda, após tentar exibir-se para Marianne e ser nocauteado, passando o resto da aula emburrado, Bruno sentou-se pesadamente em seu lugar, no fundo, próximo à janela, e se pôs a conversar com Jean, seu colega e melhor amigo.


- E aí? Viu o Exorcista ontem? [perguntava Bruno]


- Pior que não. Meus pais não me deixaram ver e…


- Ah! Não mente, cagão!


- Sério, cara! Eu ia olhar, sim!


- Aham, sei… Tava é com medinho, seu viado! Eu olhei todo e…


- Meninos… [interrompia a professora] Abram seus livros, agora é hora do conto.


- Viadinho… [disse Bruno para Jean, quase inaudível, com um sorriso de canto de boca]


A hora do conto, para Bruno, era tédio puro. Nunca gostou muito de ler, nem mesmo quadrinhos. Se ler já era chato, dizia, imagina alguém ler para você! E a história de hoje era João e Maria, um conto que ele já ouvira umas quinhentas vezes e que achava muito infantil. Mesmo assim, resolveu acompanhar a professora Fernanda no seu Livro dos Contos, um calhamaço com cinquenta histórias que os alunos receberam no início do ano letivo.


A chuva começava a cair, de imediato Bruno bocejou, mas seguiu acompanhando a fábula. Quando João e Maria encontraram a casa de doces na floresta, Bruno embaralhou a vista e quase não distinguiu as letras do texto. Quando João ofereceu um graveto para a Bruxa tocar, no lugar de seu dedinho, Bruno cochilou sobre o livro.


Acordou de sobressalto, com o barulho do granizo batendo no vidro da janela. De olhos arregalados, percebeu que estava sozinho na sala. Percebeu que estava com muito frio. Percebeu que já anoitecera…


*****


Quanto saiu do banho e vestiu-se para ir à escola, usava apenas uma calça jeans e uma camiseta gola polo, e saíra reclamando do calor.


- Leva uma blusa, pois esfria de tarde! [disse-lhe sua mãe].


Bruno não lhe deu ouvidos, como era de praxe. Desta vez, porém, arrependia-se. O termômetro da sala, que a tarde registrava 25°, agora marcava 5°. Um frio atípico para a estação.


Com os braços cruzados sobre o abdômem, caminhou até a porta, rezando para que não estivesse trancada. Um arrepio correu pelo pescoço quando tocou a maçaneta, sentindo todos os pêlos do corpo se eriçarem, mas, felizmente, estava destrancada.


O frio fora da sala era estranhamente menos intenso. Porém, o corredor estava às escuras, bem como toda a escola. Pelo que o garoto lembrava, o interruptor se localizava em uma pilastra próxima à escada, há uns cinquenta passos de onde ele estava, segundo suas contas. Não queria passar a noite alí, mas, principalmente, não queria permanecer no escuro. 


Aguardou seus olhos acostumarem com a penumbra e, guiando-se pela parede, saiu para o corredor. Mentalmente ia contando os passos, quase não respirando de tensão, ouvindo o barulho do granizo no telhado. 


Vinte e sete, vinte e oito, vinte e nove…. O frio retornava com força. Agora ele podia ver nuvens de ar a cada respirada. Quase pensou em voltar correndo para a sala de aula, mas agora estava mais perto do interruptor, então decidiu acelerar o passo, quase correr.


Quarenta, quarenta e um, quaren… seus pés pisaram em algo molhado e viscoso. Mal teve tempo de registrar isto, pois vislumbrou a pilastra quase ao alcance das mãos. Deixando o apoio da parede, Bruno correu onde se lembrava que ficava a chave de energia. Seus dedos tocaram imediatamente as teclas e fez-se a  luz! 


Com o corredor perfeitamente iluminado, Bruno teve um hiato de cinco segundos de uma tranquilidade razoável, até registrar uma poça de sangue a menos de dez metros de onde ele estava. Seus olhos se voltaram primeiro para as pegadas rubras que seus tênis deixaram pelo caminho, e em seguida para o teto, sobre a poça, de onde pendia o corpo do senhor Mauro, o zelador da escola. Estava nu, pendurado pelos pés através de uma corda fixada em um suporte de uma das luminárias. Uma perfuração no centro do peito e o rosto completamente vermelho, com um semblante de sofrimento, davam a ideia de que sangrara até morrer.


As pernas de Bruno fraquejaram, seu estômago se contorceu, querendo expulsar o almoço. Inclinou-se sob o parapeito e, segurando-se nas barras, vomitou. O som ecoava na escola vazia. Pálido, ainda tremendo, contornou a poça e correu para o andar de baixo.


*****


O térreo estava iluminado somente pelas luzes do segundo andar. O hall de entrada da escola tinha uma porta dupla de um vidro transparente, dando direto para o pátio principal. Bruno correu direto para lá, e forçou uma das folhas. Sem sucesso. A porta, além de trancada a chave, possuia uma corrente unindo os puxadores, do lado de fora, com aros grossos, e um cadeado.


Desesperado, jogou-se contra o vidro, que devolveu o mesmo impacto, atirando-lhe ao chão. Um trovão ribombou no pátio, sobre uma das traves de madeira da quadra de futebol. O fogo imediatamente começou a consumir as goleiras. Com dificuldade, Bruno levantou-se, apoiando o corpo nos pesados vasos de planta que ali haviam. Devido ao breu da noite, não havia percebido algo nas traves que, agora, devido ao fogo, podia ver melhor: Professora Fernanda, sem roupas, pendurada pelo pescoço em uma corda no meio do travessão e com as mãos amarradas às costas tremulava ao ritmo do vento. 


Bruno ficou em estado de choque. Estático, permaneceu olhando fixamente para o pátio, com os olhos arregalados e a boca aberta. Só saiu do transe quando o fogo consumiu a corda e Fernanda, com os cabelos em chamas, caiu no chão de concreto. Ele precisava sair dalí, tinha de achar uma saída, não queria ficar preso naquela escola. 


Sem ação, lembrou-se dos banheiros, que ficavam bem próximos da entrada. Cada compartimento possuia uma janelinha. Ele teria de tentar. Disparou na direção dos sanitários mesmo quase sem visibilidade, com a adrenalina em alta. Nem percebia que chorava até as lágrimas salgadas chegarem à sua boca.


*****


Meio trôpego, Bruno deu com o nariz na porta do banheiro masculino. Testara a maçaneta insistentemente, quase a arrancando da fechadura, mas nada acontecia. Frustrado, escostou a testa na madeira e começou a chorar copiosamente, deixando-se deslizar até o chão enquanto soluçava.


Foi em meio às lágrimas que, olhando para a escada que conduzia ao segundo andar, vagamente iluminada, um movimento chamou-lhe a atenção: envolto em algo que parecia uma toga com capuz, um Ser praticamente deslizava rumo ao andar de baixo através dos degraus. Lentamente, o Ser virou a cabeça na direção de Bruno. Um par de olhos estrábicos, de um violeta vivo, fitaram o garoto. Da fenda negra abaixo do nariz, bem evidente devido a pele pálida, um largo sorriso com dentes disformes e amarelados surgiu. A coisa apontou um dedo para Bruno:


- Você… [a voz era quase um ronronado de um gato] Quero você…


A bexiga do menino soltou-se nesta hora. Nem percebeu o mijo quente escorrer por entre as pernas. A sua mente de garoto não havia lhe sugerido tentar o banheiro feminino. Era algo errado, proibido. Mas Bruno não mais importava-se com bons modos e, antes da criatura entrar na curva da escadaria, testou a porta do sanitário das meninas. Quase gargalhou ao achá-la destrancada. 


