Antes havia falado sobre a origem do corpo seco e dentro disso várias histórias foram criadas e contada sejam elas reais ou não todas elas são bem interessantes por tratar de algo que tem sempre um fundo de realidade.
Vamos a história.
Á ultima casa da rua escondia um
mistério, era muito estranha e depois que o pai e a mãe do homem que ainda
vivia lá tinham morrido tudo tinha se transformado em um lugar sombrio, as
plantas já não tinham vidas, pareciam secas, sem folhas, pássaros e outros
animais não circulavam por perto dela.
As noites eram longas, os gritos
de agonia deixavam todos na vizinhança acordados, ninguém se arriscava a ir lá
saber o que estava acontecendo, sabiam que aquele homem era maldoso, era o
responsável pela morte da mãe e do pai, tinha causado desgosto e os maltratou
até a morte.
Em uma noite fria e chuvosa os
gritos cessaram não se ouvia nada, foi à noite mais tranquila dos últimos anos.
No dia seguinte os vizinhos desconfiaram, a movimentação na casa parou, mas
ninguém tinha coragem de entrar e descobrir o que tinha acontecido.
O silêncio foi tomando conta, não
se ouvia qualquer barulho que chamasse atenção, os vizinhos não tinham mais
desculpa, tinham que saber o que aconteceu naquela velha casa sombria. José
Alves e Luiz Gomez decidiram entrar para verificar e dar uma reposta aos
vizinhos que já estavam aflitos com a situação.
Depois de vasculharem toda casa
encontram o homem morto, pelo estado do corpo parecia que tinha sofrido muito,
a posição do corpo era de quem tinha agoniada por muito tempo com dores ou um
demônio se empoçando de sua alma.
Apesar de sua história de maldade
os vizinhos em consideração aos seus pais foram enterrar o corpo, uma discussão
foi feita e a população da pequena cidade não queria aquele defunto enterrado
no cemitério aonde seus familiares já se encontravam, a única solução seria
enterrá-lo debaixo da grande árvore próximo a sua casa, a qual já se encontrava
totalmente seca, sua imagem era atemorizante, seus galhos secos em noites de
lua cheia formavam figuras que assustava todo mundo que passava por perto por
se tratar de um caminho que dava acesso à pequena rua da cidade.
Em um fim de tarde isso foi feito
o enterro, poucas pessoas acompanharam, depois da ultima pá de terra jogada em
sua cova embaixo da grande árvore seca um raio cortou o céu como se
pronunciasse um temporal, mas as nuvens não estavam carregadas.
Na mesma noite alguns moradores
ficaram obsevando se alguma coisa poderia acontecer, pois os raios ficaram
frequentes e isso deixou muitos desconfiados, pois seria uma coincidência
depois de um dia tranquilo o tempo mudar de uma hora para outra, mas nada
aconteceu de anormal.
Depois de vinte e um dias um
filete pequeno de névoa formava-se em um espectro enquanto saia da cova
ganhando altura até os galhos secos da velha árvore, depois ganhou o céu e
sumiu entre as nuvens escuras, o mesmo vento que a levou a trouxe de volta, o
céu tinha rejeitado aquela pobre alma, sua maldade na terra tinha sido tão
grande que foi recusado.
A terra em volta da grande árvore
seca se estremeceu, o céu ganhou uma cor tenebrosa, uma leve chuva começou a
cair seguida de raios e trovões assustadores.
O espectro agora viajava para as
profundezas do inferno percorrendo um caminho longo, não demorou muito e
novamente a terra se estremeceu em volta da velha árvore seca.
O inferno também rejeitou aquela
alma, o diabo não queria concorrente em seu território sabendo das maldades do
homem que tinha causado a morte do pai e da mãe.
A terra em volta da grande árvore
seca novamente se estremeceu, agora com mais intensidade, numa reação estranha
começou a se revirar, como se tentasse expulsar algo de sua profundidade. Não
demorou muito um corpo começou a sair até ser expulso em sua totalidade.
Numa reação espontânea, todo
tempo mudou, o céu escureceu e ficou carregado, os raios intermitentes ganharam
o céu e riscavam a escuridão clareando alguns pontos. Em cada raio a grande
árvore ganhava uma forma assustadora revelada pela luz, a terra em sua volta
parecia viva.
O tempo de repente parou tudo em
volta ficou em silêncio, as nuvens carregadas pararam no céu, a chuva cessou os
raios também cessaram. Em meio à terra toda remexida um corpo começa a se
erguer até ficar de pé e em um clamor penoso falou:
- Por que estou vivo, olha meu
corpo todo em decomposição, todo seco. – Fui rejeitado no céu, o inferno também
me rejeitou e até a terra não quis me decompor, por que isso estar acontecendo
comigo. – Diz o Corpo Seco em um tom de voz penoso.
- Tua alma estar condenada, tua
maldade foi muito grande, mataste teus pais, isso é uma coisa que nem o diabo
fez como poderia receber uma alma tão má. – Diz uma voz que desce do céu.
- E agora como vai ser a terra
também rejeitou meu corpo, minha carne não apodreceu, ficou seco, o que vou
fazer. – Diz Corpo Seco tentando uma resposta.
- Você vagará pela terra e pagará
pelos seus pecados, a partir desse momento você não pertencerá a nenhum de nós,
os quatro elementos não serão responsáveis por sua decomposição e apenas outro
ser que renasceu após a morte poderá te destruir. – Diz a voz vinda do céu explicando
sua sina como zumbi seco vagante na terra.
Em uma reação de raiva e ódio
Corpo Seco se ajoelha embaixo da grande árvore seca e emite um grito que ecoa
por todos os cantos anunciando sua ira.
A cena é arrepiante, uma noite
fria, o céu carregado, raios coindo do firmamento cortando a escuridão enquanto
suas luzes formam figuras assombrosas em contraste com os galhos da velha
árvore que parece ter vida.
Em um aspecto tenebroso Corpo
Seco se aproxima da velha árvore e a circula marcando lugar o qual aguardará
suas vítimas se aproximar ou passaram pelo caminho para sugar seu sangue e os
transformarem em corpos secos com a sua semelhança e maldade.
Desconhecendo os perigos da noite
três jovens com uma garrafa de bebida passando de um para o outro enquanto dar
um golo e em suas mãos um cigarro de maconha que tragado ilumina a noite
revelando sua localização se aproxima da grande árvore seca.
O mais drogado observa a grande
árvore e fala:
- O que essa velha árvore estar
fazendo aqui, não tem folha, não dar frutos, só tem esses galhos secos, não
serve para nada, vamos tocar fogo em seu tronco para vê-la cair. – Diz
sorrindo.
- É mesmo, vamos tocar fogo nela,
não serve pra nada. – Diz o outro drogado sorrindo com euforia.
- Vamos juntar uns gravetos pra o
fogo pegar melhor. – Diz o outro empolgado com a ideia.
Quando um dos drogados começa a
pegar os gravetos sente um peso enorme em suas costas, como se começasse a
carregar outro corpo. Nesse instante um fedor de carne podre começa a tomar
conto do lugar, Corpo Seco sem piedade consome seu sangue deixando-o a sua
semelhança.
Isso acontece um por um sem que
tivessem qualquer reação, naquele momento uma legião começaria a ser formado
por zumbis de corpos secos liderados pelo a pior alma conhecida até aquele
momento, o assassino algoz de seus pais, agora denominado Corpo Seco.