quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Carta de Sofia.

Meu nome é Sofia, eu tinha 14 anos quando morri no dia 9 de agosto de 1999. Vou contar a você a minha breve história de como fui morta, naquela época era muito comum confiarmos facilmente nas pessoas sem ver qualquer perigo iminente, e esse foi o meu fim, essa confiança. Eu voltava da escola como qualquer outro dia, sabia que em casa minha mãe estaria me esperando com o almoço pronto, a rua onde morava era vazia a esse horário. Meu sapato desamarrou e me abaixei em frente a uma casa qualquer para amarrá-los, meu vizinho estava saindo de dentro da casa no mesmo instante, como se estivesse me esperando passar pela sua casa. Aparentava ser um bom homem, me cumprimentou disse que precisa de minha ajuda, ele estava pintando a  sua sala e queria uma segunda opinião sobre a cor. Eu hesitei por um instante, mas logo lembrei que ele era um bom homem e que  no natal sempre se vestia de Papai Noel e distribuía doces para as crianças da rua . Eu o segui pela casa e para a sala em questão, lembro que eu tudo tinha um cheiro acre de tinta, a cor era uma cor horrorosa um amarelo puxado para um dourado, eu não sabia o que dizer então disse que tinha ficado ótimo. Ele me deu um sorriso largo, mas ficou nervoso quando eu disse que precisava ir, ele me olhou de uma maneira diferente e disse “seja educada, fique e tome um pouco do suco de amoras, as amoras são do meu jardim, garanto que vai gostar” eu bebi o suco que estava com um gosto ruim tinha algo junto a ele alguma droga ou algo do tipo, não sei bem o que era. Fiquei tonta e me encaminhei para a porta assustada pronta para dar o fora dali, mas ele me agarrou e me jogou contra a parede recém  pintada, fiquei nauseada sem entender o que estava acontecendo. Ele chegou perto do meu ouvido e sussurrou:
 - Faça o que eu digo e não será morta.
Essa foi a pior mentira que eu já ouvi. Ele me mandou tirar a roupa e deitar no sofá, ele pegou uma faca olhou pra mim e disse:
- Para o caso de você não me obedecer.
deu um sorriso largo, aquele mesmo sorriso no qual eu havia confiado. Ele deitou sobre mim e colocou o braço no meu pescoço e começou a  apertar eu estava nauseada sem forças para lutar, ele começou a me abusar, e a sua faca estava jogada ao lado do sofá, eu pensei rápido só teria uma chance, sinto em dizer que eu não consegui machucá-lo de verdade, eu peguei a faca e enfiei em suas costas, mas isso só serviu para deixá-lo mais irritado, ele tirou a faca me segurando sempre com a  suas pernas para evitar que eu fugisse, eu não tinha forças para berrar e nem para me mexer direito, então ele cortou minha garganta, eu levei alguns minutos para enfim morrer, enquanto ele olhava para mim, e  saboreava minha agonia.   Até hoje meu corpo  jaz em uma cova rala feita nos fundos de seu jardim, minha família nunca me encontrou,  sinto em dizer que o meu assassino hoje ainda vive livre, e ainda faz muitas  vítimas. A última coisa que pensei antes de ir embora foi nas pessoas que eu amo e de como queria que elas estivessem comigo para sempre. Onde eu estou agora? Bom, agora que você leu essa carta, estou vigiando você, posso sentir seu cheiro daqui, esse cheiro podre dos humanos. Fico no seu quarto todas as noites, esperando a hora certa para poder te mostrar oque fizeram comigo. E quando a hora chegar, ninguém poderá te ajudar, nem mesmo seu Deus que tanto ama. Vou adorar devorar todos seus órgãos, mas vou fazer isso calmamente, para que você possa ter a experiência que passei. Tenha uma ótima noite leitor..

Com amor, Sofia.

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