Encostou-a sabendo ser inútil, já que não tinha a chave, mas não se preocupava com isto. Precisava ser rápido, podia sentir o farfalhar da toga nos degraus da escada há menos de trinta metros. Aliviou-se ao achar a tomada e ter o cômodo inteiramente iluminado.


O banheiro feminino tinha três compartimentos, e, instintivamente, dirigiu-se ao central. Ao abrir a porta sentiu uma nova onda de horror: Jean estava sentado, com as calças abaixadas. O colega de Bruno fôra decapitado, e só foi reconhecido pelo amigo graças a camiseta da banda Oasis, que usava frequentemente, agora ensopada de sangue. Tornando a cena ainda mais bizarra, Jean segurava em suas mãos, na frente da virilha, a cabeça de Marianne, que mantinha a boca escancarada em um eterno O e os olhos abertos sem vida e sem íris.


Pela primeira vez na noite Bruno gritou, e cambaleou de costas até encostar na parede, afastando-se daquele cenário aterrador. O ar parecia impregnado com o cheiro pesado de sangue. Um gosto de bile subiu à garganta do rapaz quando escutou passos vindo do exterior do banheiro.


Impelido pelo medo, entrou no compartimento central, e puxou o amigo morto para o lado, a fim de subir no vaso. Ao deslocar Jean, o defunto derrubou a cabeça de Marianne. O barulho foi semelhante ao que se ouve ao atirar um peixe sobre uma tábua de madeira. A janela abriu sem dificuldade no exato instante em que a porta rangia ao ser aberta lentamente. Bruno subiu na caixa descarga, escorregadia devido ao sangue, e içou-se pela pequena abertura acima. Em três segundos estava do lado de fora, estatelado na relva, de costas para cima. Virou-se a tempo de ver o rosto pálido do Ser na janelinha, ainda a lhe sorrir.


A chuva era fria, as roupas estavam empapadas, Bruno tremia e batia queixo. Levantou-se e caminhou em direção ao portão da escola. Um cheiro de carne de porco assada chegou ao seu nariz ao passar próximo do corpo fumegante da professora. Ela havia caído de lado, e não era mais do que um esqueleto envolto em pele negra ressecada, mas com os olhos estranhamente vivos a fitar o garoto.


O granizo castigava-lhe o corpo franzino. Estava exausto, machucado pela queda, chocado com tudo que havia passado, mas resistia à entrega bravamente. Precisava sair daquele inferno e buscar ajuda. Estava a menos de dez metros do portão quando uma pedra de gelo do tamanho de uma bola de pingue-pongue o acertou no supercílio, o derrubando de joelhos.


Com a visão turva, levou uma das mãos ao machucado e se assustou quando as pontas dos dedos se mancharam de sangue. Do SEU sangue. Apoiando um braço no solo, levantou-se novamente e deu dois passos até que uma nova pedra de gelo, desta vez quase do tamanho do um punho fechado, atingiu-o na face, jogando-o no chão lamacento. Um gosto ferroso de sangue inundou sua boca enquanto a chuva de granizo ganhava força, judiando-o por inteiro.


Mesmo no frio sentia o corpo arder nos locais em que era atingido. Num ato de desespero levou as mãos ao rosto para se proteger. Parecia que todo o granizo do mundo havia o escolhido para alvo. Ao virar-se de barriga para baixo instintivamente, a fim de proteger os órgãos vitais, uma última pedra atingiu-o na nuca. Bruno perdeu os sentidos em meio a tempestade, enquanto uma poça de sangue aquoso formava-se ao redor de seu corpo.


*****


Um barulho contínuo trouxe-o de volta. Estava deitado em uma cama branca, num quarto branco, com uma pessoa de branco à sua frente. Tinha dificuldade para abrir os olhos, que estavam bem inchados, mas, ao vislumbrar a mãe sentada na poltrona a seu lado, quase fez o globo pular da cavidade. 


A mãe foi até ele e o abraçou levemente enquanto chorava silenciosamente, evitando forçá-lo muito.


- Eu… [Dizia Bruno, quase sussurrando] eu tô vivo? Mãe?


- Sim, filho! Sim! [Íris começava a chorar mais alto] Deus é bom!


- Mas… mas como me acharam?


A mãe olhou para o doutor, que lhe devolveu o olhar, meio embascado, piscando através dos óculos de lentes esmaecidas.


- A diretora ligou, filho. Você bateu com a cabeça na quadra jogando bola, lembra?


- Eu? Quando?


- Há dois dias, Bruno. [Respondeu o médico, por baixo da máscara cirúrgica] Desde então você apenas dormiu, até agora.


A cabeça de Bruno voltou a doer, sentiu o mundo girando. Sua mãe segurava seu pulso. 


- Tudo bem. [continuou o doutor] É uma reação natural de quem sofre algum trauma no crânio. É melhor deixá-lo descansar mais um pouco, dona Íris.


A mãe acomodou-o no travesseiro. Um sorriso brotou no rosto de Bruno. Agora percebia que estava nu, provavelmente devia ter urinado nas roupas e na cama e foi preciso trocá-lo, mas era uma humilhação que poderia suportar.


- O que foi, filho? Por que o riso?


- Nada não mãe, um negócio que sonhei, só isso.


- Deve ter sido um sonho e tanto. [Disse o médico] Você dormiu por quase dois dias inteiros. Dormindo você se recuperaria mais rápido.


Bruno viu o médico introduzir uma seringa no frasco de soro que estava conectado ao seu corpo. 


- O que é isto, doutor?! [perguntou o rapaz]


- Ah. É um negocinho para você dormir mais um pouco. Ainda não está bem, bem. Mais um dia de recuperação e já vai poder voltar até a namorar. [o doutor piscou para Íris, e um sorriso de alívio surgiu no rosto da mãe, em meio às lágrimas incessantes]


Íris abraçou o filho uma vez mais. Sua testa já não estava febril, o que aliviou ainda mais a mulher. 


- Eu vou ao banheiro lavar os olhos filho. Já, já eu volto.


Após um beijo no rosto, a mãe de Bruno deixou-o só com o médico. O menino já sentia a sonolência lhe dominar enquanto seus olhos percorriam o quarto de hospital. Um instante mais tarde, seu olhar parou em seus tênis, colocados sobre a roupa dobrada que usava quando foi a escola na última vez, em cima de uma cadeira. Na sola, Bruno notou manchas vermelhas, como se ele houvesse pisoteado em beterrabas cozidas.


Aflito, mas sem forças, olhou para o doutor, parado aos pés da sua cama, com uma segunda ampola nas mâos. O médico baixou a máscara e sorriu, exibindo seus dentes amarelados e podres, e aproximou-se de Bruno. Através dos óculos, o garoto viu com incredulidade e terror os olhos vesgos cor de violeta. Então falou, abaixando o rosto próximo o bastante para que seu paciente sentisse o hálito putrefato:


- Bons sonhos, menino. Descanse em paz.


Depois disto, o mundo de Bruno foi tomado pelas trevas.

Escrito por: Wagner De La Cruz

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sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Serial Killers: Pedrinho, o matador.




Pedrinho “Matador” começou a vida com o pé esquerdo. O pequeno garoto nasceu com problemas no crânio por ter sido agredido pelo pai ainda na barriga da mãe. Cresceu assistindo cenas tão ou mais violentas que os mais sórdidos filmes de suspense, até que aos 14 anos de idade cometeu seu primeiro crime: matou o vice-prefeito da cidade onde morava. O motivo? O cara havia demitido seu pai, um guarda da escola municipal, acusado de surrupiar a merenda da molecada. Pouco tempo depois Pedrinho deu cabo à vida de outro guarda, que acreditava ser o verdadeiro ladrão da história.

Antes de completar 18 anos, o moleque já havia conquistado a mulher do dono de uma boca de fumo e assassinado uma penca de traficantes. Virou o pica da parada.

Mas sua amada acabou executada por policiais. Arranjou um outro amor, Aparecida, que mais tarde também acabou morta, dessa vez por traficantes rivais. O justiceiro foi fundo na vingança, torturando e matando mais um monte de gente que ele acreditava ter culpa por sua tragédia familiar. No fim da jornada, adentrou o casamento do suposto mandante do assassinato de sua mulher e deixou ali mais 8 vítimas fatais e vários feridos.

Acabou preso logo depois. Passou toda a vida adulta na prisão e lá empilhou mais uma quantidade enorme de novas vítimas. Entre elas o seu pai, de quem arrancou um pedaço do coração com a faca, mastigou e cuspiu fora. O castigo veio porque o velho esfaqueou a mãe do Pedrinho, que nunca deixou nada barato.

Ele possui uma tatuagem no braço esquerdo, que está escrito: Mato por prazer.

Assassinou dois companheiros de cela, um porque segundo ele "roncava demais", e outro porque não ia com a cara dele, segundo ele.

Ele se alto-denomina "justiceiro", pois segundo ele só mata quem merece.
Jurou de morte o "Maníaco do Parque", serial killer de São Paulo, assim, ganhando notoriedade no país.

Com mais de 100 assassinatos nas costas, Pedrinho é considerado o maior homicida brasileiro.

Vocês decidem.


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A Amante.

Este relato tem indícios de fatos reais. ™
"Uma alma atormentada pode clamar por justiça, mesmo já estando em outra dimensão!"

A família da minha mãe tem como país de origem, a Inglaterra, e tem uma história bem interessante de um dos nossos familiares antepassados, uma empregada de um Lorde chamado Berckley.

A história começa em 1856. Lorde Breckly era muito rico e tinha muitas posses, incluindo uma casa em Londres, onde ele ficava a maior parte do tempo. Lorde Breckly tinha um temperamento muito difícil e tratava todo mundo da pior maneira possível, desde empregados, parentes e até outros Lordes e Ladys que iam  visitar a sua casa. E isso incluía a sua amante também.

A sua amante era uma linda garota de descendência escocesa, muito mais nova do que o seu filho mais novo. Segundo os rumores ela era a filha bastarda de um nobre com uma garota de programa. O nome dela era Ailee.



Ailee era a amante de Lorde Breckly já fazia 6 anos. Em uma noite todos na casa ouviram um grito desesperador. Lorde Breckly e Ailee estavam tendo uma enorme discussão e a minha parenta, que era uma das empregadas, ficou preocupada com a segurança de Ailee.
Todos os empregados subiram correndo para ver o que tinha acontecido, mas eles pararam na escada quando viram Lorde Breckly. Ele estava agindo muito estranhamente e não deixou nenhum dos empregados subirem a escada.
Ele falou que Ailee tinha batido o pé e gritou. Os empregados voltaram para os seus aposentos, não acreditando na história de Lorde Breckly, mas tinham aprendido a ficarem quietos se quisessem ficar com os seus empregos.

Na manhã seguinte, Ailee não estava na cozinha, onde sempre tomava o café da manhã.
Os empregados acharam isso estranho e estavam suspeitando de que Lorde Breckly tinha finalmente ido longe demais, que havia matado sua amante e escondido seu corpo durante a noite.
Por semanas não havia sinal de Ailee, mas a vida na casa seguia o seu rumo, até que barulhos e gemidos começaram a acontecer.
Toda noite por volta das 22:00' (mesmo horário em que haviam ouvido o grito de Ailee naquela noite atribulada), eles ouviam terríveis gemidos e barulhos estranhos. A voz, claramente era de uma mulher que gritava, chorava e implorava por piedade, mas para ela claramente não havia nenhuma.
Isso ocorreu por vários meses, até que em que um determinado dia os empregados resolveram ver se descobriam a causa de todos aqueles barulhos terríveis.
Uma noite quando os gemidos começaram, os empregados juntaram a coragem que tinham e seguiram na direção do som. O som estava vindo do quarto do Lorde, e eles podiam ouvir uma horrível lamentação lá dentro.
Lorde Breckly, sem conseguir agüentar mais as lamentações estava na sua casa em Yorkshire.

Quando eles abriram a porta eles quase desmaiaram de medo, pois Ailee estava de pé no meio do quarto.
Os seus olhos estavam apáticos e sem vida e os seus braços estavam esticados como se estivesse pedindo ajuda.
A minha parenta chegou perto dela e tentou pegar a sua mão.

Por um momento Ailee estava sólida, mas então ela se virou para o closet e desapareceu.
Depois de se recuperarem do choque, os empregados entraram no closet e olharam lá dentro, e olharam do lado de fora perto da porta do closet, mas não acharam o que o fantasma de Ailee queria que eles encontrassem.
Quando Lorde Breckly voltou, os empregados falaram para ele o que tinham visto.
O Lorde ficou branco feito fantasma e no dia seguinte despediu todo mundo e colocou a casa à venda.

A visita noturna de Ailee continuou pelos anos seguintes. Toda noite por volta das 22:00' ela começava a gemer até alguém encontrá-la, então ela apontava para o closet e em seguida desaparecia.
Ninguém sabe o que aconteceu com Ailee, mas alguns dizem que Lorde Breckly a matou e colocou o seu corpo em um compartimento secreto no closet, sendo que ficou apavorado quando o seu segredo quase foi descoberto.
Outras pessoas elaboraram outras teorias, mas a verdade real nunca foi descoberta, permanecendo em segredo até os dias de hoje.


''Quando uma pessoa é morta tomada de muito ódio... Ali nasce uma maldição, e essa maldição se consome no lugar da morte.''




Fonte : The Twilight Zone Histories.






domingo, 7 de setembro de 2014

O Homem da Floresta

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Autor: DrinLP


Há muito tempo, quando ainda pequeno, minha mãe costumava contar-me a respeito de um homem que levava as crianças pequenas e malcriadas para longe de seus lares. Tenho certeza de que ouvira histórias ou lendas semelhantes. A simples menção a respeito do homem era o suficiente para colocar medo em nossos tênues e ingênuos corações. Não importava sua aparência, ou o que carregava, e nem o paradeiro dos meninos e meninas sequestrados; o que importava era somente uma coisa: não desobedecer aos seus pais, pois essa era a lição a ser aprendida.

Eu vivia em uma amena e afastada cidade no interior do Estado, e, em razão disso, conservávamos tradições e costumes locais. Lendas, portanto, eram adaptadas ao nosso ambiente rural. Pais contavam a seus filhos que o homem, ao sequestrar as crianças, desaparecia com elas para dentro de uma densa floresta que fazia fronteira a malha urbana. Sequer chegávamos próximos à borda dessa floresta. Adolescentes – que sabiam que a história não passava de um simples folclore – perambulavam por entre as matas. Caçadores, idem. Não culpo nenhum deles, afinal, o alvo do homem da floresta eram crianças como nós.

A fábula, de fato, consistia-se em um conto antigo. Remetendo-se há tempos longínquos e esquecidos. Provavelmente meus avós escutaram a mesma narrativa que eu, assim como seus antecessores. Nunca soube ao certo quando ou como isso começara. Nem era uma criança má, embora estremecesse diante da história do mesmo modo que qualquer outro garoto de minha idade. Contudo, os anos passaram, e a inocência escapara de meus dedos, somente para dar graça às alegrias, preocupações, orgulhos e frustações da vida adulta.

Hoje, meu único filho, Ethan, com apenas sete anos de idade, representa tudo o que tenho de mais sagrado. Embora possa parecer clichê ou piegas, ele é a razão da minha vida. Minha esposa, Lisa, morrera ao dar a luz, e Ethan jamais chegara a conhecer sua própria mãe. Eu fazia de tudo para que nada lhe faltasse, e ele crescera bem. Sabia que se tornaria uma excelente pessoa no futuro. Morávamos na mesma cidade que cresci e passei tanto a amar. Inúmeros amigos haviam se mudado, alguns permaneciam e poucos retornavam para cá em questão de tempo. Ethan frequentava a mesma escola, brincava no mesmo parque e andava de bicicleta nas mesmas ruas que eu, como o fizera em sua idade.

Nunca lhe contei ou amedrontei-o com essas histórias. Não houve e nem haveria necessidade. Uma noite, no entanto, acordei exatamente às 03:30 a.m., pois escutara um barulho no corredor. Levantei-me para conferir o que poderia ser e encontrei Ethan em pé, parado diante à porta da frente. Aproximei-me de meu filho, chamando-o pelo nome. Ethan – que estivera imóvel como uma estátua – mexeu-se, virando em minha direção. Seus olhos, sonolentos e confusos, vaguearam pela sala de estar até perceberem minha presença. Perguntei-lhe o que fazia ali, e ele dissera-me que não sabia.

Aliviado, percebi que não passara de um simples caso de sonambulismo. Carreguei-o até a cama, cobri-lhe e dei um beijo de boa noite. No dia seguinte, enquanto servia o seu cereal favorito, questionei-o a respeito, e como havia imaginado, Ethan não se lembrava de nada. Terminamos, deixei-o na escola e parti para o trabalho. Uma semana depois... Ethan desaparecera. Foi no meio da madrugada. Sentindo uma secura intensa, levantei-me para beber um pouco de água, encontrando a porta da frente aberta. Por instinto, minha primeira atitute foi correr até seu quarto, somente para deparar-me com uma cama vazia. Procurei por toda a casa e não havia nenhum sinal do meu filho. Saí para o jardim e a rua nada mais me oferecia a não ser o breu e a quietude noturna.

Assim, enquanto uma equipe de busca perambulava pela cidade, dois policiais interrogavam-me. Explicaram-me que, por medidas de segurança, me acompanhariam no restante dos dias, pois o sequestrador poderia fazer algum contato comigo, pedindo por alguma quantia de dinheiro em troca do meu filho. Depois de três dias as buscas por Ethan estenderam-se para cidades vizinhas. Pôsteres e fotografias foram espalhados para todos os cantos. Amigos e vizinhos prestaram-me auxílios. Os policiais que permaneceram comigo durante esse tempo voltaram para suas estações, dizendo-me para ligá-los caso algo acontecesse.

Os próximos meses foram como um inferno para mim. Minha vida tornou-se apática, sem sentido. Por inúmeras vezes dirigi o carro até a escola de Ethan no caminho para o trabalho, simplesmente por puro hábito. Ao preparar o café da manhã, colocava dois pratos à mesa. De noite escutava sons na casa, e perguntava-me, em mente, se Ethan estivesse acordado. Todos esses momentos... Em que me pegava realizando as mesmas atividades rotineiras que anteriormente envolviam a presença de meu filho... Partiam meu coração. Comecei, gradativamente, a acordar no meio da noite, clamando por seu nome, como se o houvesse visto em algum sonho em que nunca conseguia me lembrar dos detalhes.

Aos poucos, a paranoia tomou conta de mim. Concentrar-me no trabalho tornara-se uma atividade praticamente impossível. Também não queria ficar em casa por mais tempo além do necessário. Passei a frequentar bares, sozinho. Dormia pouco; quando não passava noites em claro, vagando pela cidade. Era uma desordem completa, e embora meu chefe solidarizava-se com a situação, disse-me que não poderia continuar desse modo. Eu deveria superar aquilo, caso contrário não haveria outra escolha, a não ser demitir-me. Foi durante uma noite, em particular, que adormeci embriagado na minha sala de estar. Acordei, alarmado, pensando ter escutado um barulho qualquer. Trôpego, caminhei em direção ao banheiro. O que vi, no entanto, assombrou-me imensamente. Imóvel, de costas para mim e contemplando a porta da frente, estava Ethan.

Aquilo me chocara. Sabia que não poderia ser real. Como poderia? Ethan desaparecera há meses. Minha mente, insana, começara a pregar-me peças. Não conseguia e nem podia acreditar em meus olhos. Em um primeiro momento, fiz a menção de correr em sua direção, mas algo havia me impedido, pois minha atenção subitamente desviara-se para a silhueta de um homem, que se encontrava parado à soleira da porta entreaberta. Desnorteado em meu desespero, implorei para que Ethan ao menos virasse seu rosto em minha direção. Entretanto, meu filho começara a caminhar em direção à porta. Pedi-lhe que voltasse, porém, indiferentemente, ele continuara. Dando suas mãos a aparição sombria, Ethan caminhara noite afora.

Segui-os e notei que ambos encontravam-se há cerca de cinquenta metros da casa. Sentia que algo estava errado, porém continuei a acompanhá-los. O caminho pela qual a assombração (pois já duvidava que fosse qualquer outra coisa) seguia não me era estranho. Curiosamente, não havia ninguém nas ruas. Sequer uma alma bisbilhoteira a espiar por entre as frestas de uma janela qualquer. Absolutamente nada. Continuei em seus encalços, até perceber para onde ambos se dirigiam. Parei, e enquanto estático, observei-os adentrar na borda da floresta. Por algum motivo, meu corpo cobriu-se de arrepios, enquanto que um nó no estômago começara a se formar. Reunindo coragem, ultrapassei o cercado que separava as árvores da estrada.

O interior da mata era completamente fechado, e mal pude enxergar o caminho. Ethan desaparecera, porém continuei a andar, como se algo me impelisse a continuar em frente. Aos poucos, acostumei-me à escuridão, e uma impressão ruim acometera-se sobre mim. Percorri, por centenas de metros, aquela densa vegetação. Era estranho. Nunca estive naquele lugar, mas passava-me uma sensação diferente. Não me lembrava de nada, mas a intuição guiava meus passos conforme avançava pelo desajeitado caminho da floresta. Ofegante, cheguei finalmente a uma pequena clareira. O luar a iluminava muito bem, e pude ver o que o acaso me revelara.

Ao canto, próximo a uma rocha, havia uma ossada. Lágrimas afloravam de minha face conforme me aproximava do corpo há muito carcomido por vermes. As roupas eram do mesmo pijama que Ethan vestira na noite em que desaparecera. Caí de joelhos, aos prantos. Segurei o que restara de seu corpo em meus braços, enquanto que soluços tomavam conta de mim. “Por que Ethan?” “O que houve?” “Por que está aqui?” “Por que de todos os lugares, este?”. E aos poucos, conforme proferia múltiplos questionamentos, dei-me conta da verdade. Esta floresta... Este lugar amaldiçoado. Era para cá que crianças deveriam ser levadas. Crianças que desrespeitavam a seus pais. Ethan era uma delas. Sim... Ele desobedecera a mim. Pois naquela noite, implorei-lhe para que a permitisse viver.

Não me admirava que não o houvessem encontrado. Sequer acredito que tenham procurado por ele aqui. É uma cidade pequena, não disponibilizavam de muitas mãos ou recursos. Compreendia agora. Meu fingimento. Minha crença infundada em acreditar que tudo estivera bem, quando claramente não estava. Pois no dia em que nascera, Ethan arrancara Lisa de mim... Ele a havia afastado de mim, deixando-me sozinho. Foi ele quem prejudicara nossas vidas. Por isso fiz o que precisava ser feito. Por isso naquela noite, conforme segurava suas pequenas mãos, percorri por esse mesmo caminho. Por isso o abandonei aqui... Para que o homem da floresta o levasse de mim.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Carta de Sofia.

Meu nome é Sofia, eu tinha 14 anos quando morri no dia 9 de agosto de 1999. Vou contar a você a minha breve história de como fui morta, naquela época era muito comum confiarmos facilmente nas pessoas sem ver qualquer perigo iminente, e esse foi o meu fim, essa confiança. Eu voltava da escola como qualquer outro dia, sabia que em casa minha mãe estaria me esperando com o almoço pronto, a rua onde morava era vazia a esse horário. Meu sapato desamarrou e me abaixei em frente a uma casa qualquer para amarrá-los, meu vizinho estava saindo de dentro da casa no mesmo instante, como se estivesse me esperando passar pela sua casa. Aparentava ser um bom homem, me cumprimentou disse que precisa de minha ajuda, ele estava pintando a  sua sala e queria uma segunda opinião sobre a cor. Eu hesitei por um instante, mas logo lembrei que ele era um bom homem e que  no natal sempre se vestia de Papai Noel e distribuía doces para as crianças da rua . Eu o segui pela casa e para a sala em questão, lembro que eu tudo tinha um cheiro acre de tinta, a cor era uma cor horrorosa um amarelo puxado para um dourado, eu não sabia o que dizer então disse que tinha ficado ótimo. Ele me deu um sorriso largo, mas ficou nervoso quando eu disse que precisava ir, ele me olhou de uma maneira diferente e disse “seja educada, fique e tome um pouco do suco de amoras, as amoras são do meu jardim, garanto que vai gostar” eu bebi o suco que estava com um gosto ruim tinha algo junto a ele alguma droga ou algo do tipo, não sei bem o que era. Fiquei tonta e me encaminhei para a porta assustada pronta para dar o fora dali, mas ele me agarrou e me jogou contra a parede recém  pintada, fiquei nauseada sem entender o que estava acontecendo. Ele chegou perto do meu ouvido e sussurrou:
 - Faça o que eu digo e não será morta.
Essa foi a pior mentira que eu já ouvi. Ele me mandou tirar a roupa e deitar no sofá, ele pegou uma faca olhou pra mim e disse:
- Para o caso de você não me obedecer.
deu um sorriso largo, aquele mesmo sorriso no qual eu havia confiado. Ele deitou sobre mim e colocou o braço no meu pescoço e começou a  apertar eu estava nauseada sem forças para lutar, ele começou a me abusar, e a sua faca estava jogada ao lado do sofá, eu pensei rápido só teria uma chance, sinto em dizer que eu não consegui machucá-lo de verdade, eu peguei a faca e enfiei em suas costas, mas isso só serviu para deixá-lo mais irritado, ele tirou a faca me segurando sempre com a  suas pernas para evitar que eu fugisse, eu não tinha forças para berrar e nem para me mexer direito, então ele cortou minha garganta, eu levei alguns minutos para enfim morrer, enquanto ele olhava para mim, e  saboreava minha agonia.   Até hoje meu corpo  jaz em uma cova rala feita nos fundos de seu jardim, minha família nunca me encontrou,  sinto em dizer que o meu assassino hoje ainda vive livre, e ainda faz muitas  vítimas. A última coisa que pensei antes de ir embora foi nas pessoas que eu amo e de como queria que elas estivessem comigo para sempre. Onde eu estou agora? Bom, agora que você leu essa carta, estou vigiando você, posso sentir seu cheiro daqui, esse cheiro podre dos humanos. Fico no seu quarto todas as noites, esperando a hora certa para poder te mostrar oque fizeram comigo. E quando a hora chegar, ninguém poderá te ajudar, nem mesmo seu Deus que tanto ama. Vou adorar devorar todos seus órgãos, mas vou fazer isso calmamente, para que você possa ter a experiência que passei. Tenha uma ótima noite leitor..

Com amor, Sofia.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Annie96 saiu do chat.

Olá, a todos.

Meu nome é Gabriel. Eu tive uma amiga chamada Ana. Seus pais abominavam a ideia de computador/internet, pior ainda se descobrissem que ela escutasse e amasse rock. Mas ela era demais. Foi um melhor “amigo” que eu nunca tive. Ela era especial, tinha um jeito de machão, mas sempre me ajudou. Ela morava numa das únicas propriedades considerada “Fazenda” da cidade.

Então, ela tinha uma conta fake no Facebook. Ela não podia ter uma oficial com seu nome e isso tudo, se não em estantes seus pais descobririam. Eu também tinha uma, pra compartilhar e curtir umas páginas que meus pais não “gostariam” de ver no meu perfil real.

Esta noite nós estávamos conversando. Nós nunca tivemos uma relação mais próxima do que melhores amigos, acho que aquilo mudaria aquele dia. Na época WhatsApp não era conhecido por nós, Facebook era a maior no momento.
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Annie96

Você está dormindo?

Mcdavey

não ... acho que você não também ñ :p

Annie96

não posso ... é o vento ... parece uns gatos lutando. Qual é sua desculpa? : p

Mcdavey

estudar: (

Annie96

isso é que o que eles chamam de pornô agora? :p

Mcdavey

Annie wtf!

Annie96

Sem zuera? Heheh

Mcdavey

Eu não acredito no que o João fez hoje!

Annie96

É aquele moleque tem problemas, na boa.

Annie96

É tão estranho! Esse vento não parece normal!!!

Mcdavey

Sem vento por aqui, só uma chuvinha gostosa.

Annie96

Sorte sua. Pode n parecer mais eu preciso do meu sono de beleza.

Mcdavey

Como você precisa, ein!

Annie96

Sem brinca agr. Eu to escutando passos na grama do jardim.

Mcdavey

Acorda o loco do teu pai e manda ele ir lá ver!

Annie96

Eu estou sozinha, não se lembra!!! Hj é niver da minha tia e eles vão dormir lá! Eu te disse isso na escola hj!

Mcdavey

Legal! Nós deveríamos se ligar no skype :)

Annie96

Parecem mesmo passos, mas com algo de diferente. Eu me levantaria até a janela do meu quarto mas minha cama tá tão quentinha!!!

Mcdavey

Sério que você quer olhar pela janela enquanto está sozinha? Vai que tem realmente alguém te espiando heheheheh

Annie96

SEM GRAÇA GABRIEL

Mcdavey

Nuss, tenho certeza q não é nada.

Annie96

Vou checar perae

Mcdavey

Se tem algo estranho em sua casa pra quem você vai ligar?

Annie96

GABRIEL TEM ALGUEM NO QUINTAL

Mcdavey'

Sério cara?

Annie96

Sim eu consigo ver as costas dele.

Mcdavey

Q ele tá fazendo?

Annie96

Parece que está cavando, procurando alguma coisa. Com as mãos nos arbustos?

Mcdavey

Provavelmente mais um procurando por suas dorgas ehueheuehueh.

Annie96

Gab sério oq eu devo fazer???

Mcdavey

Nada, ele vai sair sozinho :)

Annie96

Merda ele tá cavando mesmo! Ta arruinando meu quintal!

Annie96

Poha ele ta virando Pra trás

Mcdavey

Com quem ele parece?

Annie96

GABRIEL MAS QUE DIABOS

Mcdavey

Oq??

Annie96

COMO VC TA FAZENDO ISSO, TECLANDO SEM MEXER NO CELULAR???

Mcdavey

Ana certeza que eu não estou ai.

Annie96

Mas ele se parece muito com você!

Mcdavey

Ana vc tem alguma arma em sua casa?

Annie96

Eu não vou atirar em ninguém seu louco! Merda sai logo...

Mcdavey

Vc n tem de usar, só mostrar oq está carregando!

Annie96

MERDA ELE ME VIU

Annie96

PORQUE ELE ESTÁ SORRINDO ASSIM?

Annie96

FERRO ELE TA VINDO

Mcdavey

CHAMA A POLICIA!!!

Mcdavey

Ana vc ta aí?

Mcdavey

Ana por favor!

Mcdavey

Eu chamei a policia. Eles estão correndo em direção a sua casa.

Annie96

Eu estou bem. Ele está dentro da casa. Luzes apagadas. Eu to dentro de um armário com uma faca, ta dficil escrever sem fazer barulho.

Mcdavey

Meu deus, vc sabe onde ele está?

Annie96

Não. Eu corri pra pegar a faca quando ele olhou pra mim e me escondi no armário quando ele arrombou a porta.

Annie96

Ele está mais perto! Ta dizendo algo como eu só quero ver você...

Mcdavey

Deve ser um drogado safado.

Annie96

Ele tá mais perto!

Mcdavey

Ana?!

Annie96

Parece que ele saiu. Tá tudo muito silencioso. Será que eu saio?

Mcdavey

Por favor Ana espere a policia chegar aí!

Annie96

E quando eles chegarem, oq eu digo?

Mcdavey

Tudo, exatamente tudo oq vc me conto!!!

Annie96

Eu to tão aliviada. Vem aqui amanhã?

Mcdavey

Claro, estarei aí.

Annie96

Estou tão animada!

Mcdavey

Hey Ana!

Mcdavey

Ana como eu sei que é você mesma?'

- Annie96 Saiu do Chat. -

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Pequenos Psicopatas - Crianças Más.

Sim, maldade pura existe. Ela é muito pior do que você imagina. E pode começar já na mais tenra infância.

“Para mim, isso era coisa de filme”.
crianças psicopatas
Do outro lado da linha, com a voz embargada, uma mãe em desespero conta como percebeu coisas estranhas no comportamento do filho quando ele tinha apenas 6 anos.

Embora o diagnóstico de psicopatia só possa ser feito formalmente aos 18 anos, é possível captar sinais claros bem antes disso. As crianças psicopatas mentem muito, são manipuladoras, impulsivas e extremamente egocêntricas. Também são cruéis.

Podem queimar um cachorro ou estripar um gato. Sufocar um irmão com um travesseiro sem sentir culpa ou remorso. Tentar queimar ou explodir coisas. Mais tarde, na adolescência, podem praticar vários tipos de crime, de simples roubos a atos de violência sexual e homicídios com requintes macabros. Tudo sem que haja um motivo ou fator causador, a não ser o puro instinto. E tudo sem que os pais possam fazer muita coisa – pois estudos sugerem que a psicopatia pode ser causada por problemas estruturais no cérebro, e não pode ser anulada por uma boa educação. É como se os psicopatas já nascessem sentenciados a serem maus; suas famílias, a conviver com isso.

O impulsivo


Desde pequeno, Gustavo batia nos pais e em outras crianças. Era algo tão grave e tão constante que o levou a ser internado aos 13 anos num hospital psiquiátrico, onde ele ficou por um ano e meio. O tratamento não surtiu efeito. Sua mãe, Natália, se sentia culpada e humilhada pelas outras pessoas. “Diziam que eu permitia os abusos dele, que bastaria dar uns tapinhas”, afirma. “Minimizavam a situação, falavam que Gustavo tinha apenas uma adolescência conflituosa.” O garoto roubou dinheiro da família, destruiu a casa 3 vezes, cortou a orelha do pai e golpeou as costelas da mãe, que foi parar no hospital por isso. “Às vezes, eu acordava no meio da noite e ele estava nos observando dormir. Percebi que nos mataria a qualquer momento”, conta Natália. “Enfrentei todas essas situações, esperei o que estipula a lei (protegê-lo até os 21 anos) e dei por terminado esse calvário. Não o vejo mais.” Natalia tomou a decisão em 1993, após fazer terapia e decidir que o filho era irrecuperável. O casal acabou expulsando o garoto de casa – por puro medo de ser assassinado. “Muitas mães continuam carregando essa situação nos ombros. Outras morrem nas mãos de seus filhos”, afirma. Gustavo é a minoria da minoria. Há crianças que são agressivas e perversas como ele era na infância – mas não necessariamente se tornarão adultos problemáticos. Elas batem nos irmãos e tiram objetos dos pais, por exemplo, mas tudo passa após uma etapa de ajuste. “Não podemos jamais concluir que crianças com distúrbios de comportamento serão psicopatas no futuro. Por isso, não se dá o diagnóstico de psicopatia antes dos 18 anos”, diz o psiquiatra forense Guido Palomba. Mas algumas crianças que apresentam esses distúrbios vão, sim, se tornar adultos psicopatas, por mais acompanhamento e tratamento que recebam. É o caso de Gustavo: ele nasceu e vai morrer assim. Hoje, aos 40 anos, busca contato com os parentes – mas só para prejudicá-los. Roubou objetos dos pais na única vez que o deixaram entrar em casa. “Continuo em terapia porque a dor de perdê-lo foi dilacerante. Senti culpa e saudade, mas sei que para ele eu não valho nada”, diz Natália.

“Às vezes, eu acordava no meio da noite e ele estava nos observando dormir. Percebi que nos mataria a qualquer momento.” – Natália, mãe de Gustavo. Argentina.


O predador


Os pais de Gordon suspeitaram cedo de seu caráter amoral. “Desde que ele mamava no peito, eu percebi que não estabelecia um vínculo afetivo. Mas ele era agradável com as outras pessoas, tão charmoso e atraente, não me preocupei muito”, diz Barbara, a mãe. “Aos 7 anos, vi que algo realmente estava mal: eu tinha de mantê-lo longe dos dois irmãos mais novos para evitar que os agredisse. E o peguei abusando sexualmente da gata do vizinho”, diz ela.

Aos 12, Gordon foi acusado de abuso sexual contra uma mulher. Passou alguns anos detido por essa e outras 7 ações do mesmo tipo. Sempre negou a culpa. “Nós demos educação, carinho, viagens, imóveis – e ele arruinou tudo”, conta a mãe. “Ele tinha sempre um motivo para pedir dinheiro emprestado, que nunca devolvia. Nos extorquiu US$ 200 mil”, afirma ela.

Hoje, aos 24 anos, Gordon é pai de um menino de 4. “Meu maior temor é que ele faça mal a meu neto, que vive com a mãe a 3 200 km da cidade onde eu e meu filho vivemos”, diz Barbara, que teme até revelar a cidade onde mora. Hoje, Gordon tenta se abrigar na casa de desconhecidos, que conhece em pontos de venda de drogas. “Predadores são predadores, mesmo que sejam nossos filhos. Não importa o que você fizer, eles vão sempre desrespeitar, ameaçar, desprezar e odiar você. Negar esse fato só causa mais dor”, diz Barbara.

Ao contrário dela, a maioria das mães não consegue enxergar que o filho é um psicopata. Mas o transtorno de personalidade começa a dar sinais desde bem cedo, por volta dos 6 anos – em casos extremos, até antes. “A professora do jardim de infância nota que a criança não obedece a ordens, comete atos muito agressivos e age de forma independente do grupo”, explica o psiquiatra Hugo Marietan, da Universidade de Buenos Aires, que estuda psicopatas há 20 anos. “Isso acontece porque o psicopata é uma unidade em si mesmo. Enquanto as outras pessoas se apoiam em redes afetivas, seja de parentes seja de amigos, ele não necessita de ninguém.”

Gordon nunca teve um amigo verdadeiro. E isso faz todo o sentido: os psicopatas não entendem a amizade. Para eles, não passa de um sinal de fraqueza.

“Há filhos que são assim. Não importa o que você fizer, eles vão sempre desrespeitar, ameaçar, desprezar e odiar você.” – Barbara, mãe de Gordon. EUA.

O indiferente


Em 1986, o americano Jeffrey Bailey Jr, de 9 anos, foi deixado sozinho com o amiguinho Ricky Brown, de 3. Jeffrey sabia que o menino tinha medo de água e não sabia nadar. Mesmo assim, levou-o para a piscina e o empurrou lá dentro. Ricky se debateu por vários minutos, gritando por socorro. “Em vez de estender o braço, Jeffrey puxou uma cadeira para assistir à morte do menino. Depois foi para casa”, diz a psicóloga forense Katherine Ramsland, da Universidade DeSales, nos EUA. Ao se encontrar com um vizinho, Jeffrey perguntou “o que era a gosma branca” que sai do nariz de uma pessoa que se afoga. A polícia encontrou o corpo de Ricky às 18h40, cerca de 8 horas após o afogamento. “Foi um acidente”, mentiu Jeffrey. “Ao ser interrogado, o garoto se mostrou indiferente à morte do amigo. Ele estava mais preocupado em ser o centro das atenções do que em sentir qualquer tipo de remorso pelas coisas que havia feito”, conta Ramsland.

A história ajuda a entender a mente psicopata. É comum que crianças (normais) tenham dificuldade de lidar com emoções. Podem ser impulsivas, narcisistas ou agressivas, bater nos irmãos por ciúme ou egoísmo. “Mas quando uma criança comete atos assim por sadismo, e sem sentir remorso ou culpa, pode-se suspeitar de psicopatia”, diz o psicólogo forense americano Carl Gacono. “Outro elemento é a falta de empatia, a incapacidade de se colocar no lugar do outro.” Segundo Gacono, esses 4 sinais – sadismo, falta de remorso, falta de culpa e ausência de empatia – podem ser detectados entre 6 e 9 anos, quando a personalidade está se formando.

“Ele não demonstrou remorso, e estava desfrutando ser o centro das atenções.” – Katherine Ramsland, psicóloga Forense, EUA


O suicida


Aos 6 anos, Bruno não demonstrava emoções nem vínculo afetivo. Só apatia. Depois o garoto se tornou agitado e manipulador. A mãe, Jussara, o levou a vários médicos no ABC paulista. Todos disseram que era apenas ansiedade. E Bruno foi ficando cada vez pior – tentou suicídio 3 vezes. Depois dos 18, finalmente recebeu um diagnóstico concreto: transtorno de personalidade. “Eles [os médicos] disseram que meu filho não pode viver em sociedade. Foi duro escutar isso.” Mãe de 4 filhas mais novas, Jussara diz que o melhor para Bruno seria permanecer internado. “O problema é que as clínicas não o aceitam. Além dos laudos médicos, já precisei de várias liminares para que o internassem”, afirma. Entre um hospital e outro, Bruno se envolveu romanticamente com duas enfermeiras, uma das quais o ajudou a fugir. “Ele nunca fez mal aos outros porque a família agiu desde cedo para contê-lo, com remédios e internações”, diz a mãe. Hoje com 24 anos, o rapaz está desaparecido há um mês. “Provavelmente virou um andarilho”, acredita Jussara, que teme ser responsabilizada por atos violentos do filho contra outras pessoas. “E se amanhã acontecer alguma coisa na rua, como os casos monstruosos que vemos na TV, a culpa vai ser de quem?”

“A maioria dos especialistas é despreparada. Sempre diziam que o problema era da criação. E meu filho foi piorando.” – Jussara, 40 anos, professora, mãe de Bruno, 24 anos.

O incendiário


André tinha 3 anos quando começou a fazer terapia. Segundo Claudia, a mãe, era muito arteiro. “Ele queimava os brinquedos e depois apagava com água e terra. Aos 4, queimou um armário inteiro que ficava fora da casa. Uma vez colocou fogo debaixo do carro usando papel e fósforo, e por sorte não houve uma explosão. Eu e meu marido demos uma bronca, como qualquer pai faria”, diz Claudia. Os especialistas disseram que o menino era hiperativo com déficit de atenção. Ele era simpático e conversador, mas mentia demais, e com extrema convicção.

Aos 15 anos, André entrou numa fase mais agressiva. “Ele nos xingava e dizia que ia nos matar. Que explodiria uma bomba em casa. Tentava montar artefatos com fios e adubo do jardim. Eu dormia trancada no quarto com meu marido e o outro filho”, diz a mãe. “Uma vez, ele pegou uma faca e veio andando em nossa direção completamente surtado. Foi necessária a intervenção da polícia, que é despreparada para lidar com pessoas nesse estado.”

Já adulto André foi diagnosticado com transtorno anti-social – equivalente, no caso dele, a psicopatia. “Ele tem atitudes inesperadas. Age como uma pessoa normal e tem inteligência admirável. O problema é quando explode”, diz Claudia. Segundo ela, o pior de ter um filho problemático é a incerteza constante. “Uns dias são melhores, outros piores, e você nunca sabe o que virá”. “Não está escrito na testa que eles são psicopatas. Passarão pela vida sem que as outras pessoas saibam. Nós, como pais, só queríamos que fossem pessoas capazes de conviver em sociedade, trabalhar, criar e manter suas famílias. Principalmente, que fossem felizes.” Hoje, aos 33, André trabalha como técnico em computação e ainda mora com os pais. “Ele tem ficado mais tranquilo com o tempo. Rezo para que continue assim”, diz Claudia.

“Ele era uma panela de pressão prestes a explodir sem motivo aparente, ou quando era contrariado.” – Claudia, 56 anos, estudante de direito, mãe de André, 33, São Paulo.

O sádico


Roberto Aparecido Alves Cardoso sofreu anóxia (falta de oxigênio) durante o parto. Dezesseis anos mais tarde, arquitetou o assassinato do casal de namorados Liana Friedenbach, de 16, e Felipe Caffé, de 19. Roberto Cardoso é o Champinha, autor de um dos crimes mais famosos do Brasil recente. Qual a ligação entre as duas coisas? Ele é considerado um pseudopsicopata, ou seja, uma pessoa que se comporta como psicopata devido a um dano físico sofrido pelo cérebro – no caso, a anóxia.

Champinha estuprou Liana por 5 dias e depois a matou a facadas. Felipe recebeu um tiro na cabeça. Os comparsas de Champinha foram condenados a 177 anos de prisão. Como era menor, ele foi para a Fundação Casa e em 2007 foi internado na Unidade Experimental de Saúde (UES), em São Paulo, onde está até hoje. No ano passado declarou, por meio de seu advogado, que não vê “sentido” em ficar preso e gostaria de estudar para ser veterinário. Sua rotina na UES se resume a comer, dormir e assistir aos jogos do Corinthians.

Pessoas como ele poderiam um dia ser reintegradas à sociedade? Talvez não. A maioria dos especialistas acredita que a psicopatia tenha um componente genético. Segundo essa teoria, uma boa educação não seria capaz de impedir que a criança se tornasse má. No máximo atenuar o transtorno. Em vez de assassino, o indivíduo poderia virar um executivo inescrupuloso ou um político corrupto, por exemplo.

“Um assassino assim não pode viver em sociedade.” – Ari Friedenbach, Pai de uma das vitimas. Brasil.

O assassino serial


O pequeno Steven cresceu cercado pela violência. “Meu marido me batia e eu revidava”, contou a mãe, Cathy, ao jornal britânico The Guardian. “Steve era um dos meus 7 filhos. Ele era o meu queridinho. E ainda é. Apenas se meteu em problemas.” Aos 11 anos, o menino começou a roubar e foi levado a um lar para menores infratores, onde ficou até os 18. A mãe diz que ele sofreu abusos lá (tanto que a instituição acabou sendo fechada). A partir daí, Steven viveu entrando e saindo da prisão: foram 38 condenações por roubos e posse de drogas. Até que em 1993, aos 23 anos, finalmente saiu do limite: estrangulou e queimou Thomas Kelly, de 18, num terreno abandonado de Suderland, na Inglaterra. No ano seguinte, fez o mesmo com David Hanson e Gavid Grieff, ambos de 15. Foi condenado à prisão perpétua em 1996. Segundo o promotor, Steven matou os meninos para que parassem de dizer que ele era gay. Diante da mãe, no entanto, Steven nunca confessou o crime. “Sei que ele não vai sair da prisão enquanto eu estiver viva. Mas eu ainda o amo. Nunca poderia ir contra ele porque é meu filho.” “Ele era o meu queridinho. E ainda é.” – Cathy, mãe de Steven Grieveson, 41, Inglaterra.

O torturador


O americano Jason Massey tinha 9 anos quando matou o primeiro gato. Gostou. Nos anos seguintes, dissecou dezenas de outros, que pegava perto de casa. Psicopatas como ele têm uma curiosidade mórbida por animais domésticos. Espetam os olhos de tartarugas, estripam pássaros para saber o que há dentro, botam fogo num cão só para vê-lo correr. E não se horrorizam com isso. Na verdade, desfrutam do sofrimento alheio – e não se importam em carregar a imagem de sádico. Jason tinha essa fama. Um exemplo: “Na adolescência, supostamente matou o cachorro de uma garota que não quis ser sua namorada”, diz a psicóloga forense Katherine Ramsland.

Em seu diário, Jason registrou fantasias de estupros e canibalismo com mulheres. Seu ídolo era Ted Bundy, famoso psicopata americano que seduzia jovens para depois estuprá-las. Bundy matou pelo menos 30 mulheres antes de ser executado na cadeira elétrica, em 1989. Jason queria superar essa marca. Em julho de 1993, aos 20 anos de idade, foi apresentado por um amigo a Christina – de apenas 13 anos. Confessou ao amigo que gostaria de matá-la. Roubou uma arma calibre 22 e comprou munição, facas e algemas.

Poucos dias depois, Jason convenceu Christina a passear com ele de carro no meio da noite pelo interior do Texas. Christina levou junto o amigo Brian, de 14. Foi o último passeio deles. “Brian levou dois tiros. Christina foi desmembrada. Sua cabeça e suas mãos desapareceram”, conta Ramsland. A garota levou dezenas de facadas. Teve as vísceras removidas e os mamilos cortados. Jason foi julgado pelos crimes e condenado à morte por injeção letal, em 2001.

A ciência ainda tenta explicar o que está por trás de condutas tão extremas. E algumas pistas têm surgido. O médico forense Guido Palomba examinou vários indivíduos com distúrbios de comportamento. E observou uma característica peculiar nos cérebros de pessoas sádicas. “A constituição anatômica era igual à do cérebro de um epiléptico, com assimetria entre as duas metades”, diz Palomba. Isso sugere que comportamentos radicalmente violentos podem ter raiz neurológica – e genética.

“Brian levou 2 tiros. Christina foi desmembrada. Sua cabeça e suas mãos desapareceram.” – Katherine Ramsland, psicóloga forense, EUA.


O pedófilo


Rafael foi adotado aos 3 anos. Márcia, a mãe adotiva, o encontrou num abrigo para menores. “Antes disso, ele passou por situações de violência e privação de comida”, diz. Conforme foi crescendo, começou a fazer coisas ruins. Roubou celulares de amigos e abusou sexualmente da irmã mais nova. “Não chegou a violentá-la, mas abusou dela por muitos anos”, diz Márcia. “Só descobrimos quando ele saiu de casa, aos 18 anos, após assediar uma vizinha.” Rafael foi diagnosticado com personalidade anti-social agravada por pedofilia. Hoje, aos 25, é pai de um menino de dois anos, que mora com a mãe. “Nossa maior preocupação é que ele se aproxime da criança”, diz Márcia. “É difícil para as pessoas entenderem a situação porque ele parece muito bonzinho, cativa todo mundo.” Rafael mora num apartamento alugado pela família. “Ele mente até o último minuto possível. Só admite a verdade quando vê que não tem saída.” – Márcia, 43 anos, publicitária, mãe de Rafael, 25, São Paulo.

O Perverso

Aos 9 anos, o paulista Bernardo enforcou a empregada de sua casa usando uma gravata que pertencia ao pai. Ele passou a gravata em torno do pescoço da mulher, fez um laço num cano e puxou. Bernardo não chegou a suspender sua vítima. Ela desmaiou e acabou se enforcando com o próprio peso. Um ato de crueldade inimaginável – e que se encaixava na personalidade psicopata do garoto.

“O menino apresentava um distúrbio de comportamento violentíssimo. Esfregava fezes na parede ou as atirava nas pessoas. Também tinha perversões sexuais com crianças do mesmo sexo”, revela, sob anonimato, o médico que o atendeu. “O garoto não era vítima de pedófilos maiores de idade. Ele é que tomava a iniciativa das ações sexuais. Pegava pedaços de madeira para empalar outras crianças, por exemplo.” O caso da empregada foi abafado pela família, e não houve punição para Bernardo.

Assim como ele, os psicopatas têm uma gama de sentimentos reduzida. Não sentem ternura, amor, solidariedade ou tristeza. “Vivem num pêndulo entre duas emoções básicas: o entusiasmo (para buscar os objetivos) e a ira (quando se frustram por não realizá-los)”, diz o psiquiatra Hugo Marietan. “Mas estudam os sentimentos das outras pessoas com o objetivo de manipulá-las”. O choro do psicopata não é espontâneo, e sim puro teatro para conseguir alguma coisa. Ele despreza os colegas ao vê-los rindo ou chorando. Um outro jeito de ver a vida. “Ele atirava fezes nas pessoas e praticava atos sexuais com outras crianças.”

Fontes: Acidez Mental, Cova do Inferno.

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